terça-feira, 28 de junho de 2016

Câmara do DF aprova 'Lei do Uber' e deixa limitação de carros em aberto

Texto permite tarifas mais baratas, com as do UberX; governo discorda. Limite no número de licenças gerou polêmica e será definido pelo Buriti.

Deputados distritais durante sessão da Câmara Legislativa do DF, na última quinta (23); Casa continua votação nesta terça
(Foto: Carlos Gandra/CLDF)
Após duas longas semanas de discussão, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou na noite desta terça-feira (28) em segundo turno o projeto que regulamenta aplicativos de transporte individual, como o Uber. O texto vai à sanção do governador Rodrigo Rollemberg, que tem 30 dias para publicar a lei em Diário Oficial – e pode vetar parte das novas regras.
Um dos pontos mais polêmicos vai voltar às mãos do Palácio do Buriti sem definição – os distritais não definiram limite máximo para o número de veículos licenciados no app. Pelo texto aprovado, o governo tem 90 dias para determinar esse teto. Parte dos deputados defendia que o número correspondesse a 50% da frota de táxis.
O "texto-base" elaborado pelos distritais e aprovado em primeiro turno na semana anterior foi confirmado por unanimidade, por volta das 21h. Logo em seguida, os deputados passaram a analisar uma lista de destaques, com
temas controversos que previam maior ou menos liberdade para taxistas e motoristas de Uber e similares.
Em uma das emendas, os deputados aprovaram a permissão para cadastrar dois motoristas em um único veículo. Se o projeto for sancionado pelo governador, os condutores de Uber e similares terão de comprovar que residem no DF há pelo menos três anos.
Atendendo à reivindicação de taxistas, parte dos parlamentares defendia o estabelecimento de um "teto" para o número de carros rodando por aplicativos no DF. Com a medida de "metade dos táxis", a oferta de Uber passaria dos 7 mil atuais para 1,7 mil, nos cálculos da própria empresa.
Os distritais chegaram a debater o tema durante toda a tarde. O grupo favorável à limitação protocolou uma emenda que repassa ao Executivo a responsabilidade de estipular o número de carros dos aplicativos, em até 90 dias após a sanção da lei.
O projeto aprovado também libera o UberX (modalidade mais popular do aplicativo), que seria extinto de acordo com o texto original enviado pelo Palácio do Buriti. A versão que volta às mãos de Rodrigo Rollemberg cria o serviço de táxi executivo e autoriza que taxistas também utilizem a plataforma do Uber ou de aplicativos similares, como opção ao taxímetro normal.



Fonte: G1