segunda-feira, 4 de maio de 2015

Defensores Públicos esperam socorro da Câmara Legislativa do Distrito Federal

O Jornal de Brasília, edição de 04 de maio de 2015, trouxe uma reportagem sobre a precariedade da Defensoria Pública do Distrito Federal

Os problemas atingem todos os aspectos da instituição. Faltam Defensores públicos, analistas de apoio às atividades dos Defensores, técnicos, bons estagiários e a sobrecarga de trabalho tem afetado à saúde dos Defensores Públicos e servidores. a paridade salarial com o Ministério Público e a Magistratura foram perdidas, contrariando as promessas feitas pelo então candidato Rodrigo Rollemberg e tantas outras mazelas que atingem o órgão. A reportagem pergunta quem defenderá os Defensores Públicos?

Pois bem, a Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, recentemente, inaugurou um Núcleo de Atendimento Judiciário no interior do parlamento local. O fez com pompa e circunstância, adotando o discurso de fortalecimento do órgão. Desde a inauguração, talvez seja um dos serviços mais procurados na CLDF, demonstrando a importância social da Defensoria Pública. Foi uma iniciativa louvável, mas que, infelizmente, parou por aí...

No dia 19 de maio celebra-se o dia do Defensor Público, todavia, os Defensores Públicos não tem absolutamente nada para comemorar. Talvez, a Deputada Distrital, Celina Leão, mande iluminar a CLDF de verde, cor que simboliza a instituição, cor que remete à esperança
que a população mais pobre tem de ter seus direitos assegurados. Mas iluminar a CLDF de verde, mínimo que se espera, não é suficiente.

A Defensoria Pública precisa de reforço orçamentário, precisa de nomeações, instalações dignas, recomposição salarial (para que os defensores não deixem a carreira em busca de melhor remuneração), mas, sobretudo, de respeito.
Espera-se, da Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Deputada Distrital Celina Leão, que anuncie a realização de acordo entre o GDF, Defensoria Pública e Parlamento para implementação imediata de melhoras na estrutura, na remuneração e na carência de pessoal.

O impacto financeiro da plena estruturação da Defensoria Pública é modesto, especialmente quando confrontado com os relevantes serviços prestados pela instituição. A “casa do povo”, presidida e representada por Celina Leão, precisa defender quem defende o povo mais sofrido da Capital da Esperança. Não é possível que um serviço essencial à função jurisdicional do Estado seja tratado com tanto descaso. Ouçamos, então, o que a Presidente da CLDF falará.

André de Moura é Defensor Publico no Distrito Federal 



Fonte: Por André de Moura