terça-feira, 29 de janeiro de 2013

CNJ determina que condenada por homicídio seja excluída do TJ-PR


Beatriz Abagge é acusada de mandar matar menino em ritual de magia. Crime aconteceu em 1992, mas ela só foi condenada em 2011.


CNJ determinou que a servidora seja devolvida
aos quadros da Prefeitura de Guaratuba
(Foto: Reprodução RPC TV)
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, determinar que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) providencie a devolução de Beatriz Abagge aos quadros da Prefeitura de Guaratuba, no litoral do estado. Abagge foi condenada a 21 anos de prisão por envolvimento na morte de uma criança de seis anos, durante um culto de magia negra.
De acordo com a decisão, tomada nesta terça-feira (29), os conselheiros consideraram que a exclusão dela dos quadros de servidores do TJ-PR foi baseado nos princípios da moralidade administrativa. O processo contra ela ainda segue em
grau de recurso, mas ela já foi condenada em primeira e segunda instâncias pelo crime.
A decisão também obriga o TJ-PR a apurar um suposto caso de favorecimento envolvendo Abagge e um dos membros da Corte paranaense. O CNJ deu prazo para que o Tribunal envie aos conselheiros um relatório sobre o caso em 30 dias para os conselheiros.
O conselheiro Jeferson Kravchychyn, relator do processo administrativo no CNJ também determinou que a ação criminal de Abagge seja incluída no programa Justiça Plena. Esse projeto acompanha o andamento de processos como o da servidora pública, que tramita na Justiça desde 1992.
O G1 tentou contato com o TJ-PR e com os advogados de Abagge para comentarem a decisão, mas ninguém foi encontrado.
Entenda o caso
Evandro Ramos Caetano, de seis anos, desapareceu em abril de 1992 quando ia para escola em Guaratuba, litoral do Paraná. O corpo dele foi encontrado cinco dias depois "com lesões semelhantes às percebidas em sacrifícios de animais, como amputação de membros e retirada do coração", como afirmou o promotor de justiça do Tribunal de Júri de Curitiba, Paulo Sérgio Markowisz de Lima.
No primeiro julgamento, em 1998, Beatriz e a mãe, Celina, haviam sido absolvidas. Dois pais de santos e um ajudante foram condenados pelo crime em 2004. No entanto, o Ministério Público recorreu da decisão e conseguiu, através do Supremo Tribunal Federal (STF), um novo julgamento.
Este júri, realizado em 2011, foi o responsável pela condenação de Abagge aos 21 anos e quatro meses de reclusão. Ela foi considerada mandante do crime realizado através de um ritual de “magia negra”.


Fonte: G1