quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Gasto milionário com ingressos para a Copa das Confederações, faz GDF privilegiar "companheiros"

Enquanto GDF gasta milhões com ingressos, operários não tem garantia de entrar na inauguração do Estádio Nacional. População também não poderá mais ver jogo de abertura da Copa das Confederações. (Foto: Mary Leal)


A Copa das Confederações está sim, sendo muito bem aguardada, mas por funcionários do governo do Distrito Federal. Durante a última semana, a imprensa tem veiculado que o GDF adquiriu ingressos para distribuir entre seus servidores. Além de mil entradas, foi comprado, por intermédio da Terracap, um camarote. Ao todo foi gasto aproximadamente R$ 1,5 milhão, que serão pagos com recursos públicos.
Segundo informação publicada pelo Portal Câmara em Pauta, a partir de uma publicação feita no Diário Oficial do DF no início do mês de fevereiro, o Banco de Brasília (BRB) fará a compra para a Terracap. De acordo com a matéria, “a aquisição das
entradas e do camarote foi decidida pelo Conselho de Administração da Terracap, após reunião no dia 6 de fevereiro”, e tudo isso com a dispensa de licitação.
O problema é que enquanto o GDF consegue comprar mil ingressos, a grande maioria dos brasilienses não conseguiu adquirir a entrada. Isso por que, a venda dos acessos para a abertura da Copa das Confederações esgotou-se logo no primeiro lote de ingressos. No segundo, aberto no último dia 15, não havia mais entradas para o jogo único que será realizado entre Brasil e Japão.
Mas não serão apenas aqueles que não conseguiram comprar entradas que acompanharão o evento apenas pela tela da televisão. Como se imaginava e foi inclusive anunciado no início da construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, os funcionários da obra não vão ter os ingressos garantidos para e inauguração do estádio e muito menos para a abertura da Copa das Confederações. Tanto o Comitê da Copa, quanto o Consórcio SFB, responsável pela obra, negaram a possibilidade.
O gasto bilionário para a reforma do Mané Garrincha é motivo de revolta por parte dos brasilienses, que viu o GDF praticamente abandonar a saúde, a segurança e outros serviços, para que fossem concluídas as obras do Estádio Nacional. Para Agnelo e sua turma, privilegiar políticos, servidores e convidados é mais importante do que servir a população, que deveria ser a principal beneficiária, e mais uma vez é deixada de lado por conveniência dos governantes locais.

Por Elton Santos e Ricardo Faria


Fonte: Guardian Noticias