O pior cego é aquele que não quer ver, ou
precisamente, o que não lê, não ouve e se encrusta diante de fatos, que mesmo
na política, são claros e transparentes. Neste sentido, temos que dar crédito
às pesquisas, mesmo os que desdenham quando não são favoráveis e torcem o
nariz.
As pesquisas, obviamente, de institutos sérios, como
Ibope, Datafolha, Voxpopuli, e outras, trazem números relevantes, e tendências
que implicam em análises sobre o futuro iminente. Algumas destas informações
podem traduzir o que está por vir!
No cenário nacional, que determinará palanques
regionais ou estaduais, alianças e estratégias, tem praticamente definido que a
presidente Dilma Rousseff será candidata à reeleição, amparada por índices baixos,
se considerar a máquina governamental, diante de aproximadamente 40% do PIB, e
de um cenário econômico, diga-se de passagem, foi, senão o tema mais
importante, um dos que implicaram na
mudança de rumo nas ultimas eleições.![]() |
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Uma pesquisa recente, diz que 62% da população quer
mudança, melhores serviços, mais dignidade e 57% consideram que 2014 será um
ano pior do que 2013, portanto, um clima de pessimismo.
Os dados acima remetem ao novo, a um discurso
diferente, incluindo postura ética, de história retilínea, ao mesmo tempo, de
resultados.
Inequivocamente, no meio da Copa do Mundo, o maior
evento global, teremos a volta das manifestações, que derrubaram os números da
presidente Dilma ao chão, levando sete meses para recuperar-se, além de
alcançar os governantes de todo o país, independentemente de partido.
O mesmo deve ocorrer este ano, mais terão apenas 60
dias para fazer um balanço de seus governos e pedir aos eleitores um voto de
confiança, especialmente para aqueles que lutarão para se reeleger, como é o
caso do governador Agnelo Queiroz, que nutre índices de aprovação que o coloca
como o segundo pior governador do país.
O ano tem um calendário “apertado”, janeiro e
fevereiro, férias, março carnaval, culturalmente, após, é quando o país começa
a produzir de fato, abril teremos novas administrações, os que irão para
corrida eleitoral terão que se desincompatibilizar e abril e maio para
alavancar projetos estruturantes, a partir de junho existem impedimentos
legais, exatamente por conta das eleições, as manifestações,
principalmente nas cidades-sede, que irão eclodir, paralisando muitas
atividades, tudo em meio às convenções e alianças políticas.
Agosto e setembro, campanhas eleitorais, outubro, em
vários estados, muito provavelmente no DF e na eleição presidencial, teremos
segundo turno, novembro e dezembro, transição, ou seja, planejamento para
iniciar 2015.
No Distrito Federal, há uma miopia cega quando se
afirma que o governador Agnelo é candidato único, sem concorrentes. Ora, se
pensarmos que o próprio Agnelo terá que passar pela convenção partidária,
embora pareça ter controle sobre o PT local, existem sempre conflitos internos,
nas suas várias correntes, e se os números não melhorarem, sempre há o risco,
até pelo questionamento dele não ser “petista” histórico ou de carteirinha.
O Senador Rodrigo Rollemberg é candidato ao GDF, até
porque tem a obrigação de aprontar palanque para o Candidato Eduardo
Campos/Marina Silva, diga-se de passagem, na última eleição ganhou da
presidente Dilma, no DF, e tem representatividade no segmento evangélico, com
seus mais de 600 mil eleitores.
O deputado Reguffe se anuncia como pré-candidato ao
governo, mesmo que muitos não acreditem, e de fato, deve vir candidato ao
senado, tornando-se um nome forte para apenas uma vaga, tendo como
concorrentes prováveis o deputado Magela, e o senador Gim Argello, que está
fazendo de tudo para que não tenha adversários, inclusive e especialmente
Reguffe, o motivando a ser candidato ao governo, tendo outro senador, Cristovam
Buarque, hoje , indigesto oponente de Agnelo, incentivando seu “aluno”, também
a disputar o Buriti.
Toninho do PSOL deverá concorrer mais uma vez ao
cargo de governador, e temos que considerar que na última eleição teve
aproximadamente 15% do eleitorado. Portanto, poderemos ter quatro candidatos,
três ou dois do centro esquerda.
Rodrigo Rollemberg é uma incógnita, pode arregimentar
uma forte chapa, se acertar acordo com Reguffe e Cristovam, com a Rede de
Marina Silva e seus seguidores e quem sabe, uma experiente política, hábil, que
se coloca como um coringa de peso. É Eliana Pedrosa, do PPS, que também se
anunciou como pré-candidata e que pode muito bem fazer uma composição com o
PSB, seguindo a aliança nacional, ou com o PSDB, no palanque do candidato à
presidência Aécio Neves.
Na oposição o PSDB lista como candidatos ao cargo os
deputados Luiz Pitiman. Izalci Lucas e Marcio Machado, mas a decisão deve ficar
com aquele que tiver melhores condições de buscar alianças que reforcem seu
projeto.
Neste aspecto, Luiz Estevam tem a marca Roriz sob sua
tutela, e deverá negociar os 20% que Roriz detém, especialmente com sua
herdeira mais viável, que vem desempenhando um bom trabalho na Câmara
Distrital, Liliane Roriz, que pode ocupar um cargo majoritário, talvez com o
próprio PSDB.
Roriz, que se anuncia como candidato, dificilmente terá condições físicas e de saúde para suportar um pleito dos mais disputados, além de provável impedimento legal e jurídico.
Roriz, que se anuncia como candidato, dificilmente terá condições físicas e de saúde para suportar um pleito dos mais disputados, além de provável impedimento legal e jurídico.
Outro pré-candidato, que as pesquisas apontam entre
os primeiros colocados, e que 44% da população aceitam perdoar pelos deslizes,
por ser considerado um bom executor/realizador, é José Roberto Arruda, que nas
rodas dos mais entendidos na política do DF, atentam que se ele se livrar dos
muitos processos judiciais, pode ser o grande adversário oposicionista.
Sendo candidato, pode levar a deputada Eliana Pedrosa
como sua vice, e não podemos descartar um acordo com Roriz e os vários grupos
sobre os quais Arruda tem certo controle e hegemonia. Portanto, no chamado
centro direita, poderemos ter quatro, dois ou um único candidato, congregando
todas as forças.
Por toda a análise, vai haver concorrentes, e de peso, para enfrentar o governador Agnelo Queiroz, com uma administração desastrosa, e que parece estar “enxugando gelo”.
Por toda a análise, vai haver concorrentes, e de peso, para enfrentar o governador Agnelo Queiroz, com uma administração desastrosa, e que parece estar “enxugando gelo”.
Sua gestão e imagem são de ineficiência, seus
secretários e administradores, até pelas alianças que fez, são ruins, com
pífios resultados, mesmo nas pastas estratégicas, como saúde, educação,
segurança e transportes.
Agnelo deveria seguir o exemplo de seu vizinho,
Marconi Pirillo e promover uma ampla reforma administrativa, com nomes que
pudessem mudar o quadro, especialistas e técnicos, retirando imediatamente
aqueles que serão candidatos, dando oxigenação ao seu governo.
O tempo é o maior inimigo, especialmente para quem
tem o poder, os pré-candidatos podem e devem esperar pelos acontecimentos, até
porque o maior concorrente de Agnelo é ele mesmo.
Por Karla Maranhão
Fonte: Portal Notibras