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Ministério da Cultura parece ter “esquecido” estrutura que montou em estacionamento público Foto: Divulgação |
O
espaço bucólico de Brasília tem sido desrespeitado diariamente por empresas que
montam “barracões” para grandes eventos e abandonam as estruturas por dias na
tentativa de conseguir que os responsáveis pela próxima atração do local
aluguem a aparelhagem.
Os mais utilizados por essas empresas são a Esplanada dos
Ministérios e o Complexo Cultural da República, mas oa barracões estão
espalhados por toda a capital. E custa caro: em 2012, os organizadores da Feira
do Livro de Brasília reclamaram porque o governo do DF não quis pagar o aluguel
de um desses barracões, para realização do evento: R$ 2,7 milhões por apenas
oito dias de aluguel.
As empresas estão tão à vontade nesse novo “negócio da China” que
agira nem se apressam em desmontar os barracões.
Um deles, de aproximadamente 2.500 metros quadrados ,
continua montado, no estacionamento do Centro Empresarial Brasil 21, treze dias
depois de encerrado o evento que o contratou.
E aí começa o jogo de empurra. A Administração de Brasília, que
autoriza a ocupação indiscriminada dos espaços públicos, informa por sua
assessoria que o
problema agora é da Agefiz, a agência de fiscalização do
governo do DF.
Nesse caro, “convencido” pela empresa fornecedora do barracão, o
Ministério da Cultura obteve a liberação do Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) para fechar o local e realizar a Conferência
Nacional de Cultura, finalizada no dia 1o de Dezembro, reduzindo drasticamente
os espaços em uma cidade com carência de estacionamento de veículos.
Segundo a Administração de Brasília, os responsáveis por eventos
em áreas tombadas de Brasília pagam apenas 59 centavos por metro quadrado,
diariamente, muito embora cobre milhões dos órgãos públicos para abrigar seus
eventos.
A Administraçao, claro, acha que que o aluguel dessas áreas não
desfiguram a cidade, sob a inacreditável alegação de que os espaços públicos
foram criados para “ocupação do povo”, fazendo de conta que ignora o negócio
milionário alimentado com sua omissão.
A Administração de Brasília explica que a concessão para
instalação de grandes estruturas é feita por tempo determinado e as ferragens
não podem ficar montadas por tanto tempo em áreas públicas, como no Centro de
Convenções Brasil 21. “O prazo existe. Elas podem ir lá, usar o Congresso
Nacional de fundo – não interessa – o que interessa é a ocupação do gramado.
Eles pagam pelo espaço construído, assinam um documento e têm um
prazo para entregar o local nas condições estabelecidas”, informa o assessor.
A assessoria do Iphan não atendeu as insistentes ligações do Diário do Poder durante toda esta sexta-feira (13) e o Ministério da Cultura não respondeu aos questionamentos sobre o valor gasto e o prazo que recebeu para retirar a estrutura do estacionamento público do Brasil 21.
Fonte:
Diário do Poder / Guardian Noticias