O Supremo Tribunal Federal
(STF) julga na tarde desta quarta-feira, 9, a terceira e última ação
referente à constitucionalidade das cotas raciais no Brasil.
Os juízes já decidiram que o sistema é válido tanto no ProUni (Programa Universidade para Todos) como na UnB (Universidade de Brasília).
Os juízes já decidiram que o sistema é válido tanto no ProUni (Programa Universidade para Todos) como na UnB (Universidade de Brasília).
Hoje, no entanto, o Supremo
vai analisar um recurso semelhante, apresentado pelo estudante Giovane
Pasqualito Fialho, que entrou com uma ação na Justiça em 2010, por não ter sido
aprovado no vestibularda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apesar
de ter tido uma pontuação maior quando comparada com a de candidatos
selecionados pelo sistema de cotas. A universidade separa 30% das vagas para
quem estudou na rede pública – metade dessa cota é destinada aos candidatos que
se declararem negros na inscrição.
Acompanhe abaixo o julgamento
ao vivo:
15:14 – Tem início a sessão
15:16 – Palavra é dada ao advogado do
estudante Giovane Pasqualito Fialho, Caetano Cuervo lo Pumo, que apresenta
o caso e coloca a questão de cotas sociais em pauta. Segundo Pumo, as cotas da
UFRS não são raciais, mas estão diretamente relacionadas com a origem do aluno,
isto é, se ele vem de escola pública ou particular. “Um negro que tenha
estudado em escola particular perderá sua vaga para um branco que tenha
estudado em escola pública”, comentou.
15:26 – “O tratamento desigual deve ser feito na medida da
desigualdade”, diz o advogado após mencionar as escolas militares como exemplos
de excelência no ensino. ProUni é mencionado como programa que dá auxílio
somente a quem realmente precisa.
15:30 – Voz é dada à procuradora federal Indira Ernesto
Silva Quaresma, que inicia seu discurso tomando a discussão das cotas raciais
como análise da função social da universidade pública. Segundo a procuradora,
todos os grupos étnicos tem o direito inalienável de ingressar em instituições
de excelência.
15:35 – Indira diz acreditar que as cotas dadas a egressos
de escolas públicas é a maneira mais justa de incluir aqueles que não teriam
outra chance de ter um ensino de excelência. “Muitos dizem que o sistema de
cotas privilegia os piores em detrimento dos melhores”, diz a procuradora.
“Não, o mérito não deve ser medido apenas pela ordem de chegada”.
15:42 – O ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso,
faz uma síntese do que fora falado até então e declara que estamos passando por
“uma fase de experimentalismo”, referindo-se às dististas maneiras como cada
universidade lida com a questão de cotas. Por fim, nega provimento, isto é,
vota a favor das cotas.
15:46 – Ministra Rosa Weber vota com relator e alega que no
edital do vestibular havia menção de apenas 70% das vagas. “Ninguém tira
lugar de ninguém”, diz a ministra. “Os cotistas apenas ocupam um espaço que
lhes é de direito”.
15:49 – Ministro Luiz Fux vota tal como relator e reforça a
questão do edital.
15:55 – Ministra Carmen Lúcia vota pelo não provimento.
15:55 – Ministro Joaquim Barbosa vota vota com relator.
15:56 – Ministro Cezar Peluso acompanha relator.
15:57 – O ministro Gilmar Mendes acompanha o relator, mas
faz algumas observações quanto ao caso específico de Porto Alegre, cidade na
qual há uma série de colégios públicos de excelência e que podem acabar ainda
mais elitistas que os particulares devido às cotas para os seus egressos.
16:08 – Joaquim Barbosa pede a palavra e menciona alguns
trechos da petição que julga incoerentes com a posição do estudante que,
segundo ele, relaciona diretamente a questão do analfabetismo às escolas
públicas brasileiras e afirma que as políticas de cotas “devem ser encaradas
como verdadeiro pacto de mediocridade”.