Entre
os mais de 300 requerimentos que a comissão deve analisar nesta quinta-feira
está o pedido de reconvocação do próprio Carlinhos Cachoeira
A CPI que investiga as relações do bicheiro Carlos Cachoeira com polítcos e agentes públicos e
privados aprovou nesta quinta-feira (5) a convocação do ex-sócio da Delta
Construções Fernando Cavendish. Uma das maiores empreiteiras do país, a empresa
é acusada pela Polícia Federal de integrar o esquema ilegal do contraventor,
preso desde fevereiro por envolvimento em uma rede de jogos ilegais. Também
foram
aprovadas as convocações do ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes) Luiz Antônio Pagot e do prefeito de Palmas,
Raul Filho (PT).
Três deputados - Rubens Bueno (PPS-PR), Paulo Teixeira (PT-SP) e Carlos
Sampaio (PSDB-SP) - e três senadores - Alvaro Dias (PSDB-PR), Randolfe
Rodrigues (Psol-AP) e Kátia Abreu (PSD-TO) - apresentaram requerimentos para a
convocação do prefeito de Palmas, que aparece em vídeo negociando apoio de Cachoeira nas eleições de
2004.
A comissão pode avaliar também uma possível
reconvocação do próprio Cachoeira, que esteve na CPI em maio, mas, munido de um
habeas corpus, ficou calado durante todo o tempo. Segundo o relator da
comissão, o deputado Odair Cunha (PT-MG), o contraventor tem dado sinais de que
está disposto a falar. “Aliás, ele disse isso textualmente quando aqui esteve.
A sua esposa, em reportagens, também sinalizou que ele poderia falar. Então nós
vamos deixar esse requerimento aprovado para quando o momento for oportuno.”
CPI encerra sessão após
pouco mais de duas horas de ‘silêncio’ de Cachoeira
Outro
requerimento em pauta tem como objetivo uma possível ida dos parlamentares à
Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde Cachoeira está preso. O deputado
federal Luiz Pitiman (PMDB-DF), autor do pedido, propõe que três integrantes da
comissão visitem o contraventor.
Os
parlamentares também devem analisar quais das pessoas que usaram o direito de
ficar caladas vão ser chamadas de novo à CPI. Os que apresentaram
justificativas como viagem e atestado médico também devem ser reconvocados e,
se preciso, com o apoio da Polícia Federal.
De acordo com o
presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), os deputados e
senadores que compõem a CPI têm “meios legais para, de forma coercitiva",
trazer os depoentes. "É o que vamos fazer: tomar os procedimentos legais
em relação a quaisquer outras testemunhas.”
Ana Cardozo chegou a pedir para que o depoimento
fosse adiado, mas foi negado. Mesmo assim, ela não apareceu para depor nesta terça-feira. Apesar
disso, os advogados dela entregaram à CPI mais de 110 páginas de documentos
relacionados à empresa de pesquisa, contento notas fiscais, extratos
bancários e contratos.
Odair Cunha
considerou o material importante: “Ela admite que recebeu R$ 28 mil da empresa
Alberto & Pantoja, em razão do pagamento de pesquisa eleitoral que teria
sido pedida pelo senhor Edivaldo Cardoso. Ele foi, nada mais, nada menos, que o
presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás. É um vínculo
evidente de alguém que está no governo goiano com alguém da organização
criminosa."
Com Agência Senado