sexta-feira, 27 de abril de 2012

Marco Maia defende concentração de poderes da CPI no relator


O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta sexta-feira (27) a concentração de poderes da CPI do Cachoeira na mão do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). Segundo ele, a criação de sub-relatorias na comissão pode atrapalhar o andamento das investigações.
Ontem, em reunião no Congresso, o PT decidiu não permitir a criação de sub-relatorias na comissão --que poderiam acabar sob controle da oposição. A resolução deve ser oficializada na próxima semana aos integrantes da comissão.
"Isso acaba diluindo muito o trabalho e perdendo foco e concentração que são necessários numa CPI como essa. Ao contrario de prejudicar, não ter sub-relatoria ajuda a melhorar o trabalho realizado pelo relator que terá mais condições de ele próprio tratar de todos os temas", disse.
Questionado se a divisão do trabalho de investigação não seria mais democrático ampliando a participação da oposição, ele disse que a representação da CPI respeita decisão do eleitor.
"Para participar mais, a oposição precisa ter mais votos nas eleições. Essa é uma regra básica. A composição das comissões se dá a partir da representação dos políticos", disse.
Na reunião de ontem, o PT ainda decidiu que, a depender da sigla, o foco da investigação da CPI do Cachoeira se restringirá à "organização criminosa" do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Com isso, os petistas querem tirar da mira pessoas citadas lateralmente nas investigações e centralizar as apurações da comissão no que a Polícia Federal já mostrou. Em relação à construtora Delta, maior recebedora de recursos federais desde 2007, a orientação é evitar que a empresa vire foco --que deve recair sobre seus funcionários com participação no esquema de Cachoeira.
Sobre parlamentares, se novos indícios surgirem, eles deverão ser reunidos em relatório a ser enviado para os órgãos competentes, concluiu a sigla.