Casa que abrigou a família
Niemeyer em Brasília entre 1963 e 1970 sofre com o abandono, apesar do valor
inestimável. O imóvel, de propriedade da Universidade de Brasília, leva a
assinatura do arquiteto, que o projetou no início dos anos 1960
Os monumentos de Oscar Niemeyer se destacam na paisagem
brasiliense. Muitos são vistos a longa distância e visitados por turistas de
todos os cantos do mundo. Mas poucos sabem que o arquiteto também projetou
casas no DF. Uma dessas singelas joias, talvez a mais significativa, leva o
nome do seu criador. Construída para ele e a família morarem durante a fase
final da construção da nova capital, a Casa de Niemeyer resiste ao tempo, à
falta de manutenção e à especulação imobiliária.
Graças à abundante vegetação, a Casa 7 do Conjunto 3 da Quadra 26 do Park Way, em frente à BR-040, fica escondida da vista de quem passa pela pista de asfalto. Projetada entre 1960 e 1961, mas concluída apenas em 1963, com as características de uma casa de campo, mantém toda a estrutura e o acabamento originais, sem os móveis. Com um pavimento e coberta de telhados coloniais, tem616
metros quadrados de área construída, em um terreno de 20
mil m².
Se comparada aos prédios mais famosos de Niemeyer, a casa é baixinha. Tem um pé-direito de 2,5m de altura. Na varanda, entre as colunas de sustentação, a altura máxima não passa de 1,75m. Característica que dá a impressão, ao longe, de que a residência está fincada no solo. Por dentro, ela é dividida em três áreas. No centro, ficam ambientes de
convívio social com
acesso aos dois alpendres. À direita, estão as dependências de serviço, que se
abrem para um pátio enclausurado. À esquerda, a área íntima, com quatro
quartos, que termina em um jardim interno privativo da última suíte.Graças à abundante vegetação, a Casa 7 do Conjunto 3 da Quadra 26 do Park Way, em frente à BR-040, fica escondida da vista de quem passa pela pista de asfalto. Projetada entre 1960 e 1961, mas concluída apenas em 1963, com as características de uma casa de campo, mantém toda a estrutura e o acabamento originais, sem os móveis. Com um pavimento e coberta de telhados coloniais, tem
Se comparada aos prédios mais famosos de Niemeyer, a casa é baixinha. Tem um pé-direito de 2,5m de altura. Na varanda, entre as colunas de sustentação, a altura máxima não passa de 1,75m. Característica que dá a impressão, ao longe, de que a residência está fincada no solo. Por dentro, ela é dividida em três áreas. No centro, ficam ambientes de
Do lado de fora, há um jardim com árvores frutíferas, além de uma piscina, adornada pela escultura de Alfredo Ceschiatti. Uma imagem sem nome, mas que lembra uma banhista ao sol. Todo o prédio é circundado por sete janelas e 12 janelões azuis, com sacadas e balcões, como os antigos lares coloniais mineiros. “Minha permanência em Brasília começou quando tudo era deserto e solidão... Gostava de ficar conversando naquela santa paz do planalto que até a natureza, quieta e seca, parecia respeitar”, escreveu o arquiteto em seu livro Minha experiência em Brasília.
Abandono
O imóvel abrigou a família Niemeyer de
A UnB tombou o casarão como Patrimônio Histórico e Cultural em 1989, garantindo a preservação, proibindo a venda e o parcelamento do terreno, como o que ocorre em quase todos os lotes do Park Way. Tombado, o imóvel passou à guarda do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), da UnB. Desde então, houve muitas promessas de restauração e da abertura do imóvel ao público. Mas a Casa de Niemeyer continua com acesso restrito e apresenta muitos sinais de degradação, como infiltrações e o deterioramento do madeirame, além do abandono do espelho d’água e da sujeira da piscina. O Cespe abre o local para raros eventos, como reuniões, convenções e festas.