terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Quando o discurso não fecha a conta: o ministro que levou o país ao vermelho

Déficit crescente, dívida em alta e estatais novamente no vermelho expõem o fracasso da política econômica.


FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET


Por Gleisson Coutinho

Chamar Fernando Haddad de “o ministro que deu certo”, como faz a coluna publicada no Metrópoles, é uma narrativa que não se sustenta quando confrontada com os números reais da economia brasileira desde o início de sua gestão. O discurso otimista ignora a deterioração fiscal, o crescimento da dívida pública, o retorno do déficit e o enfraquecimento das estatais, que hoje apresentam prejuízos sucessivos.

No final de 2022, o Brasil encerrou o ano com resultado primário próximo do equilíbrio e com expectativa de consolidação fiscal. Em 2022, o setor público chegou a registrar superávit primário, algo raro na história recente. Hoje, sob a gestão de Haddad, o cenário é outro. O país caminha para fechar 2025 com déficit primário estimado entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões, segundo dados do Banco Central e projeções fiscais oficiais. Isso significa que o governo voltou a gastar mais do que arrecada, empurrando a conta para o futuro.

A dívida pública escancara ainda mais essa piora. A dívida bruta do governo geral, que girava em torno de 73 por cento do PIB no fim de 2022, já ultrapassa 78 por cento do PIB em 2025, com projeções indicando que pode alcançar mais de 82 por cento nos próximos anos. Em algumas metodologias ampliadas, esse número se aproxima de 90 por cento do PIB, colocando o Brasil entre os países mais endividados do mundo emergente. Isso não é sinal de sucesso, mas de alerta.

As estatais são outro retrato do fracasso da atual condução econômica. Empresas que apresentavam lucro consistente em 2021 e 2022 passaram a registrar prejuízos bilionários. A Petrobras, por exemplo, viu seus resultados despencarem após mudanças na política de preços e na governança. Correios, que vinham em processo de recuperação, voltaram ao vermelho. O discurso de fortalecimento do Estado resultou, na prática, em má gestão, aumento de custos e perda de eficiência.

O crescimento econômico, frequentemente usado como justificativa para exaltar o ministro, também é modesto. O PIB brasileiro cresce em torno de 2,2 a 2,7 por cento em 2025, um ritmo insuficiente para compensar o descontrole fiscal, o aumento da dívida e a queda da confiança. Não se trata de crescimento estrutural, mas de avanço limitado, impulsionado por fatores pontuais e incapaz de gerar segurança econômica de longo prazo.

Bolsonaro doente, pedidos médicos negados e o risco de um novo caso como o de Clezão


Por Gleisson Coutinho

Jair Bolsonaro encontra-se doente enquanto permanece nas dependências da Polícia Federal, segundo informações divulgadas por sua defesa. De acordo com os advogados, o ex-presidente apresenta quadro clínico que exige acompanhamento médico especializado, incompatível com a permanência em ambiente policial, razão pela qual foram apresentados sucessivos pedidos ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, para autorização de remoção hospitalar e realização de tratamento adequado.

A defesa sustenta que os requerimentos foram devidamente fundamentados em laudos e relatos médicos, alertando para riscos concretos à saúde de Bolsonaro caso não haja intervenção hospitalar imediata. Ainda assim, até o momento, os pedidos não teriam sido acolhidos, o que tem gerado forte reação de aliados, juristas e setores da opinião pública que veem na situação uma afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana e ao direito fundamental à saúde, garantido pela Constituição Federal a qualquer cidadão, independentemente de posição política ou acusação que pese contra si.

O que transparece, para críticos da condução do caso, é uma postura de endurecimento extremo por parte do relator, interpretada como indiferença diante do agravamento do estado de saúde do ex-presidente. Essa percepção é reforçada pela memória recente de episódios trágicos ocorridos no sistema prisional do Distrito Federal, como o caso de Clezão, que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda após sucessivas negativas de atendimento médico adequado, fato que gerou ampla comoção e questionamentos sobre a responsabilidade do Estado.

