Por Suzano Almeida
Com poucos partidos na oposição aos governos local e
federal, o palanque brasiliense de Aécio Neves segue indefinido para a disputa
à presidência da República. Com os tradicionais DEM e PSDB sem a força de
outros tempos e sob a sombra de Eduardo Campos e sua vice de chapa Marina Silva
(ambos do PSB), o tucanos trabalham contra o tempo para unir a oposição aos
governos petistas e tentar a volta aos principais cargos do Executivo.
Pré-candidato ao Buriti pelo PSDB, o deputado federal
Izalci Lucas afirma que a prioridade do partido será voltar à Presidência da
República e que a oposição do Distrito Federal estará toda no palanque de Aécio
Neves, durante a disputa das eleições. “Quem não é petista em Brasília vota no
Aécio Neves, além do funcionalismo público que está insatisfeito com o atual
governo”, acredita o deputado federal.
Nomes tradicionais
Izalci admite que ainda não há definição sobre que
estará apoiando o senador, mas acredita que nomes tradicionais da política
brasiliense poderão dar o
tom dos apoios aos presidenciáveis.
“Os eleitores que votam nos ex-governadores Joaquim
Roriz (PRTB) e José Roberto Arruda (PR), tradicionalmente são eleitores do PSDB
para presidente. Então, não vai faltar apoio ao senador Aécio em Brasília”,
analisa Izalci.
O cenário de apoio petista, segundo o deputado
federal, também não está definido. Para o tucano, a insatisfação de partidos
que fazem parte da base do governador Agnelo Queiroz poderá beneficiar
Aécio, especialmente se houver um racha, próximo as eleições. “Muitos
partidos que ainda estão na base não saíram por conveniência de governo, já que
possuem cargos dentro da atual gestão. Muitos deles ainda vão sair”, prevê o
deputado.
Dilma será afetada
A reeleição da presidente Dilma Rousseff, que na
eleição de 2010 foi derrotada no DF pela então candidata Marina Silva, poderá
ser afetaeda pelo desempenho do atual governo, diz Izalci. “Há insatisfação por
parte da população com áreas como a saúde, educação e segurança. Tanto o
governador quanto o vice Tadeu Filippelli assinaram, quando ainda eram
candidatos, compromissos onde fizeram várias promessas que não foram cumpridas.
Foi esse o motivo que levou os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB) e Cristovam
Buarque (PDT) a romperem com o Buriti”, afirma o deputado.
Apoio de Roriz é a expectativa
O clã Roriz ainda não se definiu por quem deverá apoiar nas próximas eleições. Mas os tucanos locais acreditam em uma tendência para que vote em Aécio Neves. Pessoas próximas a Joaquim Roriz afirmam que seu clã tem afinidade tanto com o tucano quanto com Eduardo Campos, mas deverá pesar a antiga simpatia com os tucanos.
O único problema, segundo a fonte, é a falta de
espaço que o pré-candidato dá ao ex-governador. Percebendo o ocorrido e diante
da presença da filha de Joaquim Roriz, a também possível candidata ao governo,
Liliane Roriz (PRTB), Aécio fez em seu discurso durante encontro do
partido no DF, “mea-culpa” sobre a ausência de diálogo entre ele e o chefe do
clã, elogiando o período em que ele passou a frente da governo.
Sem ser recebido
Antes de ir para o PRTB, do ex-senador Luiz Estevão,
Roriz teria tentado ingressar no PSDB, mas não foi recebido por Aécio para
conversar. Mesmo diante desse episódio e com a participação de Liliane, o
ex-governador deverá mesmo abrir espaço no seu palanque ou da sua filha para a
candidatura do tucano.
A deputada distrital e também pré-candidata ao
governo Eliana Pedrosa (PPS) abrirá espaço tanto para Aécio Neves quanto para o
pernambucano Eduardo Campos.
Ponto de vista
Se a briga para definir quem será o candidato a
governador entre Izalci e seu companheiro de legenda Luiz Carlos Pitiman já
está dando o que falar, o anúncio da pré-candidatura do ex-secretário de Obras
Márcio Machado, ao Buriti colocou o tucanato local em chamas. A decisão de
Machado veio com sua absolvição no processo de dispensa de licitação na
reforma do Ginásio Nilson Nelson para a Copa do Mundo de Futsal, em 2008. Com
isso, os três nomes serão levados a disputas internas.
“A candidatura do Pitiman é legítima, mas ele só
participou de uma eleição e poderia tentar mais tarde. Quanto ao anúncio do
Márcio, acredito que ele fez o anúncio para unir o partido, colocando seus
apoiadores e os meus juntos nas prévias”, declara Izalci Lucas.
Fonte: Jornal
de Brasília