Perguntado sobre a intenção do governador
do Rio de usar atiradores de elite para abater criminosos, ministro afirma que
policial 'não precisa esperar levar tiro de fuzil para reagir'
![]() |
Sérgio Moro na feira de segurança pública, no Rio(foto: Mauro Pimentel/AFP) |
Rio de Janeiro – O
ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, demonstrou não ser
contrário ao uso de atiradores de elite para abater criminosos portando fuzis
em vias públicas, como
deseja o governador fluminense, Wilson Witzel. Nessa terça-feira (2/4), no
Rio, logo após dar palestra fechada na 12ª Laad Defence & Security – a mais
importante feira de defesa e segurança pública da América Latina –, Moro não
afirmou que é favor do uso desses atiradores (snipers), mas também não fez
qualquer objeção à medida.
“Precisaria
saber melhor a que o governador está se referindo. O fato é que um policial não
precisa esperar levar um tiro de fuzil para reagir. Mas é preciso averiguar em
quais circunstâncias ocorreria essa autorização para o disparo a distância”,
disse, admitindo não estar familiarizado com as ordens emitidas pelo chefe do
Executivo estadual. Moro também afirmou no evento que a tecnologia pode ajudar
a combater o crime organizado e demonstrou confiança na aprovação do seu pacote
e do projeto da nova Previdência.
A
atuação do crime organizado preocupa o ministro, que encara o problema com uma
necessidade de ações intersetoriais. “Não há nenhuma dúvida de que milícias e
traficantes são integrantes de organizações criminosas. Para mim, Comando
Vermelho, PCC e milícias são a mesma coisa. Muda um pouco o perfil do
criminoso, mas constituem uma criminalidade grave e que tem de ser combatida”,
afirma. De acordo com ele, há bolsões de pobreza e comunidades em que isso se agrava
devido à ausência do Estado.
“Em
locais como o Rio de Janeiro há dificultadores, como o domínio territorial
desses grupos. É um desafio grande que não começou de hoje. Já foram tentadas
no passado algumas soluções. Para mim, parece óbvio