Embora os contextos jurídicos sejam distintos, a comparação tem sido feita como alerta. Para esses críticos, a insistência em manter Bolsonaro em condições consideradas inadequadas, mesmo diante de reiterados pedidos da defesa, cria um cenário perigoso, no qual a autoridade judicial aparenta aguardar que o pior aconteça antes de agir. Essa leitura, ainda que contestada por apoiadores das decisões do STF, ganha força à medida que o quadro clínico do ex-presidente é exposto publicamente.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

BOMBA: Cappelli, a ABDI e a campanha disfarçada: investigação revela uso da agência como trampolim eleitoral

FOTO: criada por IA

Por Gleisson Coutinho

Vivemos um momento em que a credibilidade das instituições públicas precisa ser preservada com rigor. O alerta feito pela área técnica do Tribunal de Contas da União não pode ser tratado como algo menor. A denúncia foi apresentada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP), e a análise técnica do TCU se manifestou a favor de seu conhecimento. Recentemente, a área técnica do TCU identificou indícios preocupantes de desvio de finalidade no uso da estrutura e recursos da ABDI, sugerindo que uma agência pública teria sido utilizada para fins pessoais e políticos de seu dirigente. Os indícios apontados envolvem diretamente Ricardo Cappelli, atual presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que, ao mesmo tempo, se movimenta politicamente como pré-candidato a governador do Distrito Federal pelo PSB.

Segundo os técnicos do TCU, há sinais de que a estrutura da ABDI, uma agência pública financiada com recursos do contribuinte, teria sido utilizada para atividades de cunho pessoal e de promoção política do seu presidente. A denúncia trata especificamente de um contrato de publicidade (Contrato 25/2022), que recebeu um aditivo de 25%, elevando seu valor total para R$ 8,1 milhões, "sem que constassem nos autos justificativas técnicas". Se confirmadas, tais práticas representam uma afronta direta aos princípios mais básicos da administração pública, especialmente os da impessoalidade, moralidade e legalidade.

É inaceitável que órgãos públicos, mantidos com o suor do contribuinte brasileiro, sejam usados para promover interesses particulares ou de pré-candidatos. Não é aceitável que alguém que ocupa um cargo estratégico no governo federal utilize a máquina pública como trampolim eleitoral. A ABDI não pode, em hipótese alguma, funcionar como escritório político, plataforma de marketing pessoal ou instrumento indireto de campanha antecipada para o Governo do DF.

A administração pública não pode servir de palco para a autopromoção de quem deveria zelar pelo interesse coletivo. A Constituição e os princípios da administração pública, como impessoalidade, moralidade e eficiência, existem justamente para coibir esse tipo de desvirtuamento e resguardar a confiança da sociedade no Estado. Recursos públicos existem para atender ao interesse coletivo, não para pavimentar projetos de poder individuais.

Quando um dirigente público se aproveita da máquina estatal para fortalecer sua própria imagem, estamos diante de uma grave distorção democrática. O caso se torna ainda mais grave quando se observa que Cappelli não é apenas um gestor técnico, mas um ator político em plena construção de candidatura no Distrito Federal. Isso exige um nível de cuidado redobrado, pois qualquer confusão entre o papel institucional e o interesse eleitoral desequilibra o jogo democrático e distorce a concorrência política.

A situação é agravada pelo fato de ele, como pré-candidato declarado, não ter se afastado do cargo de presidente da ABDI para conduzir sua campanha. Essa permanência, somada ao conteúdo de suas redes sociais, alimenta a percepção de que a estrutura estatal está sendo utilizada como base de apoio.

Em suas próprias palavras, Cappelli defende-se afirmando que "minha comunicação pessoal não tem vínculo com a ABDI". No entanto, a análise técnica do TCU identificou que a gestão operacional dos impulsionamentos de conteúdo de cunho pessoal e político foi feita por servidor e terceirizado da agência, indicando uma utilização da sua estrutura administrativa.

O uso de contratos milionários de comunicação para impulsionar conteúdo político ou pessoal, operado com estrutura interna e terceirizada do órgão, fere não só normas administrativas, mas o próprio sentido da função pública. Usar contratos de comunicação, estrutura administrativa ou equipes pagas com dinheiro público para fortalecer imagem pessoal é algo que precisa ser extirpado de vez da administração pública brasileira.

