terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Serviços dos Correios desagradam moradores do Park Way


Os moradores do Park Way estão insatisfeitos com a qualidade do serviço de entrega dos Correios. O tema vem sendo alvo de calorosas conversas na rede social coordenada pela associação que representa os moradores do bairro. Ela oficializou a queixa à empresa em 2010, mas as coisas não mudaram. ...

A maior reclamação parte dos moradores de condomínios. Como se sabe, as antigas mansões com área de até vinte mil metros quadrados foram alvo de parcelamento. A maioria está dividida em seis ou oito
frações. Para se obter o habite-se da administração regional, o GDF exige que na portaria de cada condomínio seja instalada uma caixa de correio para cada residência, além de uma destinada à administração do condomínio. Caixas que devem seguir um padrão oficial da empresa de Correios. Essas caixas de correspondência, contudo, não são usadas pelos carteiros. Segundo as reclamações, eles depositam as correspondências destinadas a todas as residências de um mesmo condomínio em uma única caixa, na maioria das vezes, a da administração do condomínio. Cabe aos moradores fazer a partilha do que foi entregue.

Em resposta à reclamação da Associação dos Moradores do Park Way os Correios alegam basear-se na portaria 311/1998, que autoriza aos carteiros a depositar em uma só caixa receptora as correspondências destinadas a edifícios residenciais com mais de um pavimento, embaixadas, associações, quartel, hospital, empresa comercial e bancos, dentre outros destinatários. Mas este não é o caso dos condomínios do Park Way, pois eles não constituem edifícios residenciais com mais de um andar, nem são bancos ou hospitais. Na verdade, eles equivalem-se a uma rua qualquer com residências individuais, como as que existem no Lago Sul, Norte ou no Guará. Nesses locais, como em qualquer outra rua, os carteiros entregam as cartas de casa em casa, não as deixam na primeira casa da esquina.

A entrega de correspondências de seis ou oito famílias em uma só caixa receptora provoca atrasos e às vezes até extravios, trazendo prejuízos, principalmente, quando se tratam de contas a vencer. Além disso, reclamam que diversas correspondências são entregues pelos carteiros em condomínios trocados. “Na pressa da leitura, confundem o número do lote com o número da fração. Não são raras as cartas entregues num condomínio que tinha como destino outro local” – relata uma moradora da quadra 28.

Cep
Outra queixa em relação aos Correios é a não atualização do Código de Endereçamento Postal. Há anos o Park Way é uma região autônoma, segundo a geopolítica do Distrito Federal. Entretanto, no cadastro do Cep, o Park Way é um setor interno ao Núcleo Bandeirante. E esta informação aparece automaticamente nos cadastros quando se informa o Cep do Park Way. O problema traz complicações e gera dúvidas, principalmente, por parte de empresas que se relacionam por via postal com seus clientes. Tradicionalmente, o endereço sai grafado de forma equivocada nas correspondências.

Sedex
Outro padrão de reclamação é voltado às entregas que exigem assinatura de quem as recebe, tais como as cartas registradas e correspondências via Sedex. Este material, até pela urgência, é normalmente distribuído por carteiros-motoqueiros. Mas como todo moto-boy, estes também são apressados. Normalmente, tocam no máximo umas duas vezes a campanhinha e vão se embora. Os condomínios do Park Way possuem uma profundidade de uns 200 metros de extensão. Não se chega rapidamente até a portaria a tempo de assinar o recebimento das correspondências.

Pelas regras postais, depois de três visitas à residência do destinatário, um aviso é deixado na caixa do correio para que o interessado vá, ele mesmo, retirar sua encomenda na agência de Correios mais próxima. E é essa categoria “mais próxima”, que tem deixado ainda mais irritados muitos moradores do Park Way. “Anteriormente, a agência mais próxima era na área central do Núcleo Bandeirantes. Depois mudaram para o setor industrial daquela satélite, já bem próximo ao Guará II. Ultimamente, quem não consegue pegar o carteiro-motoqueiro tem que se deslocar até o Riacho Fundo 1, uma viagem de quase vinte quilômetros, dependendo de qual setor do Park Way partiu o interessado ” – esclarece um morador da Quadra 15 do bairro.

Se o carteiro deixa um aviso após a terceira entrega, por que ele não pode alertar o destinatário já na primeira tentativa de entrega e avisar da data da próxima viagem, perguntam-se muitos. Desta forma, o morador estaria atento e a postos para receber a correspondência que aguarda.

A Empresa Brasileira de Correios tem por força constitucional o monopólio da entrega de correspondências. Entretanto, isso não pode ser escudo para desempenhar suas funções em desagrado aos usuários, que, afinal, são os que pagam pelos serviços. Como é detentora do monopólio, ela tem a obrigação de buscar a perfeição e se adaptar às mudanças urbanísticas das cidades. Caso contrário, perderá em credibilidade e em clientela.



Fonte: Brasília por Chico Sant'Anna - 29/01/2013