Mesmo após determinação judicial, professores
ainda permanecem no Palácio do Buriti até a manhã desta sexta-feira (27/4). Há
cerca de 95 professores no 6º andar do anexo do Palácio do Buriti, sede da
Secretaria de Estado de Gestão Administrativa. Eles passaram a madrugada no
escuro, pois a luz foi cortada como medida para pressionar a desocupação. A
intenção do grupo é pressionar o governo a atender as reivindicações da
categoria.
O diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), Jairo Mendonça está reunido com os professores nesta manhã para definir os rumos da greve. “Não vamos reagir, vamos resistir pacificamente. Não queremos que ninguém se machuque”. A orientação é não agredir nenhum policial.
De acordo com a liminar -- entregue por um servidor da 4ª Vara da Fazenda Pública, às 20h de ontem--, os ocupantes tinham até duas horas para deixar as salas. Após o prazo, caso continuassem no local, a entidade sindical pagaria multa de R$ 10 mil a cada hora. Mesmo diante da determinação, os professores afirmaram que, somente com a presença do advogado do Sinpro-DF, o documento seria assinado. Ao longo do dia, o sindicato anunciou diversas vezes que os docentes não deixarão o prédio até que haja negociação entre o governo e a categoria.
Sem luz
Os manifestantes levaram colchonetes e estão recebendo comida por meio de baldes amarrados em uma corda pendurada na janela da sede do governo local. Durante a manhã uma pessoa não identificada estava no 5º andar tentando cortar essa corda, evitando o abastecimento. Uma das manifestantes, Joriame Fylve Machado, está revoltada com a situação. "É uma vergonha. A gente não estudou cinco anos para isso, é uma humilhação. A gente não quer nada mais do que o cumprimento do acordo. É mais digno estar em sala de aula do que dormir ao relento."
Negociação suspensa
Na tarde de ontem, o Governo do Distrito Federal (GDF) enviou uma nota à imprensa, afirmando que "diante da radicalização inaceitável do Sinpro, todas as propostas feitas à categoria desde o início das negociações estão suspensas até que o Sinpro anuncie o fim da greve".
Hoje, às 9h, uma assembleia geral dos professores irá definir o rumo da paralisação. Entre as reivindicações dos professores estão a restruturação do plano de carreira e a implantação do plano de saúde. “Vamos endurecer o movimento até que uma negociação ocorra. O governo tem que apresentar as alternativas para garantir o cumprimento do acordo”, anunciou o diretor jurídico do Sinpro-DF, Washington Dourado. Segundo ele, um dos motivos que levaram a entidade a organizar a ocupação foi a suspensão de uma reunião entre o governo e a categoria marcada para a tarde da última quarta-feira. A secretaria declarou que o encontro acabou desmarcado por incompatibilidade das agendas de ambas as partes.