Para Rodrigo, só uma análise mais apurada dos documentos das
investigações da PF poderá indicar se Agnelo deve ou não depor à CPI Integrante do
grupo que ajudou a eleger o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, nas
eleições de 2010, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) tem buscado se
distanciar da chefia do
Executivo local, desde que estouraram as denúncias de
envolvimento do governo com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Com a
justificativa de que seu partido, “um aliado histórico do PT’, foi deixado de
lado por Agnelo junto com o PDT, Rodrigo passou a fazer um discurso mais
crítico ao governo brasiliense.
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Aliados
preocupam-se com o destino de Agnelo
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Outros temas de
destaque hoje no Congresso em Foco
Em entrevista
exclusiva concedida ao Congresso em Foco em seu gabinete, na última
segunda-feira (6), Rodrigo faz a ressalva de que os fatos divulgados até agora
não indicam uma relação direta de Agnelo com Cachoeira. Por isso, ele é
cauteloso quanto a indicar, já neste momento, se seria o caso de uma convocação
ou não de Agnelo para depor na CPI: “Só a análise dos documentos poderá revelar
isso”, diz ele. As denúncias, porém, avalia, ajudam a gerar, porém, uma situação
de crise crônica no governo do Distrito Federal, que precisa ser superada. Para
Rollemberg, Agnelo falhou em romper em definitivo com o que chamou de “forças
do passado”, que contribuem para a manutenção dessa crise permanente em seu
governo. O senador não citou nomes, mas fica clara a resistência a novos
aliados do PT. Em especial, partidos alinhados com os ex-governadores Joaquim
Roriz e José Roberto Arruda.
Por isso, o
senador diz que o PSB ainda não saiu na base do governo, mas mantém uma posição
crítica e de cobrança ao cumprimento do plano de governo proposto na campanha
eleitoral e ao esclarecimento das recentes denúncias trazidas à tona pela
Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Existe a suspeita sobre a natureza do
relacionamento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com
secretários do governo local, assim como com Agnelo.
O senador
brasiliense defende que o governador seja investigado no “foro adequado”: como
governador, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), politicamente, até mesmo
pela CPMI do Cachoeira. Ele, porém, completa: não é apenas Agnelo quem precisa
ser investigado, mas também os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e
do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), cujas relações com Cachoeira e outros
integrantes de seu esquema foram também denunciadas.
Veja um vídeo
com Rollemberg falando sobre o Caso Cachoeira e a crise no DF:
Leia tudo sobre
o Caso Cachoeira
Falta de
experiência
Ao fazer
críticas sobre a escolha do primeiro escalão, com pessoas com “muito poder e
pouca experiência administrativa”, o socialista rejeita a possibilidade de uma
intervenção federal no governo local. A impressão é que, após as nomeações de
Swedenberger do Nascimento Barbosa para a Casa Civil e Luiz Paulo Barreto,
ex-ministro da Justiça, na Secretaria de Planejamento, o Palácio do Planalto
passou a se preocupar com o destino de Agnelo.
“O resultado
está aí, uma gestão mal avaliada pela população, o que obrigou a vinda de
pessoas experientes para buscar ajudar a socorrer o governo do Distrito
Federal. Talvez se essas pessoas mais experientes tivessem vindo no início, nós
tivéssemos uma outra situação com relação ao governo”, afirmou. Dentro da base
aliada local, Rodrigo é tido como pré-candidato ao GDF em 2014. Ele não
confirma, mas também não nega, deixando no ar o que vai acontecer daqui dois
anos. Ele diz que na política “cada coisa no seu tempo” e que o “futuro a Deus
pertence”.
Código
Florestal
Presidente da
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA)
do Senado, Rodrigo participou ativamente da discussão do projeto de reforma do
Código Florestal no ano passado. Para ele, as modificações feitas pela Câmara
no texto aprovado pelos senadores são um “desastre”. “É lamentável o desfecho
em relação ao Código Florestal. Acho que a própria Câmara já se deu conta do
desastre”, afirmou.
Ele se juntou
ao coro daqueles que defendem o veto do projeto pela presidenta Dilma Rousseff.
O texto final foi enviado pela Câmara ao Palácio do Planalto na última segunda-feira
(7). A partir desta data, Dilma tem 15 dias para sancionar na íntegra ou com
vetos parciais ou até rejeitar inteiramente a proposta. “Estou estudando isso,
mas já defendo que a presidenta tem que vetar.”