quinta-feira, 7 de maio de 2015

Comissão vai intermediar crise na Escola de Música, que pede "socorro"

Professores criticam gestão do atual diretor da EMB
A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa vai intermediar a crise na Escola de Música de Brasília, a fim de atender as reivindicações apresentadas por professores, estudantes e pais de alunos da entidade. O anúncio foi feito durante debate realizado na manhã desta quarta-feira (6), no auditório da Casa. Os deputados da comissão anunciaram que irão realizar visita à Escola de Música, nos próximos dias, para checarem os vários problemas de funcionamento e de gestão denunciados pelos professores. 
O presidente da CESC, deputado prof. Reginaldo Veras (PDT), defendeu ao final do encontro que cabe à comissão abrir espaço para a discussão da pauta apresentada pelos docentes da Escola de Música. Ele informou aos participantes que irá levar ao conhecimento do governador Rollemberg e dos gestores da Secretaria de Educação um documento com a síntese das reivindicações dos professores
e alunos. Enfatizou ainda a necessidade de o governo cumprir a lei que garante a gestão democrática nas escolas.
Veras comentou que uma das questões mais complicadas a serem resolvidas diz respeito à "especificidade de modulação" da jornada de trabalho, já que o ensino de música é diferenciado e requer dos docentes tempo para ensaios e estudos de técnica, por exemplo. Esta foi uma das principais queixas dos professores durante o debate.
"Se tem tanto professor e aluno aqui agora protestando é que tem muitos problemas por lá e a gente precisa intermediar essa questão", enfatizou o deputado Juarezão (PRTB). Na mesma linha, o deputado Wasny de Roure (PT) defendeu que a Escola de Música precisa ter sua importância reconhecida pelo governo, enfatizando que uma das medidas a serem adotadas para a melhoria do funcionamento seria a ampliação da estrutura física da entidade, pois há área suficiente para isso, em sua sede, na 602 Sul.
O deputado Rafael Prudente (PMDB) fez um apelo para que o governo local ouça as reivindicações dos professores da Escola de Música e para que os alunos sejam os principais beneficiados. "Por onde ando as pessoas demonstram preocupação com a continuidade e a abertura de vagas para o Curso de Verão", disse. Já a deputada Luzia de Paula (PEN) comentou que os alunos de cidades distantes do Plano Piloto, como Ceilândia, enfrentam muitas dificuldades de acesso àquela escola.
Gestão - "Precisamos de respeito à lei da gestão democrática das escolas e de uma legislação própria, que possa atender à especificidade da pedagogia musical. O atual diretor não acata as decisões do Conselho Escola, e não nomeou os coordenadores até agora", denunciou o professor Patrício Lavenere.
Já a professora Cleri Fichberg defendeu a necessidade de a atual direção ouvir a comunidade que trabalha e estuda na Escola de Música. Segundo ela, a instituição deveria ser administrada por um colegiado, "garantindo a transparência em todos os níveis". Também o professor Osvaldo Amorim criticou os "desmandos" da atual administração e disse ainda que, desde 2011, o governo local vem aumentando a jornada de trabalho dos professores da Escola de Música, como se eles fossem beneficiados por "privilégios".
O aluno Eduardo Hessen, representando o grêmio estudantil da escola, leu uma carta de apoio ao movimento de mobilização dos professores, condenou o "sucateamento" da instituição com mais de 40 anos de funcionamento e propôs que o atual diretor da escola renunciasse ao cargo, em virtude da sua "gestão autoritária".
Bullyng - Sentado na última fila do auditório durante todo o debate, o diretor da Escola de Música, Airton Piso, disse que estava "orgulhoso" por participar da discussão sobre os rumos da Escola de Música, "que precisa ser cada vez mais ampla e universal". Ele disse que está sendo vítima de "bullyng", sendo inclusive ameaçado de morte, o que vem lhe causando um enorme "custo emocional". "Consegui, mesmo com a redução do quadro de professores para 212 profissionais, aumentar para 600 horas semanais as aulas oferecidas pela Escola", comemorou.
Zildenor Ferreira Dourado - Coordenadoria de Comunicação Social

Fonte: Comunicação Social CLDF