Grupo de
indígenas chegou a se instalou no antigo Museu do Índio para resistir à
demolição
O governador do Estado do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em informação confirmada por sua assessoria de
imprensa, desistiu oficialmente de demolir o prédio onde funcionou o Museu do
Índio, no Maracanã . Alvo de polêmica envolvendo tribos de diversas etnias, que
ocupam o local desde 2006, Cabral voltou atrás em sua decisão e optou pela
revitalização do local, após o índios se retirarem do local. Os indígenas devem
sair ainda nesta segunda-feira. ...
No
último sábado, a Justiça já havia concedido liminar que proibia o Estado de
executar a demolição do local, que seria, de acordo com o governo estadual, uma
exigência da Fifa tendo em vista os preparativos para a disputa da
Copa do
Mundo de 2014 – o Maracanã será o palco da grande final.
Em
nota oficial, o governo do Estado diz que, agora, “o governador Sérgio Cabral e
o prefeito Eduardo Paes vão agora tomar a iniciativa de fazer o tombamento do
imóvel. O Governo está tomando as devidas providências para que o local seja
desocupado dos seus invasores. O Governo do Estado comprou em 2012 da Conab o
imóvel, composto por esse e outros prédios, pelo preço de RS 60 milhões. O
Ministério da Agricultura já está desocupando os demais prédios existentes no
local, que serão demolidos para garantir o fluxo de pessoas no entorno do
estádio”.
Ficou
decidido ainda que a empresa que vencer a licitação para a concessão, prevista
para fevereiro, do estádio do Maracanã, que passa por reformas e tem
inauguração ainda com data incerta, será a responsável pela revitalização da
área. O complexo de atletismo Célio de Barros, o parque aquático Júlio De
Lamare, além da escola municipal Friedenreich, continuam, ao menos por
enquanto, no cronograma de demolição.
O
prédio vizinho ao Maracanã foi construído muito antes do que o estádio, em
1862, e abrigou a sede do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), predecessor da
Fundação Nacional do Índio (Funai). De 1953 a 1957, o Museu do Índio, criado pelo
antropólogo Darcy Ribeiro, funcionou ali antes de ser transferido para um
prédio no bairro de Botafogo.
Cerca
de 20 índios ocuparam o prédio abandonado em 2006 e criaram ali a “aldeia
Maracanã”, onde realizam atividades culturais, educativas e venda de
artesanato. Apoiados pela Defensoria Pública da União e pela comissão de
direitos humanos da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), os índios
buscavam a permanência no local, considerado por eles como um ponto de encontro
de todas as tribos que passavam pelo Rio de Janeiro.
Fonte:
Site Terra - 28/01/2013