quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

'Fomos abandonados', diz mulher de Pizzolato, condenado no mensalão


Mulher do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão, Andrea Haas afirmou na noite desta quarta-feira (30) que sua família foi "abandonada" pelo PT. A crítica foi feita durante ato promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) pela anulação do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), com a presença do ex-ministro José Dirceu.
A intervenção de Haas foi feita aos gritos, da plateia, após Pizzolato ser defendido pelo jornalista Raimundo Pereira, para quem o ex-diretor do BB foi "estigmatizada sem prova nenhuma".
Lula Marques/Folhapress
Ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão
"Pizzolato nunca teve um cargo político no PT. Nós somos os pangarés, aqueles que ajudaram a eleger Lula. Desde a universidade, quando nos conhecemos, sempre trabalhamos para o PT. E agora, esperamos que não sejamos esquecidos como até hoje fomos. A nossa luta vai ser pela justiça. Queremos que o
STF reveja os erros que cometeram", disse ela ao auditório lotado da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), com mais de 600 pessoas.
Sentado na primeira fileira, no canto, Pizzolato chorou copiosamente quando foi defendido por Pereira e aplaudido pela plateia. Haas também foi aplaudida. Os dois saíram antes do início da fala de Dirceu, que estava sentado no palco, na mesa com os palestrantes.
"Nós sabemos o que estamos sofrendo por conta desses erros. Por causa dessa mentira do STF que não sabe analisar uma prova. Nossa família está aniquilada. Meus pais, o pai do Pizzolato. Nossa família foi destruída porque STF não olha as provas", disse Haas.
Pizzolato foi condenado por unanimidade por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos por servidor) pelo Supremo no caso do mensalão.
Ele foi acusado de autorizar antecipações do pagamento da publicidade do Fundo Visanet no valor de R$ 73,8 milhões. Esses recursos alimentaram, segundo a acusação, o mensalão.
Pereira afirmou que os recursos foram usados em patrocínios. O jornalista afirmou que as provas constam dos autos do processo. "Os ministros do Supremo não leram os autos, as provas", disse ele.

Fonte: Folha