Governador recua e indica nome técnico para o BRB

Diferentemente do noticiado pela grande imprensa do DF, a súbita substituição de indicação para a presidência do BRB representa um recuo do governador diante da possibilidade concreta de não aprovação do nome de Abdon Henrique pelo Banco Central (Bacen). ...

Conforme amplamente divulgado pelo Sindicato, que teve papel preponderante no recuo do governador, o ex-indicado Abdon Henrique não possui capacidade técnica, o que ficou evidente no currículo apresentado ao Consad do BRB que, pela primeira vez, se dividiu quanto a uma indicação de Agnelo, mesmo tendo cinco dos seis membros no Conselho indicados por ele.

Diante de uma derrota iminente do governador, com a desaprovação do nome pelo Bacen, o que seria também fato inusitado na história do BRB, e vexatório para o governo, Agnelo recua e indica um

nome com comprovada competência e experiência no sistema financeiro.

Esta atitude do governador demonstra o que pode a capacidade de resistência do conjunto de funcionários do banco, que se viu diante de uma situação absurda com a possibilidade de alguém absolutamente incapacitado assumir um cargo de tamanha relevância no banco.

Diante disso, a mensagem do governador à Câmara Legislativa, indicando o nome de Paulo Evangelista, não representa um retorno a uma gestão técnica, e sim um reconhecimento do governador de que deve respeitar a história e a importância do BRB para o DF, indicando alguém que demonstre capacidade para a empreitada. Isso fica claro quando se observa o papel dos dois presidentes que passaram pelo BRB neste governo, com extrema competência e capacidade, o que pode ser verificado no desempenho do banco, não apenas no que se refere aos números apresentados em balanços, mas também nas ações de resgate da sua capacidade, que melhorou sua performance em todos os setores. O BRB está recuperando o parque de informática, dinamizou todas as carteiras e - o mais relevante para o momento - conseguiu fazer com que a instituição atravessasse o período crítico da portabilidade de forma tranquila, sem abalo em sua carteira de clientes funcionários do GDF.

O Sindicato espera que o novo indicado, já aprovado pela Câmara Legislativa, dê continuidade a este trabalho e o aprofunde, no sentido de ampliar a capacidade do banco em ser o agente de desenvolvimento do DF.

Aliás, em um processo rapidíssimo, fora do comum, o nome do indicado por Agnelo para a presidência do BRB foi, nesta quarta-feira 12, um dia após seu nome chegar à CLDF, submetido à sabatina da CEOF (Comissão de Economia, Orçamento e Finanças) e aprovado, o mesmo ocorrendo na votação do plenário da Câmara Legislativa nesta quinta-feira 13.

Na sabatina, Paulo Evangelista se comprometeu com a perenidade do banco público. Afirmou a necessidade de o BRB ser efetivamente o agente de desenvolvimento não só do DF, mas expandir esta função para o Centro-Oeste, em uma articulação com os governos dos demais estados da região que não contam com um banco público para cumprir este papel. Assegurou ainda a disposição de diálogo com o Sindicato, legítimo representante dos funcionários do banco, entre outros compromissos.

O Sindicato espera que Paulo Evangelista dê continuidade às ações em curso visando a melhoria do banco, especialmente na área de informática, e que mantenha em altíssimo nível a relação com os funcionários, mediada pelo Sindicato.

Após a turbulência provocada pela indicação de Abdon, o Sindicato espera que o ambiente no BRB se pacifique com a indicação de Paulo Evangelista, embora ainda permaneça no ar a pergunta ainda sem resposta por parte do governador: o porquê da demissão de Jacques Pena, cujo trabalho à frente do banco não justifica tal atitude. Esta pergunta precisa ser respondida, embora o Sindicato saiba que o cargo é privativo de indicação por parte do governador.

Fonte: Sindicato dos Bancários do DF - 14/12/2012