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Professores criticam gestão do atual diretor da EMB |
A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da
Câmara Legislativa vai intermediar a crise na Escola de Música de
Brasília, a fim de atender as reivindicações apresentadas por professores,
estudantes e pais de alunos da entidade. O anúncio foi feito durante debate
realizado na manhã desta quarta-feira (6), no auditório da Casa. Os
deputados da comissão anunciaram que irão realizar visita à Escola de Música,
nos próximos dias, para checarem os vários problemas de funcionamento e de
gestão denunciados pelos professores.
O presidente da CESC, deputado prof. Reginaldo
Veras (PDT), defendeu ao final do encontro que cabe à comissão abrir espaço
para a discussão da pauta apresentada pelos docentes da Escola de Música.
Ele informou aos participantes que irá levar ao conhecimento do governador
Rollemberg e dos gestores da Secretaria de Educação um documento com a síntese
das reivindicações dos professores
e alunos. Enfatizou ainda a necessidade de o
governo cumprir a lei que garante a gestão democrática nas escolas.
Veras comentou que uma das questões mais
complicadas a serem resolvidas diz respeito à "especificidade de
modulação" da jornada de trabalho, já que o ensino de música é
diferenciado e requer dos docentes tempo para ensaios e estudos de técnica, por
exemplo. Esta foi uma das principais queixas dos professores durante o debate.
"Se tem tanto professor e aluno aqui agora
protestando é que tem muitos problemas por lá e a gente precisa intermediar
essa questão", enfatizou o deputado Juarezão (PRTB). Na mesma linha, o
deputado Wasny de Roure (PT) defendeu que a Escola de Música precisa ter sua
importância reconhecida pelo governo, enfatizando que uma das medidas a serem
adotadas para a melhoria do funcionamento seria a ampliação da estrutura
física da entidade, pois há área suficiente para isso, em sua sede, na 602
Sul.
O deputado Rafael Prudente (PMDB) fez um apelo
para que o governo local ouça as reivindicações dos professores da Escola de
Música e para que os alunos sejam os principais beneficiados. "Por onde ando
as pessoas demonstram preocupação com a continuidade e a abertura de vagas
para o Curso de Verão", disse. Já a deputada Luzia de Paula
(PEN) comentou que os alunos de cidades distantes do Plano Piloto, como
Ceilândia, enfrentam muitas dificuldades de acesso àquela escola.
Gestão - "Precisamos de respeito à lei da
gestão democrática das escolas e de uma legislação própria, que possa
atender à especificidade da pedagogia musical. O atual diretor
não acata as decisões do Conselho Escola, e não nomeou os coordenadores até
agora", denunciou o professor Patrício Lavenere.
Já a professora Cleri Fichberg defendeu a
necessidade de a atual direção ouvir a comunidade que trabalha e estuda na
Escola de Música. Segundo ela, a instituição deveria ser administrada por um
colegiado, "garantindo a transparência em todos os
níveis". Também o professor Osvaldo Amorim criticou os
"desmandos" da atual administração e disse ainda que, desde 2011, o
governo local vem aumentando a jornada de trabalho dos professores da Escola de
Música, como se eles fossem beneficiados por "privilégios".
O aluno Eduardo Hessen, representando o grêmio
estudantil da escola, leu uma carta de apoio ao movimento de mobilização dos
professores, condenou o "sucateamento" da instituição com mais de 40
anos de funcionamento e propôs que o atual diretor da escola renunciasse
ao cargo, em virtude da sua "gestão autoritária".
Bullyng - Sentado na última fila do auditório durante
todo o debate, o diretor da Escola de Música, Airton Piso, disse que estava
"orgulhoso" por participar da discussão sobre os rumos da Escola de
Música, "que precisa ser cada vez mais ampla e universal". Ele disse
que está sendo vítima de "bullyng", sendo inclusive ameaçado de
morte, o que vem lhe causando um enorme "custo emocional". "Consegui,
mesmo com a redução do quadro de professores para 212 profissionais, aumentar
para 600 horas semanais as aulas oferecidas pela Escola", comemorou.
Zildenor Ferreira Dourado - Coordenadoria de
Comunicação Social
Fonte: Comunicação Social CLDF