Os moradores do Park Way
estão insatisfeitos com a qualidade do serviço de entrega dos Correios. O tema
vem sendo alvo de calorosas conversas na rede social coordenada pela associação
que representa os moradores do bairro. Ela oficializou a queixa à empresa em
2010, mas as coisas não mudaram. ...
A
maior reclamação parte dos moradores de condomínios. Como se sabe, as antigas
mansões com área de até vinte mil metros quadrados foram alvo de parcelamento.
A maioria está dividida em seis ou oito
frações. Para se obter o habite-se da
administração regional, o GDF exige que na portaria de cada condomínio seja
instalada uma caixa de correio para cada residência, além de uma destinada à
administração do condomínio. Caixas que devem seguir um padrão oficial da
empresa de Correios. Essas caixas de correspondência, contudo, não são usadas
pelos carteiros. Segundo as reclamações, eles depositam as correspondências
destinadas a todas as residências de um mesmo condomínio em uma única caixa, na
maioria das vezes, a da administração do condomínio. Cabe aos moradores fazer a
partilha do que foi entregue.
Em
resposta à reclamação da Associação dos Moradores do Park Way os Correios
alegam basear-se na portaria 311/1998, que autoriza aos carteiros a depositar
em uma só caixa receptora as correspondências destinadas a edifícios
residenciais com mais de um pavimento, embaixadas, associações, quartel,
hospital, empresa comercial e bancos, dentre outros destinatários. Mas este não
é o caso dos condomínios do Park Way, pois eles não constituem edifícios
residenciais com mais de um andar, nem são bancos ou hospitais. Na verdade,
eles equivalem-se a uma rua qualquer com residências individuais, como as que
existem no Lago Sul, Norte ou no Guará. Nesses locais, como em qualquer outra
rua, os carteiros entregam as cartas de casa em casa, não as deixam na primeira
casa da esquina.
A
entrega de correspondências de seis ou oito famílias em uma só caixa receptora
provoca atrasos e às vezes até extravios, trazendo prejuízos, principalmente,
quando se tratam de contas a vencer. Além disso, reclamam que
diversas correspondências são entregues pelos carteiros em condomínios
trocados. “Na pressa da leitura, confundem o número do lote com o número da
fração. Não são raras as cartas entregues num condomínio que tinha como destino
outro local” – relata uma moradora da quadra 28.
Cep
Outra
queixa em relação aos Correios é a não atualização do Código de Endereçamento
Postal. Há anos o Park Way é uma região autônoma, segundo a geopolítica do
Distrito Federal. Entretanto, no cadastro do Cep, o Park Way é um setor interno
ao Núcleo Bandeirante. E esta informação aparece automaticamente nos cadastros
quando se informa o Cep do Park Way. O problema traz complicações e gera
dúvidas, principalmente, por parte de empresas que se relacionam por via postal
com seus clientes. Tradicionalmente, o endereço sai grafado de forma equivocada
nas correspondências.
Sedex
Outro
padrão de reclamação é voltado às entregas que exigem assinatura de quem as
recebe, tais como as cartas registradas e correspondências via Sedex. Este
material, até pela urgência, é normalmente distribuído por
carteiros-motoqueiros. Mas como todo moto-boy, estes também são apressados.
Normalmente, tocam no máximo umas duas vezes a campanhinha e vão se embora. Os
condomínios do Park Way possuem uma profundidade de uns 200 metros de extensão.
Não se chega rapidamente até a portaria a tempo de assinar o recebimento das
correspondências.
Pelas
regras postais, depois de três visitas à residência do destinatário, um aviso é
deixado na caixa do correio para que o interessado vá, ele mesmo, retirar sua
encomenda na agência de Correios mais próxima. E é essa categoria “mais
próxima”, que tem deixado ainda mais irritados muitos moradores do Park Way.
“Anteriormente, a agência mais próxima era na área central do Núcleo
Bandeirantes. Depois mudaram para o setor industrial daquela satélite, já bem
próximo ao Guará II. Ultimamente, quem não consegue pegar o carteiro-motoqueiro
tem que se deslocar até o Riacho Fundo 1, uma viagem de quase vinte
quilômetros, dependendo de qual setor do Park Way partiu o interessado ” –
esclarece um morador da Quadra 15 do bairro.
Se
o carteiro deixa um aviso após a terceira entrega, por que ele não pode alertar
o destinatário já na primeira tentativa de entrega e avisar da data da próxima
viagem, perguntam-se muitos. Desta forma, o morador estaria atento e a postos
para receber a correspondência que aguarda.
A
Empresa Brasileira de Correios tem por força constitucional o monopólio da
entrega de correspondências. Entretanto, isso não pode ser escudo para
desempenhar suas funções em desagrado aos usuários, que, afinal, são os que
pagam pelos serviços. Como é detentora do monopólio, ela tem a obrigação de
buscar a perfeição e se adaptar às mudanças urbanísticas das cidades. Caso
contrário, perderá em credibilidade e em clientela.
Fonte:
Brasília por Chico Sant'Anna - 29/01/2013