A máquina do Estado não pertence a governos, partidos ou pré-candidatos. Ela pertence ao povo.

Atualmente, a manifestação técnica favorável à investigação foi encaminhada para o gabinete do ministro-relator Bruno Dantas. Ele deve elaborar o voto para apreciação do Plenário do TCU, embora não haja um prazo definido para esta etapa. As instituições de controle, como o TCU, desempenham papel essencial ao apontar e investigar tais indícios. Porém, depender apenas da atuação técnica não basta: é necessário que haja transparência total, responsabilização firme e regras claras que impeçam que o poder estatal seja usado como instrumento de vantagem eleitoral ou de promoção pessoal.

Cabe agora aos órgãos de controle avançarem com rigor na apuração, mas cabe também à sociedade cobrar limites claros. Quem quer disputar eleição deve fazê-lo com meios próprios, fora da estrutura estatal. O uso da coisa pública para benefício pessoal ou eleitoral não pode ser normalizado, relativizado ou tratado como estratégia política aceitável.

A sociedade não pode tolerar a apropriação da coisa pública como meio de vantagem política individual. O uso de recursos públicos deve ser estritamente vinculado ao interesse público, com controle, transparência e prestação de contas. Precisamos de normas mais rígidas e de fiscalização efetiva para que casos assim não se repitam, garantindo que o Estado sirva à população, não a ambições pessoais. Se o país quer amadurecer institucionalmente, precisa deixar claro: cargo público não é palanque, e o Distrito Federal não pode aceitar que uma agência federal seja instrumentalizada para projetos eleitorais disfarçados de gestão.

Entre a inovação e o risco: CNJ impõe limites à inteligência artificial no Judiciário

Resolução 615/2025 autoriza o uso de inteligência artificial nos tribunais, mas reforça que eficiência não pode atropelar direitos nem substituir o julgamento humano.



Por Gleisson Coutinho

A inteligência artificial já bate à porta do Judiciário há algum tempo. Agora, entrou de vez. A edição da Resolução nº 615/2025 pelo Conselho Nacional de Justiça não marca o início dessa transformação, mas revela algo mais importante: o reconhecimento institucional de que o avanço tecnológico exige regras claras, limites bem definidos e responsabilidade democrática.

O CNJ acerta ao não tratar a inteligência artificial como inimiga. Sistemas capazes de organizar processos, identificar precedentes, auxiliar na análise documental e reduzir gargalos administrativos são parte inevitável da modernização da Justiça. Negar esse avanço seria fechar os olhos para uma realidade já em curso nos tribunais brasileiros.

O problema não está na tecnologia em si, mas na tentação de usá-la como atalho. A Resolução 615 deixa isso explícito ao reafirmar que nenhuma ferramenta de inteligência artificial pode substituir a decisão humana, especialmente quando estão em jogo direitos, deveres, sanções ou impactos diretos na vida das pessoas. Julgar não é apenas calcular probabilidades. É interpretar fatos, ponderar princípios e assumir responsabilidade institucional.

Ao exigir supervisão humana obrigatória, transparência e possibilidade de contestação, o CNJ reconhece um risco real: algoritmos não são neutros. Eles reproduzem dados, padrões e vieses de quem os constrói e de quem os alimenta. Sem controle, podem reforçar desigualdades, automatizar injustiças e criar uma falsa sensação de objetividade técnica onde deveria existir prudência jurídica.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Dosimetria agora, anistia depois: a cobrança legítima da direita ao Senado


Por Gleisson Coutinho

É preciso dizer de forma clara o que muitos brasileiros de direita pensam e esperam do Senado Federal. A votação do PL da dosimetria da pena, embora importante, não encerra o debate nem resolve a injustiça central vivida por centenas de pessoas presas pelos atos de 8 de janeiro. Ela é um avanço, sim, mas um avanço insuficiente diante da gravidade do que aconteceu depois daqueles fatos.

Para a direita brasileira, a dosimetria surge quase como uma solução paliativa. Um remendo necessário diante de um cenário extremo, no qual cidadãos comuns seguem presos, muitos deles enquadrados em crimes que não correspondem à realidade filmada, registrada e acompanhada pelo mundo inteiro. Chamar essas pessoas de terroristas ou imputar a elas o crime de abolição do Estado Democrático de Direito é uma distorção jurídica grave, desconexa dos fatos e desproporcional à conduta individual de grande parte dos condenados.

