quarta-feira, 3 de junho de 2015

CPI da Petrobras deve ouvir 14 pessoas semana que vem

Deputados também devem convocar novos depoentes, como o ex-ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage.

A CPI da Petrobras se prepara para ouvir 14 pessoas na semana que vem e convocar novos depoentes, como o ex-ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage.
Nesta terça, os empreiteiros Sérgio Cunha Mendes, da Construtora Mendes Júnior, e Dario Queiroz Galvão Filho, da Galvão Engenharia, disseram que usariam o direito de permanecer calados e foram dispensados.
Os empresários estão em prisão domiciliar e foram denunciados por pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Não é a primeira vez que acusados se recusam a responder perguntas da CPI. O deputado Celso Pansera, do PMDB do Rio de Janeiro, resumiu o sentimento dos deputados da comissão.
"Frustração mesmo, né? A gente prepara as perguntas, quer ouvir, vem aqui o depoente e usa o direito constitucional de ficar calado. Quarenta e cinco pessoas já foram convocadas por essa CPI. Dessas, 24 depuseram, falaram, de fato colaboraram com essa CPI, e 21 usaram o direito constitucional de não falar. Dentre esses 21 que não falaram, doze são ligados a empreiteiras. Ou seja, de fato é um cartel, eles funcionam como um clube."
A CPI foi prorrogada até o dia 7 de setembro e corre para recuperar o tempo perdido. Na semana que vem, serão ouvidas 14 pessoas, a maioria delas funcionários da Petrobras ligados ao processo de licitação e compras para obras de
refinarias.
Mas o depoimento mais aguardado é o do empresário Júlio Faerman, ex-representante comercial da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil. Ele é suspeito de ter feito pagamento de propinas em troca de contratos com a Petrobras.
O presidente da comissão, deputado Hugo Motta, do PMDB da Paraíba, quer ainda votar requerimentos de acareação entre os acusados. E aposta no resultado das investigações da Kroll, a empresa internacional contratada pela CPI.
"Nós temos a expectativa de evoluirmos agora para as acareações, para as quebras de sigilo que ainda não foram feitas e trabalharmos também com os resultados que a empresa de investigação financeira internacional, a Kroll, está fazendo, e que eu acredito que vai contribuir muito para o nosso trabalho aqui na CPI."
Já o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro, anunciou que vai priorizar a convocação do ex-ministro da CGU, Jorge Hage.
A CGU foi acusada pelo advogado inglês Jonathan Taylor de não investigar as denúncias de propina paga por Júlio Faerman a mando da SBM.
Reportagem — Antonio Vital


Fonte: RADIOAGÊNCIA