O tema prerrogativa sempre vem à tona quando
estamos em processo eleitoral interno na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.
Infelizmente, a discussão se torna muito superficial, geralmente coordenada
pelo pessoal de markerting de cada candidato a presidente da Ordem.
Um tema tão relevante não só para o advogado, mas, também, para as pessoas de
uma maneira geral, não pode ser mitigado como se inexpressivo fosse. A sua
relevância é de tal ordem que deve ser tratado institucionalmente – e não está.
Deve romper barreiras – e não está. Deve ganhar as ruas – e não está. ...
Falo por mim. Falo de meus constrangimentos. Falo da difícil missão de ser
advogado “Dom Quixote”, como um cavaleiro andante pelos percalços da profissão,
que transpõe barreiras em portas de delegacias, presídios, repartições e
tribunais. Tudo isso em nome da administração da Justiça. Ora, se somos
indispensáveis por que tanta resistência a nossa presença? E não é apenas a
cultura arraigada dos “pobres homens” que nos tira as prerrogativas. Digo sem
medo e sem dó, é maldade mesmo!
O agente público, em muitos casos, não trata o advogado com respeito e
distinção, nem lhe garante suas prerrogativas, em razão do eterno silêncio da
Ordem perante as arbitrariedades cometidas. Em minha modesta opinião, penso que
o tratamento dado ao problema pela direção da OAB é de um provincianismo e
amadorismo gigantesco. Para mim, os dirigentes da nossa classe, nessas horas,
não devem agir como diplomatas, mas como guerreiros em defesa do colega em
apuros e em defesa da ordem e da Justiça.
O presidente da OAB, a ser eleito, não pode permanecer em seu gabinete ou mesmo
sentado em seu escritório, sob o frescor do ar-condicionado. Tem de ir às ruas
protestar e exigir daqueles que têm o dever de ofício o cumprimento de
dispositivos constitucional e infraconstitucional.
Antes, eu havia escrito as razões de minha contrariedade à reeleição do
presidente da OAB ou de qualquer outra instituição, por entender que um
dirigente sentado muito tempo numa cadeira acolchoada tende a acomodar-se. O
novo sempre revigora o velho. O