Liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD fechou
nesta quarta-feira apoio à candidatura de Patrus Ananias (PT) em Belo
Horizonte. O acordo, orquestrado a pedido da presidente Dilma Rousseff, exigiu
de Kassab uma negociação com a bancada do PSD no Congresso.
Kassab viajou a
Brasília para selar o acordo. O prefeito consultou o presidente da seção
mineira de seu partido, Paulo Simão, e formalizou o embarque na campanha do PT.
A decisão foi da Executiva nacional, acatada pela direção municipal.
Os deputados
federais do PSD já informaram a
decisão ao prefeito de Belo Horizonte, Márcio
Lacerda, e ao candidato do PT, Patrus Ananias.
A princípio, os
dirigentes locais resistiam à mudança de rota. O prefeito paulistano, contudo,
argumentou que a disputa ganhara conotação "nacional". Segundo
interlocutores de Kassab, era sua intenção fazer um gesto aos petistas, que não
fizeram objeção à criação da nova legenda.
A Folha apurou que Antonio Anastasia (PSDB),
aliado de Lacerda, chegou a propor ao PSD mais espaço no governo mineiro para
manter a sigla na órbita do prefeito. A oferta, contudo, não foi aceita.
Com o apoio ao
PT, o partido de Kassab definirá nos próximos dias se devolve a Anastasia a
Secretaria de Gestão Metropolitana, hoje comandada pelo deputado Cássio Soares
(PSD).
O movimento
contraria o PSD de Minas Gerais, muito ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
PT
Apesar de fazer
parte da aliança que levou Lacerda à prefeitura, o PT decidiu por candidatura
própria na capital mineira após o partido não chegar a um acordo com os
socialistas sobre a chapa para vereador.
O PT anunciou que
teria candidato próprio no último sábado, logo após saber que o PSB decidiu não
fazer coligação proporcional (que influencia na eleição de vereadores).
A decisão do PSB
em não renovar a coligação proporcional foi influenciada pela pressão do
senador Aécio Neves (PSDB), que ameaçou romper a aliança com Lacerda.