quinta-feira, 16 de maio de 2019

Com queda de R$ 1,2 bilhão na receita, GDF freia reajustes a servidores


Queda de 4,59% nos recursos do Executivo aparece no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ontem para a Câmara Legislativa. Mesmo assim, o governo local acredita em melhora de cenário a partir de setembro


Além da diminuição da receita, o Palácio do Buriti trabalha com o risco de perder R$ 700 milhões anuais na arrecadação por causa de decisão do TCU(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )


As receitas do GDF devem cair 4,59% no próximo ano, e as despesas públicas da capital federal terão de sofrer cortes na mesma proporção. As informações constam no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado ontem pelo governo à Câmara Legislativa. De acordo com o texto elaborado pelo Executivo local, as receitas devem cair de R$ 26,22 bilhões para R$ 25 bilhões. Somado ao Fundo Constitucional do Distrito Federal, o Orçamento para o ano que vem deve alcançar R$ 40 bilhões. Diante das dificuldades de caixa, não há previsão de pagamento de reajustes ou novas contratações em 2020. Mas o governo ainda aposta em uma melhoria do cenário até setembro, quando será finalizado o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) (leia Para saber mais).

O texto da proposta foi entregue no fim da tarde de ontem ao presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB). Os distritais vão começar a analisar a proposta, que orienta a elaboração do Orçamento para 2020. O secretário de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão do DF, André Clemente, apresentou os pontos principais do texto ao chefe do Legislativo.

Além da crise econômica, a queda de recursos previstos reflete, segundo Clemente, uma determinação do GDF de acabar com a recorrente superestimativa de receitas. O problema chegou a ser apontado pelo Tribunal de Contas do DF, que cobrou do GDF uma adequação do Orçamento à realidade. “O planejamento deixou de ser uma peça de ficção”, argumenta o secretário da pasta.

A LDO prevê a redução do deficit fiscal de R$ 799 milhões para R$ 343,6 milhões em 2020. “O estreitamento da meta fiscal proposto propicia uma melhoria da imagem do Distrito Federal no cenário econômico de curto e longo prazo, ao evidenciar que o Estado está diligente com a liquidez do caixa e com o saneamento das contas públicas”, defendeu André Clemente, na exposição de motivos que acompanha o projeto.

'O que está por vir pode derrubar o Capitão eleito', diz Carlos Bolsonaro


Filho do presidente Jair Bolsonaro sugeriu que pai sofre ameaça de impeachment
Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

O filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), o mais ativo nas redes sociais, escreveu nesta quarta-feira (15/5) na sua página do Twitter sobre o risco de seu pai não concluir o mandato.

Onde estão os caras feias, os identificadores de problemas, os escritores de cartas para aliados %u201Cdesbocados%u201D? O silêncio não tem nada a ver com a descoberta de seus devidos lugares. O que está por vir, pode derrubar o Capitão eleito. O que querem é claro! https://t.co/9gARtuC63K%u2014 Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) 15 de maio de 2019

“O que está por vir pode derrubar o Capitão eleito. O que querem é claro!”, escreveu, ao compartilhar um vídeo do youtuber Daniel Lopez. Ele pergunta antes “onde estão os caras feias, identicadores de problemas, os escritores de cartas para aliados 'desbocados'?”.

No vídeo, chamado de “Já está tudo engatilhado em Brasília para derrubar Bolsonaro”, o jornalista e teólogo, defensor do pensamento de direita, explica o risco de a crise econômica do governo levar Bolsonaro a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e praticar as chamadas “pedaladas fiscais”, manobra que levou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao impeachment.

MPF pede a suspensão imediata do decreto das armas de Bolsonaro

Ação assinada por cinco procuradores foi ajuizada na 17ª Vara de Justiça Federal

O decreto foi editado pelo presidente Jair Bolsonaro no início deste mês(foto: Fernando Souza/AFP)

O decreto que flexibiliza o porte e a posse de armas no Brasil, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, entrou na mira do Ministério Público Federal (MPF). Por meio de uma ação ajuizada na terça-feira (14/5), na 17ª Vara de Justiça Federal, o órgão judiciário pede a suspensão imediata e integral da medida. A ação também solicita da União explicações sobre os fundamentos do decreto.

