segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Risco de confronto de ideias sobre Brasília poderá tornar-se conflito


Brasília vive um sério confronto de ideias. Confronto que pode tornar-se conflito.De um lado, os tradicionalistas do plano urbanístico de Lucio Costa. Uma cidade para 500 mil,no máximo. De outro lado, os progressistas – chamados assim, mas arre! No meio, imprensada, a cidade do que se dane.

Veio a força da grana que move o progresso e mata coisas belas, e transformou Brasília no que é hoje.

A cidade é hoje um não-cuidar só. Um burgo que está à beira de
ser um burgo podre. Inadministrável com seus 700 mil visitantes que moram nas imediações e que aqui vêm para trabalhar. ...

Começa por não sabermos o que somos ao certo. RIDE, Entorno, Distrito Federal, Brasília e Plano Piloto são conceitos que se superpõem, quando deveria ser apenas uma cidade, administrativa sim, mas com jeito, hábitos e serviços de cidade.

Somos uma capital para o Brasil, mas para nós mesmos, somos cidade. De preferência habitável, não podre como está, suja, mal cuidada, mal lavada.

Cada governo local que se sucede concebe seu próprio modo de diagramação da cidade.Uns mais intervencionistas, outros mais conservadores.

Mas uma das obras menos monumentais dos governos foi uma que mais se destacaram até hoje em seus 52 anos: um governador rabiscou num papel uma faixa para facilitar a travessia de rua pelo cidadão alijado pelo progresso:o pedestre. A ideia pegou. O Brasil se admirou de nosso grau de civilidade.Uma lição de cidadania para o País.

Isto prova que não precisamos der obras sempre pautadas pela escala macro para sermos felizes aqui.

O novo estádio é bem vindo, se a administração pós-Copa for competente e transparente para lhe assegurar o timbre de multiuso inteligente, beneficiando o turismo da cidade com eventos de porte.

Aí então, a dinheirama posta na sua construção – ao que se diz,R$ 1,4 bilhão – será ressarcida, e comprovado que foi excelente o investimento feito pelo GDF.

Será então possível repensarmos Brasília continuadamente? Sim, mas sem a ideologização deste ou daquele segmento. Apenas com a visão cidadã.



Fonte: Carta Polis - 18/02/2013