quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ministra diz que governo não entrará no debate eleitoral


A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira (5) que não há a "menor possibilidade" de trazer discussões sobre as eleições municipais para dentro do governo Dilma Rousseff.
A ministra citou o exemplo da disputa na cidade de São Paulo, onde partidos da base aliada são adversários, e disse que esse tema deve ser tratado no "âmbito dos partidos e da situação local".
"Vamos citar o exemplo de São Paulo. Vai ter a candidatura do [Fernando] Haddad, do PT, com vários partidos da base, mas também tem a
candidatura do [Gabriel] Chalita, do PMDB, que é nada mais nada menos que o partido do vice-presidente da República. Então não há menor possibilidade de trazer, às vezes, a disputa partidária eleitoral local para ointerno do governo", explicou.
Apesar da afirmação de Ideli, a Folha apurou que a presidente Dilma Rouseff agiu para se contrapor a articulação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), seu virtual rival na eleição de 2014, na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Em reunião na segunda-feira, Dilma deu aval à candidatura do petista Patrus Ananias e costurou apoio do PMDB, PDT, PC do B e PSD.
A articulação ocorreu após a quebra de um acordo entre tucanos e petistas na cidade, sob comando de Márcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição.
O roteiro de ações que resultou na candidatura Patrus foi desenhado no Palácio do Alvorada, na segunda, durante uma reunião de Dilma com o vice-presidente Michel Temer (PMDB); o presidente do PT, Rui Falcão; e o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), ex-prefeito de BH.
A operação contou com a ajuda do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).
INAUGURAÇÕES
Ideli voltou a citar a frase de Dilma de que a melhor maneira de contribuir com o processo eleitoral é "continuar se preocupando com o Brasil".
 continuar se preocupando de manhã, tarde, madrugada, um dia sim, outro também, no enfrentamento da crise, que o Brasil continue crescendo, distribuindo renda, geração de empregos e tal", explicou.
Questionada se as inaugurações que a presidente participará nas cidades de São Bernardo do Campo hoje e no Rio de Janeiro amanhã não constituem "agenda eleitoral", Ideli desconversou: "Ela está lançando obras".
Em relação à participação de ministros na campanha eleitoral, Ideli afirmou que os integrantes do governo têm liberdade para atuar em suas bases eleitorais, porém fora do horário de expediente.
A ministra não respondeu à pergunta se a aliança de Paulo Maluf (PP) com Haddad poderia prejudicar a imagem do PT ou do governo Dilma.
MENSALÃO
Ideli afirmou também que o mensalão é um assunto "da esfera do Judiciário", mas disse que torce para que 'a justiça seja feita'.
"Nós torcemos para que tudo corra de forma tranquila e também que a justiça seja feita conforme as provas e autos, que é o que todos nós aguardamos e torcemos para que aconteça", disse Ideli.
A afirmação foi feita durante o programa de rádio "Bom dia, ministro", produzido e veiculado pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
Em junho, o ministro Ricardo Lewandowski concluiu o seu voto sobre o mensalão e liberou o processo para ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O julgamento está previsto para acontecer em agosto.