Segundo
Abraham Weintraub, o orçamento atual do MEC foi feito pelo governo da
ex-presidente Dilma
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Ministro da Educação Abraham Weintraub |
Em sabatina convocada pelos deputados federais,
o ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a explicar, nesta
quarta-feira (15/5), o contingenciamento feito no orçamento das universidades e
institutos federais. "Não somos responsáveis pelo contingenciamento atual.
O orçamento atual foi feito pelo governo eleito da presidente Dilma Rousseff.
Nós não votamos nele. Não somos responsáveis pelo desastre da educação básica
brasileira", disse.
Antes de ouvir os deputados, o ministro da Educação teve 30 minutos para fazer uma apresentação aos congressistas. O gestor da pasta agradeceu a oportunidade de estar na Casa. "Estou aqui para elucidar uma série de informações que foram distorcidas e estão gerando um mal-estar na sociedade", afirmou.
Weintraub expôs o mesmo Power Point que já
havia apresentado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), no Senado,
na última semana, e no café da manhã com os jornalistas na manhã de terça-feira
(14/5). A apresentação traz as metas fundamentadas no Plano Nacional de
Educação (PNE).
Após o questionamentos de alguns deputados,
Weintraub voltou a responder que está apenas obedecendo a lei e insistiu em
afirmar, mais uma vez, que a crise atual foi originada pelos governos
anteriores. Durante um dos pronunciamentos, houve confusão no plenário e um
coro de deputados pediu a demissão do ministro.
Oposição
Para o deputado federal Alessandro Molon, líder
da oposição na Câmara, as ações do ministro têm trazido preocupação à
sociedade. "O que se percebe é uma tentativa de se perseguir as
universidades e de atacar a produção de conhecimento. O governo não acredita em
livros, acredita em armas", afirmou.
Molon também respondeu à fala do presidente
Jair Bolsonaro. "Não
chamem os nosso professores e estudantes de idiotas úteis. Respeitem as
universidades, a educação e os estudantes brasileiros", completou.
Mais cedo, Bolsonaro ao conversar com
jornalistas, em frente ao hotel onde ficará hospedado nos Estados Unidos,
minimizou o movimento contra os cortes na área da educação e a reforma da
Previdência. "É natural, mas a maioria (dos manifestantes) é militante. Se
você perguntar a fórmula da água, não sabem, não sabem nada. São uns idiotas
úteis sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe
o núcleo das universidades federais no Brasil", afirmou Bolsonaro.
A presença de Weintraub na Câmara coincidiu de
ocorrer no mesmo dia em que manifestações contra o contingenciamento de
recursos são realizadas pelo país. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) se
solidarizou com as pessoas que ocuparam as ruas do Brasil nos protestos. A
líder das minorias na Casa criticou a apresentação do ministro, que chamou de
"cínica". "Que você saia daqui e peça demissão do seu cargo de
ministro da Educação", completou.
Aliados
e base
O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) criticou a
paralisação de estudantes e professores das universidades federais. "Hoje,
muitas universidades estão paradas. Por quê? Será que esses estudantes estão de
folga? É feriado? Há muitos alunos nas escolas particulares que são pobres. E
os estudantes das universidades públicas, pagas com o nosso dinheiro, estão
paralisados. Vamos inverter essa lógica", ressaltou.
O parlamentar também disse que Bolsonaro pediu
a ele agradecer os partidos do Centro e da oposição pela convocação feita ao
ministro. "Todos os nossos ministros podem ser convocados. Eles vão vir
aqui falar do nosso governo. Nós não temos nada a esconder", afirmou.
Fonte: Correio Braziliense