terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Corrida embolada ao Senado

O PT tem dois nomes para a disputa ao cargo, o distrital Chico Leite e o secretário de Habitação, Geraldo Magela, mas aliados, como Eduardo Brandão (PV), estão de olho na vaga. Na oposição, entre os cotados estão Adelmir Santana (PR) e Reguffe (PDT).

Os primeiros meses de 2014 serão de muita articulação política até a definição dos candidatos ao Senado. Em todas as coligações, cresce a pressão de interessados em disputar a vaga. A expectativa é de que, até março, os concorrentes sejam anunciados.

A briga pela candidatura ao Senado provoca também embates internos. Os caciques das legendas têm atuado com afinco para evitar que a corrida pela vaga cause desgastes com potencial de provocar prejuízos a políticos que vão concorrer ao governo. Pelo menos três grandes coligações se articulam para formar chapas fortes nas eleições de outubro. ...

No PT, o clima é de indefinição. O partido está disposto a brigar pelo direito de indicar o candidato a senador na chapa de Agnelo Queiroz (PT) e do vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). Nas eleições para presidente regional do partido, todos os candidatos se comprometeram a brigar para que a sigla ficasse com a vaga, e o presidente reeleito, Roberto Policarpo, manteve o discurso. Mas os
correligionários do governador Agnelo sabem que essa será uma missão complicada.

Há dois pré-candidatos dentro do PT: o deputado distrital Chico Leite e o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Geraldo Magela. Enquanto Chico já formalizou no diretório regional a intenção de concorrer e formou um grupo de apoio, Magela atua de maneira mais discreta, nos bastidores. O deputado distrital defende que haja debates para a definição do candidato, com prévias, e já conseguiu o suporte de alguns petistas, como a deputada federal Érika Kokay, que participou do lançamento do comitê Chico Leite senador.

Geraldo Magela também tem feito articulações em defesa da vaga para o PT, mas não chegou a registrar a pré-candidatura oficialmente. “Tenho paciência e perseverança, além da convicção de que o candidato ao Senado terá missões importantes, como ajudar Agnelo a vencer as eleições. Essa pessoa tem que ser alguém com quem a presidente Dilma Rousseff possa contar depois, um político que tenha mandato no Senado para ajudar a população, não somente para fazer discursos ou por deleites pessoais”, comenta Magela, numa provocação ao concorrente interno, Chico Leite.

O distrital petista acredita que o adversário trabalha para se consagrar candidato ao Senado, mas não com a intenção de disputar a vaga e, sim, para ajudar na formação da coligação eleitoral que Agnelo pretende montar. Dessa forma, cederia a vaga, caso esse seja considerado o melhor caminho entre os estrategistas da campanha de Agnelo.

Entre os 17 partidos que formam a base de apoio ao governo, é cada vez maior a pressão para que os petistas cedam a vaga para outra legenda. Nas reuniões de Agnelo Queiroz com os presidentes desses partidos aliados, o assunto é o mais recorrente. O secretário executivo do Conselho de Governo, Roberto Wagner (PRB), reconhece que é grande o interesse dos aliados pelo tema.

Além dos dois petistas, o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Brandão (PV), também deseja a vaga. Em 2010, ele concorreu ao governo e apoiou Agnelo no segundo turno. “A expectativa dos presidentes dos partidos com relação a esse assunto é muito grande e, por conta disso, vamos começar esse debate já em fevereiro”, diz Wagner. Ele defende que o PT ceda a vaga para agregar os aliados. “O partido já terá a cabeça de chapa, com o governador Agnelo. Se a vaga ficar com o PT, isso pode gerar dificuldades”, acrescenta Roberto Wagner.

Determinação
Aliado do PT, Eduardo Brandão diz que o PV terá candidato ao Senado graças a uma determinação do diretório nacional da legenda. Como o partido quer lançar candidato a presidente da República, a orientação é para que haja palanques estaduais. No DF, o PV faz parte da base aliada e lançar um concorrente ao governo causaria estremecimentos. A opção, então, foi ter representante na disputa pelo Senado.

Eduardo Brandão deve ser o candidato e ainda sonha em ser o nome da chapa de Agnelo. Se isso não acontecer, ele diz que participará da corrida ao Senado de forma independente. “Com tantos partidos na base aliada, não faz sentido o PT ficar com duas vagas majoritárias, comenta o secretário.

No páreo

Chico Leite formalizou a intenção de concorrer ao Senado pelo PT e até formou um grupo de apoio. Mesmo assim, o distrital defende que haja debates para a definição do nome do partido

Também do Partido dos Trabalhadores, o secretário de Habitação, Geraldo Magela, atua de maneira mais discreta, nos bastidores. Mas tem feito articulações para segurar a chance de disputar ao Senado

Eduardo Brandão sonha em encabeçar o páreo na chapa do governador Agnelo Queiroz. Mas, se isso não ocorrer, ele pretende sair como candidato independente para a vaga de senador

O empresário Adelmir Santana (PR), que foi senador por quatro anos, é um dos nomes com chance de lançar candidatura pelo partido do ex-governador José Roberto Arruda

Calendário

2013

5 de outubro 
Data até a qual todos os partidos políticos que pretendiam participar das eleições de 2014 deviam ter obtido registro de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral

Dia em que os pré-candidatos a cargo eletivo nas eleições de 2014 deviam estar com a filiação deferida no âmbito partidário

2014

7 de maio 

Último dia estabelecido pelo TSE para o eleitor requerer inscrição eleitoral e transferência de domicílio

10 de junho 
Data a partir da qual é permitida a realização de convenções destinadas à deliberação sobre coligações e à escolha de candidatos

Último dia para fixação, estabelecida em lei, dos limites de gastos de campanha para os cargos em disputa

30 de junho 
Último dia para a realização de convenções destinadas à deliberação sobre coligações e à escolha de candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes, deputado federal, deputado estadual e distrital

5 de julho 
Prazo final para os partidos políticos e coligações apresentarem no Tribunal Superior Eleitoral o requerimento de registro de candidatos a presidente e vice-presidente da República

6 de julho 
Data a partir da qual será permitida a propaganda eleitoral

5 de outubro (domingo)
Data marcada para o primeiro turno das eleições de 2014



Dois projetos
 
O deputado federal José Antônio Reguffe lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Buriti, mas o PSB, de Rodrigo Rollemberg, ainda deseja tê-lo como aliado e concorrendo à vaga ao Senado
Fonte: Helena Mader - Correio Braziliense - 07/01/2014