O
ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, afirmou nesta sexta-feira
(27) que é extremamente difícil que o Congresso consiga derrubar um veto
presidencial, ao se referir sobre o novo Código Florestal, aprovado na
quarta-feira pela Câmara dos Deputados.
O texto desagradou a
presidente Dilma Rousseff, que deve vetar principalmente os trechos que
signifiquem "anistia" a desmatadores.
Não está descartado, no
entanto, que congressistas tentem derrubar eventual veto de Dilma. "A
votação mostra que é extremamente difícil derrubar um veto. [...] A última
votação nominal que aconteceu mostra que não é bem assim que se derruba
veto", afirmou o ministro sobre a possibilidade.
Após participar de reunião
com a presidente Dilma e representantes da Contag (Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura), no Palácio do Planalto, Vargas afirmou que o
texto aprovado pelos deputados desagradou o governo.
Na avaliação do ministro, o
texto referendado anteriormente pelo Senado era mais equilibrado. "Não que
o texto do senado fosse o ideal, mas ele era o texto mais equilibrado. Tinha
mais equilíbrio entre produção e preservação dos nossos ativos
florestais", explicou.
Apesar do descontentamento do
Planalto, Vargas disse que a presidente Dilma ainda está analisando o que
deverá ser feito. Ele afirmou que o governo ainda não definiu como vai se
posicionar porque ainda não recebeu o texto da Câmara dos Deputados.
"Nós vamos analisar
tecnicamente o texto aprovado na Câmara, para depois ter uma orientação da Casa
Civil e [...] e a presidente, então, poderá fazer sua análise e decidir",
afirmou.
Vargas disse ainda que, além
da preocupação com o meio ambiente, o governo precisa estar atento aos reflexos
na produção agrícola, principalmente dos pequenos produtores. Na avaliação do
ministro, o equilíbrio ente pequenos e grandes produtores não foi contemplado
no texto aprovado pela Câmara.