Cinco procuradores assinam a ação. Segundo eles, o decreto do governo, de nº 9785/2019, "extrapola a sua natureza regulamentar, desrespeita as regras previstas no Estatuto do Desarmamento e coloca em risco a segurança pública de todos os brasileiros", além de "contrariar diretamente o que foi orientado pela lei vigente no País". 

Como exemplo das ilegalidades contidas na medida, os procuradores citam as novas condições exigidas para a obtenção do porte de armas: "O que antes era um acesso concedido a público restrito, passa a uma imensa gama de perfis autorizados a transitar com arma de fogo. Em algumas situações, o normativo chega a dispensar a comprovação da necessidade de porte". 

PM que queria “brincar com os comunas” pode ser punido até com expulsão

Fonte: Instagram

O policial militar que postou nesta manhã (15/05) uma mensagem no Instagram, dentro de um ônibus, dizendo que estava indo “brincar com os comunas” durante manifestação na Esplanada dos Ministérios contra os cortes no orçamento da educação pode ser punido por infração disciplinar com sanções que vão de advertência, impedimento, repreensão, detenção disciplinar, licenciamento e até exclusão dos quadros da Polícia Militar a bem da disciplina.  As penalidades estão previstas no artigo 24 do Regulamento Disciplinar do Exército.

Os promotores de Justiça Flávio Augusto Milhomem e Nísio Edmundo Tostes, da Auditoria Militar, enviaram ofício à Corregedoria da PM requisitando a apuração da transgressão disciplinar praticada pelo policial Rodrigo Jardim. O documento foi enviado ao Coronel William Delano Marques de Araújo, corregedor-geral da PM.

'Não somos responsáveis pelo contingenciamento atual', diz ministro


Segundo Abraham Weintraub, o orçamento atual do MEC foi feito pelo governo da ex-presidente Dilma

Ministro da Educação Abraham Weintraub
Em sabatina convocada pelos deputados federais, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a explicar, nesta quarta-feira (15/5), o contingenciamento feito no orçamento das universidades e institutos federais. "Não somos responsáveis pelo contingenciamento atual. O orçamento atual foi feito pelo governo eleito da presidente Dilma Rousseff. Nós não votamos nele. Não somos responsáveis pelo desastre da educação básica brasileira", disse.


Antes de ouvir os deputados, o ministro da Educação teve 30 minutos para fazer uma apresentação aos congressistas. O gestor da pasta agradeceu a oportunidade de estar na Casa. "Estou aqui para elucidar uma série de informações que foram distorcidas e estão gerando um mal-estar na sociedade", afirmou.

Weintraub expôs o mesmo Power Point que já havia apresentado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), no Senado, na última semana, e no café da manhã com os jornalistas na manhã de terça-feira (14/5). A apresentação traz as metas fundamentadas no Plano Nacional de Educação (PNE).

Após o questionamentos de alguns deputados, Weintraub voltou a responder que está apenas obedecendo a lei e insistiu em afirmar, mais uma vez, que a crise atual foi originada pelos governos anteriores. Durante um dos pronunciamentos, houve confusão no plenário e um coro de deputados pediu a demissão do ministro.

Oposição
Para o deputado federal Alessandro Molon, líder da oposição na Câmara, as ações do ministro têm trazido preocupação à sociedade. "O que se percebe é uma tentativa de se perseguir as universidades e de atacar a produção de conhecimento. O governo não acredita em livros, acredita em armas", afirmou. 

Molon também respondeu à fala do presidente Jair Bolsonaro. "Não chamem os nosso professores e estudantes de idiotas úteis. Respeitem as universidades, a educação e os estudantes brasileiros", completou.