Assim
como o ministro Paulo Guedes, o secretário especial adjunto do Ministério da
Economia participou de audiência na CCJ da Câmara
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Bruno Bianco assegurou que ninguém ganhará menos que um salário mínimo com o sistema de capitalização pensado para as alterações previdenciárias(foto: Gilmar Felix/Câmara dos Deputados ) |
Um dia depois da confusão gerada pelo bate-boca
entre deputados e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de
Constituição e Justiça, foi a vez do secretário especial adjunto, Bruno Bianco,
enfrentar seis horas de debates na mesma CCJ sobre a reforma da Previdência. O
clima esteve mais ameno. Mesmo assim, o deputado Felipe Francischini (PSL-PR),
que preside o colegiado, precisou levantar a voz várias vezes para conter
parlamentares e chegou a afirmar que estava “perdendo a paciência”. A Comissão
convidou especialistas para opinar sobre a constitucionalidade da Proposta de
Emenda Constitucional (PEC) e sobre a intenção do governo de retirar da Carta
Magna alguns pontos relativos ao sistema previdenciário.
Bianco negou que a desconstitucionalização de pontos da Previdência Social represente um “cheque em branco” da sociedade para o governo, conforme acusam parlamentares. Segundo ele, a PEC não elimina parâmetros e garantias constitucionais, mas transfere detalhes para lei complementar a ser editada. “Não há no mundo Constituição Federal que traga regra de acesso e cálculo de benefício”, comparou.
Uma das principais dúvidas dos deputados foi com relação à introdução do regime de capitalização. Segundo o secretário, a PEC não introduz o sistema, mas autoriza a criação, que será detalhada em lei complementar. Bianco garantiu que ninguém receberá menos de um salário mínimo como aposentadoria, caso a proposta seja aprovada, mesmo se a pessoa não conseguir capitalizar valor suficiente. “Haverá uma camada de solidariedade que nos permite garantir que ninguém, seja no regime atual ou no de capitalização, ganhe menos do que o salário mínimo”, explicou. Segundo ele, a diferença será coberta pelo governo. Ele também defendeu um regime de capitalização, “não necessariamente total”, como alternativa ao atual, de repartição, pelo qual os trabalhadores da ativa pagam os benefícios dos aposentados.