O
presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta sexta-feira (27) a
concentração de poderes da CPI do Cachoeira na mão do relator, deputado Odair
Cunha (PT-MG). Segundo ele, a criação de sub-relatorias na comissão pode
atrapalhar o andamento das investigações.
Ontem, em reunião no
Congresso, o PT decidiu não permitir a criação de sub-relatorias na comissão
--que poderiam acabar sob controle da oposição. A resolução deve ser
oficializada na próxima semana aos integrantes da comissão.
"Isso acaba diluindo
muito o trabalho e perdendo foco e concentração que são necessários numa CPI
como essa. Ao contrario de prejudicar, não ter sub-relatoria ajuda a melhorar o
trabalho realizado pelo relator que terá mais condições de ele próprio tratar
de todos os temas", disse.
Questionado se a divisão do
trabalho de investigação não seria mais democrático ampliando a participação da
oposição, ele disse que a representação da CPI respeita decisão do eleitor.
"Para participar mais, a
oposição precisa ter mais votos nas eleições. Essa é uma regra básica. A
composição das comissões se dá a partir da representação dos políticos",
disse.
Na reunião de ontem, o PT
ainda decidiu que, a depender da sigla, o foco da investigação da CPI do
Cachoeira se restringirá à "organização criminosa" do empresário
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Com isso, os petistas querem
tirar da mira pessoas citadas lateralmente nas investigações e centralizar as
apurações da comissão no que a Polícia Federal já mostrou. Em relação à construtora
Delta, maior recebedora de recursos federais desde 2007, a orientação é evitar
que a empresa vire foco --que deve recair sobre seus funcionários com
participação no esquema de Cachoeira.
Sobre parlamentares, se novos
indícios surgirem, eles deverão ser reunidos em relatório a ser enviado para os
órgãos competentes, concluiu a sigla.