Agnelo Queiroz criticou policiais militares que aderiram à Operação
Tartaruga
O governador Agnelo Queiroz afirmou nesta sexta-feira
(31) que vai tomar atitudes para garantir a segurança do Distrito Federal. Ele
se refere à Operação Tartaruga da Polícia Militar que, como forma de protesto,
trabalha em ritmo lento.
— Eu não vou admitir em hipótese alguma que meia
dúzia de pessoas, com atitudes inclusive covardes, possa desmoralizar a Polícia
Militar do Distrito Federal. Discutir as reivindicações e tratar a
democracia é que o nós estamos fazendo. Não têm direito de colocar a vida das
pessoas em risco. ...
Agnelo declarou ainda que confia nos comandantes da
PM.
— A população não pode confundir toda a Polícia
Militar com gestos abomináveis , como alguns de gente covarde comemorando a
morte de inocentes. Não podemos
admitir isso em hipótese alguma.
Amigos e familiares de jovem assassinado marcam
protesto contra a violência no DF
Mesmo com a onda de violência no Distrito Federal, um
dos líderes dos policiais militares afirma que a Operação Tartaruga, realizada
pela PM, está sendo um sucesso. Durante entrevista ao Balanço Geral DF, nesta
quinta-feira (30), o subtenente Ricardo Pato falou sobre a situação.
— Acredito que quase 100% da categoria já aderiu à
Operação Targaruga da PM por isso está sendo esse sucesso que está tendo aí.
Quando questionado sobre o termo "sucesso",
o militar completou que a PM pretende mostrar a situação dos trabalhadores da
categoria.
— Sucesso porque a gente está conseguindo chamar a
mídia para nosso lado. A gente está conseguindo mostrar para a população a
nossa situação.
A Operação Tartaruga começou há dois meses e a
violência disparou nas ruas da capital federal. Dados da SSP-DF (Secretaria de
Segurança Pública do DF) mostram que só em janeiro houve um aumento de 28% nos
casos de homicídio em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 49 mortes
em 2013 contra 63 em 2014.
Apesar de confirmada pelos militares, a SSP-DF
negava, até o início desta semana, a existência do protesto. Na segunda-feira
(27), a categoria espalhou outdoors em vários pontos do DF afirmando que a
Operação Tartaruga está, de fato, acontecendo. Com isso, as ocorrências são
atendidas com demora e há menos policiamento ostensivo nas ruas, abrindo
brechas para a ação dos bandidos.
Nas placas, que já foram removidas, eram exibidos
pedidos de valorização de policiais e bombeiros militares e a exigência para
que o governo cumprisse as promessas salariais feitas durante a campanha
eleitoral de 2010. Os policiais também convocaram os colegas para uma assembleia
geral, marcada para o dia 13 de fevereiro, em frente ao Palácio do Buriti, sede
do executivo local.
Com a queda de braço entre o governo e a PM, a
população fica refém da violência nas ruas. Na última semana, multiplicaram-se
os casos de homícidios e latrocínios, em regiões tranquilas durante a noite e
de dia. Nesta quinta-feira (30) um homem foi baleado na frente de um
supermercado na Asa Sul. Já nesta quarta (29) um jovem foi morto em uma
tentativa de assalto na frente de casa, em Águas Claras.
Para o coronel Brambilla, a população não pode cobrar
da polícia.
— A população não tem que cobrar da gente. Somos pais
de família, pessoas honradas, temos compromissos financeiros e necessidades
como qualquer pessoa. A população tem que cobrar do governador, que pode
resolver os problemas na hora que quiser e não o faz. Ele é o responsável por
toda essa situação porque é omisso.
Secretaria de Segurança
O secretário de Segurança Pública do DF, que daria
uma entrevista ao Balanço Geral DF desta quinta-feira (30) para falar sobre o
assunto, não compareceu. Na última segunda-feira ele comentou em entrevista à
Record Brasília que a situação está sendo tratada por vários órgãos do governo
para que alguma solução seja encontrada urgentemente. Em nota oficial
divulgada à imprensa no início da tarde, o governador Agnelo Queiroz afirmou
que "Brasília não será refém do medo" e repudiou a Operação
Tartaruga.
Fonte:
Portal R7, com TV Record Brasília