O absurdo é que o Congresso tenha chegado ao ponto de discutir uma correção na dosimetria da pena quando o debate central deveria ser a anistia ampla e irrestrita. Ainda assim, diante da resistência política e institucional, a dosimetria passa a ser vista como o único caminho possível agora para minimizar danos. Para muitos presos, essa mudança pode significar voltar para casa, passar o Natal e o Ano Novo com a família, recuperar minimamente a dignidade e a esperança.

PL da Dosimetria da Pena avança no Congresso e entra na pauta da CCJ do Senado

Em 10 de dezembro de 2025  o Projeto de Lei conhecido como PL da Dosimetria da Pena avançou mais uma etapa no Congresso Nacional e agora aguarda análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. A matéria foi oficialmente incluída na pauta da 46ª Reunião da CCJ, agendada para o dia 17 de dezembro de 2025.

A proposta já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e segue em tramitação no Senado, onde passa pelo exame de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. A CCJ é considerada uma das comissões mais importantes da Casa, pois avalia se os projetos estão em conformidade com a Constituição Federal antes de seguirem para votação em plenário.

O PL trata de mudanças relevantes na dosimetria da pena, etapa do processo penal em que o juiz fixa o tamanho da punição aplicada ao réu. O texto propõe critérios mais objetivos para a fixação das penas, buscando reduzir disparidades entre decisões judiciais e conferir maior previsibilidade às sentenças penais.

Segundo defensores da proposta, o projeto fortalece a segurança jurídica e a isonomia, ao limitar excessos interpretativos e estabelecer parâmetros mais claros para a atuação do Judiciário. Parlamentares favoráveis argumentam que a medida contribui para um sistema penal mais equilibrado e transparente, além de alinhar a aplicação das penas ao princípio da proporcionalidade.

Zambelli formaliza renúncia e afirma que seguirá atuando na vida pública


A deputada federal Carla Zambelli protocolou pedido de renúncia ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, no qual afirma que continua “viva” politicamente e que o país ainda ouvirá sua voz. A decisão ocorre após a condenação a dez anos de prisão no processo que apurou a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, caso que levou à perda de sustentação de seu mandato.

No documento encaminhado à Mesa Diretora, Zambelli sustenta que sua saída não representa recuo ou fragilidade, mas um registro político de um momento que considera histórico. Ela afirma que o mandato obtido nas urnas foi interrompido apesar de, inicialmente, a própria Câmara ter rejeitado a cassação, o que, segundo ela, demonstraria respeito à soberania popular e ao devido processo legal.

A parlamentar também agradeceu aos deputados que votaram contra a cassação em etapa anterior do processo, destacando que a posição do Legislativo refletiu a vontade expressa pelos eleitores. Em tom crítico, mencionou a posterior decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou a perda do mandato, apontando divergência entre os Poderes.

Ao final da mensagem, Zambelli afirmou que ideias e convicções não podem ser silenciadas por decisões judiciais e reiterou que continuará participando do debate público, mesmo fora do Parlamento.

Santa Maria em Luto: Adeus a Domingos Arruda, um Líder que Dedicou a Vida ao Povo

Atualização sobre sepultamento, no final do texto local horário. 




Com imenso pesar e o coração profundamente entristecido, Santa Maria se despede de Domingos Arruda, um verdadeiro pilar da nossa comunidade, um homem que transformou amor em ação e compromisso em legado.

Domingos não foi apenas uma liderança comunitária. Foi voz firme dos que não eram ouvidos, foi abraço nos momentos difíceis, foi presença constante onde havia necessidade. Lutou incansavelmente por dignidade, justiça e melhorias para Santa Maria, sempre com humildade, coragem e um senso humano raro. Sua vida foi marcada pelo servir, pelo cuidar e pelo colocar o bem coletivo acima de qualquer interesse pessoal.

Hoje, a comunidade sente um vazio imenso, mas também carrega a certeza de que sua história jamais será apagada. Cada luta travada, cada família ajudada, cada esperança reacendida permanece viva como testemunho do homem extraordinário que ele foi.

