A
reunião do Diretório Nacional do PDT realizada nesta quinta-feira (6) para
fazer o balanço das eleições municipais de outubro foi marcada pelo confronto
entre o grupo do atual presidente da legenda, Carlos Lupi, e do ministro
Brizola Neto (Trabalho).
Logo no início, o clima
começou a ficar tenso quando filiados contrários à gestão de Lupi, que estavam
sem o credenciamento, foram barrados na entrada do evento que ocorreu na sede
do partido em Brasília.
Segundo parlamentares e
assessores ouvidos pela Folha,
o ponto de maior exaltação foi quando Brizola Neto chegou ao auditório e
não
foi anunciado pelo secretário-geral do partido, Manoel Dias, que estava com a
palavra. Dias é aliado de Lupi.
Diante da falta do anúncio, a
irmã de Neto, deputada estadual, Juliana Brizola (RS), interrompeu o dirigente
e foi prontamente repreendida por Dias que teria dito: "Tenha um pouco de
educação". A intervenção gerou um bate-boca entre os dois:
Juliana Brizola: "Está
me chamando de mal educada?"
Manoel Dias:
"Estou".
Juliana Brizola: "Você
não teria coragem de falar na frente do meu avô".
Juliana é neta de Leonel
Brizola, um dos maiores símbolos do partido, morto em 2004.
"O bate-boca foi um
horror", resumiu o deputado Reguffe (DF). "A reunião foi tumultuada
com esta disputa entre Brizola e Lupi", afirmou o senador Cristovam
Buarque (DF).
O vice-presidente do PDT,
deputado André Vargas (CE), aliado de Lupi, minimizou o clima de confronto
entre os dois grupos. "Bate-boca sempre tem. Provocador sempre tem. Mas
95% vivem em harmonia apenas 5% querem conturbar", disse à Folha.
CANDIDATURA
Em meio a um ambiente
acirrado, um dos pontos que teve apoio da maioria foi o de que o partido
precisa ter candidatura própria para presidente da República em 2014. Na
reunião, o senador Pedro Taques (MT) voltou a defender o nome de Cristovam
Buarque como candidato do partido.
"O PDT tem que encontrar
um caminho. Defendo que não podemos ficar a reboque do PT", disse.
Cristovam, no entanto, diz
que ainda aguarda uma união do partido para se posicionar.
"Não é uma coisa que eu
estou indo atrás, mas também não estou dizendo que não topo. Mas só vale a pena
o partido ter um candidato se estiver unido", afirmou à Folha.
Segundo André Figueiredo, a
oficialização do lançamento de um candidato deve ocorrer em março de 2013
quando está prevista eleições internas no partido.
"Talvez na convenção
tenha um indicativo mais forte. Devemos tomar um posicionamento mais claro.
Time que não joga não tem torcida", disse Figueiredo.
LIDERANÇA
Antes das eleições internas,
a disputa entre o grupo de Lupi e Brizola Neto deve voltar a ganhar um novo
round na próxima quarta-feira (12) quando a bancada da Câmara define o nome do
líder para 2013. No páreo está o atual líder, André Figueiredo e do deputado
João Dado (SP) que conta com apoio do ministro.
Fonte: Folha