A Operação Monte Carlo
chegou à Câmara Legislativa. Escutas telefônicas da Polícia Federal indicam que
o deputado distrital Agaciel Maia (PTC), um dos nomes cotados para assumir o
comando da Casa no segundo biênio da atual legislatura, mantinha uma relação
com o empresário José Olímpio Queiroga Neto, preso desde 29 de fevereiro sob a
acusação de manter casas de jogos no Entorno e de ser assessor do contraventor
Carlinhos Cachoeira. Num dos diálogos flagrados em junho do ano passado,
Agaciel conta que fez discurso em plenário contra os interesses de Olímpio, mas
votou a favor de uma emenda parlamentar que o beneficiava. Em outro trecho,
Olímpio diz a Agaciel não considerar conveniente a ideia de receber da Câmara
Legislativa o título de cidadão honorário de Brasília que seria proposto pelo
distrital.
De autoria do distrital Chico
Vigilante (PT), o projeto de lei complementar em questão permite a instalação
de postos de combustível em terrenos de supermercados. Em 15 de junho do ano
passado, a matéria foi aprovada em primeiro turno com o voto de 13 deputados
depois de muita controvérsia. Uma emenda proposta pelo deputado Raad Massouh
(PPL), no entanto, invalidou o conteúdo do texto, ao permitir que apenas novos
empreendimentos fossem autorizados a se instalar nessas áreas. A modificação do
projeto recebeu o voto de 10 deputados, entre os quais Agaciel Maia. Até hoje,
quase um ano depois, por conta de uma discussão jurídica sobre o quórum de
votações, a proposição permanece parada na Casa. Num dos diálogos gravados pela
PF, um interlocutor de Olímpio identificado como Ricardo Porto comenta com
surpresa sobre possível voto de Agaciel a favor do projeto de Vigilante. A
proposta do petista trombava com interesses comerciais de Olímpio.
Fonte: Blog do Sandro
Gianelli / Correio
Braziliense / Blog
do Fraga