Nesta quinta-feira a CPI
colhe os depoimentos do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, e do
ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.
A CPI da Petrobras fez mais de 70 pedidos de
compartilhamento de informações a respeito de irregularidades na estatal à
Justiça, Ministério Público e órgãos de controle do Brasil e até do exterior.
Um dos ofícios pede ao Senado o compartilhamento de
todos os documentos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da
Petrobras, realizada no ano passado. Além do Senado, foram pedidas à Justiça
Federal e ao Supremo Tribunal Federal cópias de todos os inquéritos abertos por
conta da Operação Lava Jato. Outros procedimentos que envolviam irregularidades
na Petrobras foram solicitados também ao Tribunal de Contas da União, ao
Ministério Público Federal e à Controladoria Geral da União. Também foram
enviados pedidos oficiais de informação a órgãos de
controle da Inglaterra e
dos Estados Unidos, que investigam pagamento de propina a funcionários da
Petrobras.
A comissão também definiu o número de
sub-relatorias que vão ajudar o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do
Rio de Janeiro. Seis sub-relatores vão trabalhar junto com ele. Quatro foram
designados pelo presidente da comissão, deputado Hugo Motta, do PMDB da
Paraíba. Luiz Sérgio queria nomear outros quatro, mas acabou concordando em
designar mais dois: o deputado Júlio Delgado, do PSB de Minas Gerais, vai
tratar de normas legais que impeçam a ocorrência de irregularidades futuras na
Petrobras. E o deputado Valmir Prascidelli, do PT de São Paulo, vai atual junto
como auxiliar do relator.
Um dos relatores, o deputado Arnaldo Faria de Sá,
do PTB de São Paulo, quer ainda a participação da empresa internacional Kroll
na investigação do pagamento de propina relatada pelo ex-gerente da Petrobras,
Pedro Barusco. Em depoimento nesta terça-feira, Barusco admitiu ter recebido
propina da empresa holandesa SBM entre 1997 e 2004. Ele também confirmou ter
recebido propina de estaleiros quando ocupou a diretoria da empresa Setebrasil,
contratada pela Petrobras em 2011 para construir sondas de perfuração. Arnaldo
Faria de Sá justifica o pedido.
O deputado Luiz Sérgio disse que ainda vai analisar
como será o aproveitamento dos relatórios parciais dos sub-relatores.
"Como relator da matéria caberá a mim
apresentar o relatório final. Evidentemente que eu posso aproveitar ou não
parte, integralmente ou não, dos sub-relatórios que serão apresentados"
Na primeira reunião da CPI, Luiz Sérgio se mostrou
surpreso com a criação das primeiras quatro sub-relatorias, designadas pelo
presidente da CPI, deputado Hugo Motta. Hugo Motta espera que os sub-relatores
e o relator se entendam.
"Nós iremos, claro, colocar as sub-relatorias
para funcionar. Se elas puderem funcionar em harmonia com o relator, acredito
que isso seria o ideal."
Nesta quinta-feira a CPI colhe os depoimentos do
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, e do ex-presidente da Petrobras,
Sérgio Gabrielli. Cunha se ofereceu para depor depois que o presidente do
Supremo Tribunal Federal aceitou pedido de abertura de inquérito contra ele na
semana passada. O presidente da Câmara nega qualquer envolvimento em
irregularidades na Petrobras.
Reportagem — Antonio Vital
Fonte: Radio Câmara