Mulher
do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato,
condenado no caso do mensalão, Andrea Haas afirmou na noite desta quarta-feira
(30) que sua família foi "abandonada" pelo PT. A crítica foi feita
durante ato promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) pela anulação
do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), com a presença do ex-ministro
José Dirceu.
A intervenção de Haas foi
feita aos gritos, da plateia, após Pizzolato ser defendido pelo jornalista
Raimundo Pereira, para quem o ex-diretor do BB foi "estigmatizada sem
prova nenhuma".
Lula Marques/Folhapress
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"Pizzolato nunca teve um
cargo político no PT. Nós somos os pangarés, aqueles que ajudaram a eleger
Lula. Desde a universidade, quando nos conhecemos, sempre trabalhamos para o
PT. E agora, esperamos que não sejamos esquecidos como até hoje fomos. A nossa luta
vai ser pela justiça. Queremos que o
STF reveja os erros que cometeram",
disse ela ao auditório lotado da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), com
mais de 600 pessoas.
Sentado na primeira fileira,
no canto, Pizzolato chorou copiosamente quando foi defendido por Pereira e
aplaudido pela plateia. Haas também foi aplaudida. Os dois saíram antes do
início da fala de Dirceu, que estava sentado no palco, na mesa com os
palestrantes.
"Nós sabemos o que
estamos sofrendo por conta desses erros. Por causa dessa mentira do STF que não
sabe analisar uma prova. Nossa família está aniquilada. Meus pais, o pai do
Pizzolato. Nossa família foi destruída porque STF não olha as provas",
disse Haas.
Pizzolato foi condenado por
unanimidade por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
peculato (desvio de recursos públicos por servidor) pelo Supremo no caso do
mensalão.
Ele foi acusado de autorizar
antecipações do pagamento da publicidade do Fundo Visanet no valor de R$ 73,8
milhões. Esses recursos alimentaram, segundo a acusação, o mensalão.
Pereira afirmou que os
recursos foram usados em patrocínios. O jornalista afirmou que as provas
constam dos autos do processo. "Os ministros do Supremo não leram os
autos, as provas", disse ele.
Fonte: Folha