A ducha de água fria sobre o governador fica
ainda mais congelante, quando se constata que 75,3% dos ouvidos dizem preferir
que o Partido dos Trabalhadores apresente, no lugar de Agnelo, um novo nome
para concorrer às eleições ao GDF, em 2014
O ano de 2012 termina para
a administração Agnelo Queiroz/Tadeu Filippelli do mesmo jeito que terminou 2011. A maioria absoluta
dos brasilienses reprova os dois comandantes do Governo do Distrito Federal e
sua administração.
Segundo
dados da pesquisa realizada pela O&P, a desaprovação do governo de Agnelo
chegou, no final de novembro, a 70,3%. Um ano antes, o olhar negativo dos
brasilienses era um pouco menor 67,1%. Vale ressaltar que, pela mesma pesquisa,
55,4% dos entrevistados aprovam a administração Dilma Roussef.
O
mais grave para Agnelo, é que dentre os entrevistados, 40,8%
das pessoas se
diziam simpatizantes de um dos partidos que compõem a chamada “Turma da
Mudança”, coligação que comanda o GDF. Neste universo, desconsideramos os
simpatizantes do PSB – 1,8% dos ouvidos -, que embora integrante do governo
quando da realização da pesquisa, já anunciava para 8/12 o seu desligamento.
...
Assim
temos, que do total de cidadãos entrevistados pela O&P, 21,8% se declararam
simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e 10.4% do PMDB. Isto significa
dizer, que a dupla de comando do governo local está mal com as próprias bases
partidárias.
A
ducha de água fria sobre o governador fica ainda mais congelante, quando se
constata que 75,3% dos ouvidos dizem preferir que o Partido dos Trabalhadores
apresente, no lugar de Agnelo, um novo nome para concorrer às eleições ao
governo do Distrito Federal, em 2014. Dentre os peemedebistas, 80,1% defendem a
substituição do candidato petista. E pasmem: 71,3% dos simpatizantes do PT pensam
a mesma coisa.
A
pesquisa ouviu 800 moradores do Distrito Federal, entre 24 a 27 de novembro de 2012 e
a margem de erro de 3,5 %.
Rejeição
generalizada
Desde
que tomou o poder em janeiro de 2011, Agnelo e Filippelli vem escalando um
aclive de impopularidade. Em maio de 2011, apenas um terço dos brasilienses
desaprovava a administração PT/PMDB. Em Agosto do mesmo ano, subia para 45,3%;
em novembro, para 67,1%; em março deste ano deu uma ligeira melhora, passando
para 65,3% e agora volta a subir, com 70,3%.
O
nível de desaprovação se divide igualmente entre homens e mulheres a uma taxa
média de 70%. Por faixa etária, o segmento que mais os reprova é o que vai de 25 a 39 anos de idade, com uma
taxa de 73,4%. Em seguida, são os jovens de 16 a 24 anos: 72,4%. Também
por nível de escolaridade há uma rejeição, mais ou menos, equânime: o olhar
mais reprovador vem dos que possuem curso superior completo: 73,7%. Mas os
eleitores que nem chegaram a concluir o primeiro grau também repelem amplamente
o atual governo, na ordem de 71,9%.
Em
termos econômicos, a percepção negativa se faz mais presente naqueles cidadãos
com maior renda (mais de 20 salários mínimos). A rejeição atinge oito, em cada
dez moradores do DF, (83.6%). Na classe média, a desaprovação do atual governo
é superior a 70%. Entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos a taxa
é de 72,3% e de 71,7%, dentre aqueles com renda entre dois e cinco salários
mínimos.
Pelos
dados acima, podemos arriscar a afirmar que a insatisfação perpassa todas as
camadas sociais, níveis de escolaridade, faixas etária e de gênero.
Piora
na qualidade dos serviços
Praticamente,
cinco, em cada dez eleitores (47%), entendem que o GDF vem piorando a qualidade
da administração da cidade à medida que o tempo vai passando. A fatia que
considera existir uma melhora dos serviços é de apenas 12%.
Para
a população, a Saúde é o carro chefe da inoperância do atual governo: 66,9% dos
entrevistados afirmaram que ela está pior do que no governo passado. O mesmo
opinaram 65,8% dos pesquisados quanto à Segurança Pública. Para 64,9%, o
transporte coletivo ficou ainda mais ineficiente, o que reflete na qualidade do
trânsito no Distrito Federal que é visto por 62,3% dos brasilienses com ainda
mais caótico do que nas administrações passadas. Para concluir, a qualidade da
educação pública patrocinada pelo GDF nas escolas de Brasília é criticada por
seis, entre cada dez moradores (60,3%). A opinião dos brasilienses reflete a má
qualidade de ensino já constatada pelas recentes pesquisas promovidas pelo
ministério da Educação.
Os
atuais comandantes do GDF, a luz da pesquisa atual, têm um grande desafio pela
frente, que é reverter tais quadros em apenas 22 meses: até outubro de 2014.
Não é uma tarefa fácil. Primeiro, porque segundo a O&P, se as eleições
fossem hoje, o melhor cenário eleitoral para Agnelo e Filippelli lhes
concederia uma votação de apenas 12,6%.
Por
outro lado, partidos aliados, como PDT, PPS e PSB, desembarcaram da nau do GDF
e vão começar a afinas a pontaria de seus canhões. É possível, ainda, que
outros venham a fazer o mesmo, dependendo das articulações eleitorais que
começam a se consolidar.
Agnelo
pode enfrentar assim fogo amigo perigosíssimo. Na eficiência da sua máquina
pública, que até aqui se mostrou emperrada e em desacordo com os interesses
sociais – em especial na questão de uso do solo urbano – repousa um eventual
êxito. Mas como as pesquisas revelaram, até mesmo no seio da militância petista
a descrença é grande. Agnelo tem o ônus de atrair para si toda a carga negativa
do seu governo. É sabido que a ineficiência perpassa diversas secretarias e
administrações comandadas por outros partidos, mas estes, em alguns casos,
posam de mocinhos e jogam a culpa no comandante.
Cabe
ao eleitor, analisar bem e decidir até onde esta reprovação verificada nas
pesquisas deve ser socializada entre os demais homens e mulheres políticas da
“Turma da Mudança.”
Fonte: Brasília por Chico Sant'Anna - 09/12/2012