O senhor será candidato a algum cargo este ano?
Creio que não. A
governador eu não serei e na disputa à presidência, o PDT muito provavelmente
estará com Dilma Rousseff. E, mesmo que o PDT tenha candidatura própria, eu
creio que não é mais minha vez. Não devo ser candidato a nenhum cargo.
Qual será seu papel nas eleições?
Terei um candidato a
governador que possa recuperar Brasília. A meu ver, o Agnelo não está
conduzindo bem a cidade. E apoiarei um candidato a presidente da República que
possa reorientar o Brasil. Tem que ser um candidato com proposta de futuro, uma
espécie de Juscelino Kubitschek do século 21. ...
E quem são esses candidatos?
Ao governo, o meu
candidato é o Reguffe. Eu espero que ele mantenha a candidatura dele até o
final. Eu terei o maior prazer em fazer campanha para
o Reguffe. É um candidato
que traz uma novidade grande para o cenário do Distrito Federal.
Petistas ainda nutrem a esperança da retomada da aliança com o PDT.
Alguma chance de isso ocorrer?
Agnelo não é petista. Eu
sou muito mais petista do que ele. Eu tenho o maior carinho, respeito e
gratidão com relação ao PT. Devo boa parte da minha carreira política ao
partido. Mas o governo Agnelo não tem a cara de um governo de esquerda. Tem a
cara do governo de Arruda. O estádio foi um projeto de Arruda, as bacias para
ônibus foram um projeto de Arruda, que tinha um governo focado em obras. Um
governo de esquerda tem que ser focado no social. Eu fiz história com o Bolsa
Escola, o Poupança Escola, a faixa de pedestre, o saúde em casa. Tudo isso sem
fazer um único viaduto. E acho que estava certo. Serei sempre grato ao PT. Ao
Agnelo, não.
Como o senhor vê a articulação no campo da esquerda, que pode unir
novamente os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB)?
Acho que existe uma
conivência entre o Estado petista e o Estado rorizista. Eles querem colocar
para nós que só há essas duas opções. E eu espero que a gente possa romper essa
polarização e espero que a militância petista vote em um candidato da esquerda
progressista, que certamente não é o Agnelo.
Quais são as chances de aliança com o PSB, do senador Rodrigo Rollemberg?
O Reguffe tem conversado
com ele e também com o Toninho do PSol, para criar uma frente alternativa. Mas
tudo vai depender muito da vontade de Reguffe. Se ele quiser ser candidato a
governador, ele terá todo o nosso apoio. Ele é hoje o nosso líder. Mas, se ele
chegar à conclusão de que vale a pena abrir mão da cabeça de chapa para
viabilizar uma aliança tendo Toninho como candidato, por exemplo, estaremos ao
lado dele.
Depois de 12 anos no Senado, ainda vale a briga no Congresso Nacional?
Tenho o mesmo vigor. Acho
que a disposição até aumentou. Mas, com toda franqueza, sou contra um terceiro
mandato.
Depois de 2018, o que será de Cristovam Buarque?
Não me vejo disputando
eleições em 2018. Não cogito um terceiro mandato. Tenho até um projeto de lei
que proíbe todo mundo a ser candidato a mais de uma reeleição.
Fonte:
Coluna Eixo Capital-Correio Braziliense - 12/01/2014