BRB é a vítima central em esquema bilionário do Banco Master, aponta investigação
Uma investigação complexa conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal revelou uma sofisticada operação financeira que teria sido utilizada pelo Banco Master para inflar artificialmente seu patrimônio e mascarar um rombo aproximado de R$ 12 bilhões. Documentos oficiais, decisões judiciais e elementos das diligências apontam que o BRB (Banco de Brasília) figura como vítima direta dessa engrenagem fraudulenta.
Segundo a decisão judicial que autorizou a operação, o Grupo Master teria buscado “soluções” para simular uma robustez financeira que não possuía. Para isso, recorreu a artifícios considerados ilícitos, envolvendo a aquisição e revenda de carteiras de crédito inexistentes, com o objetivo de gerar lastro fraudulento e melhorar indicadores artificiais de solvência.
“A hipótese investigativa levantada é a de que a solução do Grupo Master para aportar recursos muito superiores à sua produção histórica, e que fossem capazes de cobrir o rombo de 12 bilhões, consistiu em se associar, ilicitamente, a uma Sociedade de Crédito Direto, com o objetivo de inflar seu patrimônio artificialmente, por meio da aquisição de carteiras de créditos inexistentes e revendê-las ao BRB”, descreve o trecho da decisão.
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Documentos falsos e associações ligadas a sócios do Master foram usadas para simular crédito consignado
De acordo com a investigação, para que a fraude tivesse aparência de legalidade, foi montado um esquema documental envolvendo duas associações ligadas a Augusto Lima, sócio de Daniel Vorcaro no Banco Master. Essas entidades teriam sido usadas como base para fabricar carteiras fictícias de crédito consignado, supostamente bilionárias, que nunca existiram na prática.
Esses documentos falsificados continham dados de beneficiários, contratos simulados e operações inteiramente inventadas tudo estruturado para enganar sistemas de compliance, auditores e autoridades reguladoras. Ao vender tais carteiras ao BRB, o Master teria conseguido captar recursos que não poderiam ser obtidos de forma regular.
Mesmo após veto do Banco Central, repasses do BRB ao Master continuaram
Um dos pontos mais sensíveis revelados pelos investigadores é que, mesmo após o Banco Central rejeitar a compra do Banco Master pelo BRB, o banco público do Distrito Federal continuou transferindo recursos ao Master.
Para a Polícia Federal, esse comportamento demonstrou que o esquema criminoso não havia cessado, configurando continuidade delitiva. Em outras palavras, mesmo sob escrutínio regulatório, as operações seguiram ocorrendo.
Diante disso, os investigadores concluíram que havia risco evidente de:
- persistência da fraude,
- destruição de provas,
- continuidade de captação irregular de recursos públicos,
- ampliação dos danos financeiros ao BRB e ao sistema bancário.
Esses fatores foram essenciais para fundamentar a prisão preventiva de Daniel Vorcaro e de outros executivos do Banco Master.
BRB é colocado como alvo das manobras financeiras ilícitas
Em todos os elementos analisados pela investigação e pela decisão judicial, o BRB aparece como parte lesada. O banco público teria sido levado a adquirir créditos inexistentes, transferir recursos sem lastro real e, portanto, ser vítima direta de fraude financeira baseada em títulos simulados.
A construção das carteiras fictícias, associada à manipulação estrutural promovida pelo Banco Master, teria provocado prejuízos diretos e indiretos ao BRB além de afetar a governança e a segurança das operações realizadas pela instituição brasiliense.
As autoridades agora avançam para determinar:
- o tamanho total do prejuízo,
- os responsáveis diretos,
- as falhas regulatórias que permitiram o esquema,
- a eventual responsabilização civil e criminal dos envolvidos.
A investigação segue em segredo de justiça, mas documentos revelados até aqui mostram um dos maiores escândalos bancários recentes do país, com impacto direto no setor público financeiro do Distrito Federal.
Fonte: A redação
