Na zona rural, os menores ajudam os pais na lavoura
e, nas cidades, meninas negras trabalham em casas de família como empregadas
domésticas. Uma realidade que parece invisível está perto de muita gente.
No Brasil, 123 mil crianças
de 5 a 9
anos trabalham para ajudar a família, sacrificam a infância e, na maioria das
vezes, os estudos, que garantiriam melhor posição no mercado de trabalho. Entre
10 a 13
anos, o número é de 785 mil. Os dados, que constam de um relatório da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), são preocupantes, embora o país
tenha progredido. Segundo a OIT, se forem incluídas faixas etárias até os 17
anos, são quatro milhões de crianças e adolescentes no trabalho. Há 20 anos,
esse número era de 20 milhões. É o que mostra o "Globo News Miriam
Leitão" desta semana.
Muito do
trabalho infantil parece invisível para a sociedade, apesar de estar dentro das
casas de muita gente. Quase 400 mil crianças e adolescentes, principalmente
meninas negras, trabalham como empregadas domésticas hoje no Brasil, apesar de
esse trabalho ser proibido para menores de 18 anos, segundo a constituição
brasileira. “Quando a mãe sai de casa e deixa um filho cuidando da casa,
substituindo a responsabilidade do adulto, isso também é considerado trabalho
infantil. Isso é diferente das tarefas cotidianas do lar que fazem parte do
processo de socialização e aprendizagem, como estender a cama, ajudar a lavar a
louça”, explica o coordenador de projetos da OIT, Renato Mendes.
Segundo o procurador e diretor da Associação Nacional de Procuradores do Trabalho, Maurício de Mello, o custo do trabalho infantil para o País é grande. “Há um custo no ponto de vista da previdência, no ponto de vista da saúde pública, do prejuízo que causa para a economia como um todo crianças que não tiveram uma formação adequada e que vão ser profissionais menos capacitados no futuro”, avalia o especialista.
Segundo o procurador e diretor da Associação Nacional de Procuradores do Trabalho, Maurício de Mello, o custo do trabalho infantil para o País é grande. “Há um custo no ponto de vista da previdência, no ponto de vista da saúde pública, do prejuízo que causa para a economia como um todo crianças que não tiveram uma formação adequada e que vão ser profissionais menos capacitados no futuro”, avalia o especialista.