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Bruno Fillipelli, em vídeo da Juventude do PMDB/DF veiculado no YouTube (Reprodução de vídeo) |
Por
Gabriel Castro -- O filho do vice-governador do Distrito Federal é funcionário-fantasma em
um gabinete na Câmara dos Deputados. Bruno Ervilha Filippelli, herdeiro do
peemedebista Tadeu Filippelli, deveria trabalhar no
escritório do deputado Pedro Chaves (PMDB-GO). Apesar de receber quase 10 000
reais dos cofres públicos por mês, Bruno não aparece na Câmara. Ele dá
expediente em outro lugar: a empresa que controla com o irmão.
É
na Aero Channel, companhia que comercializa paineis de publicidade, que o filho
do vice-governador trabalha. Além do salário, Bruno obtém outro benefício com a
sua nomeação no gabinete do deputado: o filho do vice-governador é servidor de
carreira do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Como foi requisitado para
trabalhar na Câmara, ele pode
dar expediente diariamente na própria empresa
sem ter de prestar contas e, ao mesmo tempo, mantém a possibilidade de
reassumir o cargo no Tribunal de Justiça quando quiser.
Mais
do que isso: aos mais de 6 000 reais que recebe do tribunal, ele acresceu uma
gratificação 3 540 reais, paga pela Câmara. No fim das contas, passou a ganhar
mais para trabalhar menos - ou nada.
Uma
funcionária da Aero Channel confirmou ao site de VEJA que Bruno trabalha na
empresa diariamente: "Ele costuma ficar aqui, mas ainda não voltou depois
do casamento", disse. O empresário se casou no dia 7 de junho, em uma
festa milionária. A cerimônia foi realizada em um castelo na Itália, nas imediações
de Roma. As fotos estão num site de coluna social de Brasília. Três dias antes,
ele havia entrado oficialmente de férias de seu cargo na Câmara. Deveria ter
retornado ao trabalho no dia 25. Mas não apareceu. No gabinete, uma
servidora identificada como Geralda confirmou que Bruno é lotado no escritório
de Pedro Chaves, mas não soube dizer o serviço prestado por ele. Também disse
não saber o paradeiro de empresároi nem o número de telefone do herdeiro de
Tadeu Filippelli.
Os
19 dias de férias em junho, aliás, não foram os únicos em 2012: Bruno ficou
oficialmente fora do trabalho pela Câmara entre os dias 5 de janeiro e 3 de
fevereiro. Antes disso, mais repouso: de 6 a 20 de dezembro do ano passado. Tudo isso
tendo assumido o cargo na Câmara em fevereiro de 2011. Saldo final: em
sete meses, o filho do vice-governador tirou 64 dias de férias. E nem
precisava.
Resposta - Bruno Filippelli não foi localizado para comentar o
caso. A assessoria do deputado Pedro Chaves afirmou, sem detalhes, que o
empresário não comparece ao gabinete porque "presta serviços externos
junto aos órgãos federais". Ainda assim, reconheceu que, depois das férias
que deveriam ter se encerrado em 22 de junho, o filho do vice-governador não
retornou ao "trabalho".
Fonte: Blog Radio Corredor