O governador do
Distrito Federal, Agnelo Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (17) que mandou
suspender o termo aditivo do contrato entre o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e
a Delta Construções. O aditivo, que foi publicado nesta quinta no Diário
Oficial do Distrito Federal, pemitiria à empresa ampliar os serviços que presta
ao GDF.
A Delta é suspeita de ter ligações com o contraventor Carlos
Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.Segundo o porta-voz do GDF, Ugo Braga, a decisão do governador foi tomada logo após ele tomar conhecimento da mudança no contrato com a empresa. “Ele soube pela equipe de reportagem do G1 e imediatamente mandou revogar o termo aditivo. A revogação vai ser publicada amanhã”, disse Braga.
A Delta informou ao G1 que não se pronunciaria a respeito de contratos feitos pela empresa antes da mudança de direção.
"A
J&F assumiu a gestão da Delta Construções na segunda-feira (14/05) e já
iniciou um rígido processo de auditoria, conduzido pela KPMG, na companhia. A
J&F não irá comentar os contratos feitos pela gestão passada antes da
conclusão dessa diligência e reitera que irá se esforçar para manter os 30 mil
empregos da construtora", indica a nota da empreiteira.
Ele soube pela equipe de reportagem do
G1 e imediatamente mandou revogar o termo aditivo"
Porta-voz do GDF, Ugo Braga
O
aditivo publicado nesta quinta-feira não traria custos imediatos à
administração pública, segundo o SLU, mas permitiria que a Delta e a Valor
Ambiental – outra empresa que presta serviço de coleta de lixo no DF – fizessem
o recolhimento de rejeitos deixados por catadores em centros de triagem. O
serviço seria cobrado pelas empresas quando entrasse em operação.
O G1 entrou
em contato com a assessoria do Serviço de Limpeza Urbana para saber o motivo da
ampliação do contrato com a Delta, mas não teve retorno até a publicação desta
reportagem.
“Esse serviço não está previsto no contrato original. O governo vai buscar outra solução para recolher o rejeito”, afirmou o porta-voz. Atualmente, a Delta tem dois contratos na área de limpeza pública do DF, no valor total de R$ 470 milhões. Os contratos foram fechados antes de Agnelo Queiroz assumir o governo.
“Esse serviço não está previsto no contrato original. O governo vai buscar outra solução para recolher o rejeito”, afirmou o porta-voz. Atualmente, a Delta tem dois contratos na área de limpeza pública do DF, no valor total de R$ 470 milhões. Os contratos foram fechados antes de Agnelo Queiroz assumir o governo.
A
Delta é investigada pela Polícia Federal e pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Cachoeira,
por suspeita de envolvimento com o bicheiro. AControladoria-Geral da União também apura supostas irregularidades
cometidas pela Delta, que pode ser declarada inidônea e impedida de firmar
contratos com o governo federal.
Preso desde o dia 29 de fevereiro, Cachoeira é suspeito de ser o chefe de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e responsável pela montagem de uma rede de corrupção que envolveria governantes, parlamentares e empresários, que atuaria em fraudes em licitações públicas.
Preso desde o dia 29 de fevereiro, Cachoeira é suspeito de ser o chefe de uma quadrilha de jogo ilegal em Goiás e responsável pela montagem de uma rede de corrupção que envolveria governantes, parlamentares e empresários, que atuaria em fraudes em licitações públicas.
Gravações
Gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial em abril do ano passado indicam que o grupo do contraventor Carlos Cachoeira tinha interesse que a Delta firmasse contratos com o SLU.
Nas gravações, pessoas ligadas a Cachoeira discutem a indicação de um nome para integrar a direção do SLU. Na gravação, o então chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro tem o nome citado como beneficiário de um pagamento de R$ 20 mil e de uma mesada de R$ 5 mil mensais para aprovar a indicação.
Monteiro negou envolvimento com o caso, embora tenha admitido ter recebido um diretor da empresa em 2011. Ele deixou o governo e disse que processaria a Polícia Federal. Nesta quinta, a CPI do Cachoeira aprovou a convocação dele para depor.
Gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial em abril do ano passado indicam que o grupo do contraventor Carlos Cachoeira tinha interesse que a Delta firmasse contratos com o SLU.
Nas gravações, pessoas ligadas a Cachoeira discutem a indicação de um nome para integrar a direção do SLU. Na gravação, o então chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro tem o nome citado como beneficiário de um pagamento de R$ 20 mil e de uma mesada de R$ 5 mil mensais para aprovar a indicação.
Monteiro negou envolvimento com o caso, embora tenha admitido ter recebido um diretor da empresa em 2011. Ele deixou o governo e disse que processaria a Polícia Federal. Nesta quinta, a CPI do Cachoeira aprovou a convocação dele para depor.
Cancelamentos
Em 20 de abril, a Delta anunciou a saída consórcio Maracanã 2014, responsável pela reforma para a Copa do Mundo do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A empresa alegou falta de condições financeiras para continuar integrando o consórcio responsável pela obra, orçada em R$ 859 milhões.
Em 20 de abril, a Delta anunciou a saída consórcio Maracanã 2014, responsável pela reforma para a Copa do Mundo do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A empresa alegou falta de condições financeiras para continuar integrando o consórcio responsável pela obra, orçada em R$ 859 milhões.