Neste momento de profunda dor, nos solidarizamos com sua esposa Ana Cláudia, familiares, amigos e todos que tiveram o privilégio de caminhar ao seu lado. Que Deus, em Sua infinita misericórdia, conforte cada coração e conceda força para atravessar essa perda tão dolorosa.

Que Domingos Arruda seja acolhido na paz do Senhor e que sua memória continue inspirando gerações. Santa Maria perde um líder, mas o céu recebe um servo fiel.

🕊️ Descanse em paz, Domingos Arruda. Sua história vive em nós.

Conforme informações de familiares, Domingos Arruda encontrava-se internado, enfrentando fortes dores nos rins, enquanto travava uma dura batalha contra um câncer agressivo, o mieloma múltiplo, já em estágio avançado. Diante do agravamento do quadro clínico e do esgotamento das possibilidades de tratamento curativo, a prioridade passou a ser o cuidado paliativo, voltado ao conforto, à dignidade e à qualidade de vida.

foto retidada do status do Whatsapp

No dia 07 de dezembro de 2025, sua esposa, Ana Cláudia Arruda, criou uma campanha solidária na plataforma vakinha.com.br, com a meta de arrecadar R$ 25.000,00. Até o presente momento, haviam sido arrecadados R$ 1.575,00. A campanha, intitulada “Luta contra o câncer, cuidados paliativos Domingos Arruda”, tinha como objetivo custear despesas essenciais decorrentes do tratamento e da nova rotina imposta pela doença.

sábado, 13 de dezembro de 2025

Quando a toga se sobrepõe ao voto


Foto criada por inteligência artificial 

 Por Gleisson Coutinho 

A decisão do ministro Alexandre de Moraes de determinar a perda do mandato de uma deputada federal, passando por cima de uma deliberação do Congresso Nacional, representa mais um episódio grave de desequilíbrio entre os Poderes da República. Não se trata aqui de defender pessoas, partidos ou condutas individuais, mas de defender um princípio elementar da democracia: a soberania popular exercida por meio de representantes legitimamente eleitos.

O Parlamento não é um órgão decorativo. Deputados e senadores não estão ali por concessão do Judiciário, mas por escolha direta do povo. Quando um ministro do Supremo Tribunal Federal invalida uma decisão política do Congresso, substituindo a vontade institucional de uma Casa legislativa por uma decisão monocrática, o que se vê não é o fortalecimento do Estado de Direito, mas sua distorção.

A Constituição é clara ao estabelecer a separação e a harmonia entre os Poderes. O Judiciário tem o papel de interpretar a lei e garantir direitos, não de governar, legislar ou impor sua vontade sobre decisões políticas tomadas dentro das regras constitucionais. Ao ultrapassar essa fronteira, o Supremo deixa de ser árbitro e passa a ser jogador, comprometendo sua própria legitimidade.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Momento devocional: Casa de Oração ou Covil de Ladrões?

Quando Jesus entrou no templo e declarou: “A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes feito covil de ladrões”, Ele não estava apenas denunciando um erro externo. Ele estava chamando atenção para algo muito mais profundo: o coração das pessoas havia perdido o propósito da presença de Deus.

O templo sempre foi pensado como um lugar de encontro, onde o homem se aproxima do Criador, entrega sua adoração, derrama suas lágrimas, apresenta seus pedidos e renova suas forças. O templo era o espaço onde o céu tocava a terra. Contudo, naquele dia, Jesus encontrou um ambiente onde a oração havia sido substituída pela distração, a adoração pela rotina, e o sagrado pelo interesse pessoal.

E aqui está a mensagem devocional que esse versículo nos traz: somos nós hoje o templo. Não apenas o prédio, não apenas as paredes mas o coração. Se o Senhor olhasse para dentro de nós hoje, encontraria um “lugar de oração” ou um “covil de distrações e pesos”?

Quantas vezes deixamos que preocupações, interesses, vaidades, irritações e pecados silenciosos ocupem o espaço onde deveria haver reverência? Quantas vezes nossa vida espiritual se torna mecânica, vazia, apressada, como o movimento do comércio no templo?
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