Sabatinado vai ter que
informar no currículo se é sócio de empresa.
Internautas poderão enviar perguntas para a sabatina no Senado.
Foi publicada no "Diário
Oficial da União" desta sexta-feira (30) uma resolução do Senado que
aumenta as regras para a aprovação de autoridades sabatinadas pelos senadores,
como ministros indicados para Supremo Tribunal Federal e indicados para
agências reguladoras.
Pela Constituição, o Senado é
obrigado a sabatinar e votar a indicação do nome de ministros dos tribunais
superiores, do Tribunal de Contas da União, do procurador-geral da República e
do presidente e de diretores do Banco Central e de chefes de missões.
Indicações para agências reguladoras federais e para o Conselho do Ministério
Público também passam pelo Senado. Cada indicação é analisada por uma comissão
antes de ir para o plenário.
Com a mudança estabelecida pela
resolução, torna-se obrigatório que haja no currículo do indicado informação
sobre a sua atuação como sócio, proprietário ou
gerente de empresa e sobre
ações contra ele na Justiça.
Atualmente, o regimento do
Senado determina que a mensagem presidencial com a indicação deve conter o
curriculum vitae do indicado, mas não especifica o tipo de informação que deve
ser apresentada.
Com a nova resolução, fica
estabelecido também que, além de explicitar a sua atuação em outras áreas e
sobre processos judiciais, os indicados devem informar sobre a existência de
parentes que exercem ou exerceram atividades vinculadas a sua atuação
profissional, sejam elas públicas ou privadas. Além disso, as autoridades
passam a ter de informar sobre a atuação nos últimos cinco anos em tribunais,
conselhos de administração de empresas estatais ou em cargos de direção de
agências reguladoras.
A mudança nas regras para a
autoridade ter o nome aprovado no Senado ocorre em meio a polêmica envolvendo a
indicação de Elano Figueiredo para a Agência Nacional de Saúde (ANS). Em julho,
o Senado aprovou o nome de Figueiredo para o cargo de diretor da ANS. No
entanto, segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”, Elano não incluiu
em seu currículo o fato de ter atuado como representante jurídico de uma
operadora de saúde. O casoestá sendo analisado pela Comissão de Ética Pública da
Presidência da República.
A resolução com as novas regras
foi aprovada em plenário na última quarta (28) e já vale para a próxima análise
de indicação de autoridades feita pela Presidência da República.
Participação popular
A nova resolução prevê ainda participação popular no encaminhamento de informações sobre a autoridade que será sabatinada e na definição das perguntas que serão feitas.
A nova resolução prevê ainda participação popular no encaminhamento de informações sobre a autoridade que será sabatinada e na definição das perguntas que serão feitas.
A seleção dos questionamentos
de internautas, que devem ser feitos via Portal do Senado, caberá ao relator da
indicação. Também fica estabelecido que o relator poderá discutir com os
membros da comissão que sabatinará a autoridade as questões que serão formuladas.
Vista coletiva automática
A nova resolução também estabelece que assim que for apresentado relatório a favor ou contra a indicação será concedida, na comissão que analisar o nome antes do plenário, vista coletiva para que os senadores tenham tempo para analisar o parecer. Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), que foi relator do projeto de resolução, as novas medidas evitarão falhas cometidas no passado na análise de autoridades.
A nova resolução também estabelece que assim que for apresentado relatório a favor ou contra a indicação será concedida, na comissão que analisar o nome antes do plenário, vista coletiva para que os senadores tenham tempo para analisar o parecer. Para o senador Pedro Taques (PDT-MT), que foi relator do projeto de resolução, as novas medidas evitarão falhas cometidas no passado na análise de autoridades.
“A comissão, ao possuir maiores
informações e o prazo mínimo de uma semana entre a leitura do relatório e a
arguição do candidato, ficará menos vulnerável a decisões de afogadilho, que no
passado já trouxeram dissabores à Casa”, afirma Taques em seu parecer.
Fonte: G1