Entidades
reclamam da falta de diálogo e programam manifestações
Quatro
das cinco maiores centrais sindicais do país estão decididas a pôr fim à
lua de mel com o governo Dilma Rousseff. Os presidentes da Força Sindical,
Nova Central, UGT e CTB agendaram para o dia 6 de março uma grande manifestação
em Brasília em defesa de bandeiras como o fim do Fator Previdenciário, a
redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a expansão da
reforma agrária. A expectativa, segundo os dirigentes, é reunir cerca de
20.000 pessoas na caminhada. A decisão foi anunciada após reunião anteontem,
em São Paulo, da qual a única central sindical ausente foi a CUT, a maior do
país e ligada ao PT. ...
- A presidente Dilma não cumpriu nenhuma das reivindicações com as
CUT subscreve nota crítica
Apesar de ausente do encontro, o presidente da CUT, Vagner Freitas, subscreveu a dura nota emitida no encontro. O texto defende uma "ampla mobilização nacional" em 2013, condena o "sucateamento do Ministério do Trabalho" e critica "a falta de disposição do governo e da presidenta Dilma para negociar a agenda desenvolvimentista da classe trabalhadora, o que ocorre em notório contraste com o tratamento VIP dispensado aos representantes do capital". A CUT não fala em romper com o governo, mas pressionar e cobrar o atendimento das reivindicações dos trabalhadores.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, salienta que não se trata de ruptura com o governo, mas alerta que a insatisfação é geral e daí a necessidade da mobilização.
- Estamos abaixo de 1% de crescimento e isso vai trazer consequências graves no emprego em 2013. Estamos contentes que a presidente está bem avaliada, mas isso é muito pouco para um Brasil que precisa crescer, no mínimo, 4% ao ano.
Por Paulo Celso Pereira
Fonte:
O Globo - 19/12/2012