quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Celina Leão e Liliane Roriz entra com Ações para refazer cálculo de IPVA

A tabela de valores do IPVA definida pelo Governo do Distrito Federal provocou insatisfação em parte da população que teve mantido o valor de cálculo do tributo usado em 2010 e, por isso, terá de pagar mais do que o esperado. A tabela também virou alvo de ações promovidas pela oposição ao governo. Nesta terça-feira (25), as distritais Celina Leão (PMN) e Liliane Roriz (PRTB) protocolaram na Câmara Legislativa proposições distintas sobre o assunto.
Celina Leão apresentou um projeto de lei que prevê desconto de 5% para quem pagar o IPVA à vista e também autoriza o governador Agnelo Queiroz (PT) a reduzir, por meio de decreto, os valores dos impostos que contrariaram os contribuintes. O projeto da deputada prevê que quem já pagou o IPVA sem o desconto poderá ficar com o crédito do valor para ser usado nos pagamentos de IPVA ou IPTU de 2012. De acordo com a assessoria jurídica da deputada, como a proposta trata apenas do desconto, e não do cálculo do imposto propriamente dito, pode ser aprovada este mês para valer ainda este ano.
Liliane Roriz apresentou proposta diferente. A distrital quer que o governador Agnelo suspenda a atual tabela de valores para o IPVA para que a Secretaria de Fazenda refaça os cálculos dos veículos. Para isso, apresentou um Projeto de Decreto Legislativo com a intenção de evitar casos como os de quem comprou um carro zero km em 2009 e vai pagar, em 2011, imposto sobre o valor do carro novo e não com dois anos de uso. “Queremos que o governo corrija imediatamente o equívoco, pois o reembolso tardio ao contribuinte pode ser ainda mais oneroso aos cofres públicos”, diz a distrital.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) já recomendou à Secretaria de Fazenda do DF que fizesse uma auditoria emergencial nas tabelas utilizadas como base para o cálculo do IPVA. O objetivo do MP é que essa revisão fique pronta antes da cobrança do tributo, prevista para abril

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Arruda enviou, semana passada, 1.500 cartas. Alguns administradores regionais receberam

José Roberto Arruda parece não ter desistido da vida pública, apesar dos vídeos e do seu envolvimento até o pescoço no escândalo da Caixa de Pandora. Pelo menos é o que se pode entender das 1.500 cartas de agradecimento que enviou, semana passada, para várias pessoas com trânsito político no Distrito Federal. O surpreendente, porém, é que alguns dos atuais administradores regionais receberam a mensagem de carinho do ex-governador.

Não se pode dizer que Arruda esteja preparando a volta. Mas para alguém que não tem os direitos políticos suspensos – afinal, não trocou o DEM por outro partido; não foi condenado em tribunal por decisão colegiada; tampouco renunciou ao mandato para escapar da cassação (aspectos que o enquadrariam na Lei da Ficha Limpa) –, uma carta como esta parece no mínimo estranha. Sobretudo porque não se trata de uma mensagem de Natal ou de Ano Novo. Foi enviada bem depois das duas datas.

A carta é a reprodução de um artigo, publicado em 12 de dezembro de 2010, num jornal da cidade, intitulado Apenas uma palavra final. Nele, quase ao final, Arruda filosofa: "Tenho tido grandes desafios, muitas tristezas e decepções. Minha vida tem sido assim, de altos e baixos, montanhas e vales, num aprendizado constante, maior na dor e nas derrotas do que nas vitórias".


Leia mais na edição desta terça-feira (25) do Jornal de Brasília


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Câmara novamente enquadrada

 Boa notícia para os deputados distritais. O presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), anunciou nesta segunda-feira (24) que os gastos do Legislativo com pessoal fechou no último quadrimestre em 1,58% da receita corrente líquida do DF. O percentual está abaixo do teto de 1,62% do Legislativo e pode representar a liberação de novas contratações na Casa.

O último relatório de despesas com pessoal do Legislativo mostrou que a Câmara ultrapassava os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e acabou por tornar-se uma ação judicial que, por meio de liminar, proibiu os deputados distritais de contratarem novos servidores comissionados. Novamente enquadrados na lei, os distritais se reúnem nesta terça-feira (25), em um café da manhã na presidência da Casa, para receber oficialmente a boa notícia e discutir os próximos passos a partir de agora.
A primeira medida será tomada em conjunto pela Procuradoria da Câmara Legislativa e pela Procuradoria do GDF. Os dois órgãos vão informar ao Tribunal de Justiça do novo índice de gastos e pedir a derrubada da liminar. Com sorte, terão resultados positivos e, ainda no início dos trabalhos em fevereiro, os parlamentares poderão montar suas equipes de gabinete.
As contratações, no entanto, devem ser controladas. O presidente da Casa pretende aproveitar o susto deste início de ano para tomar providências definitivas quanto ao quadro de pessoal. A intenção é colocar em prática a reforma administrativa - que por resolução da própria Câmara deve ser aplicada até abril deste ano - e conter definitivamente a farra de contratações no Legislativo. A meta é encerrar de uma vez com o drama de viver sempre no limite da LRF.

Negócios investigados somam R$ 14 milhões

Do Correio Braziliense: Empresas sob influência de familiares do deputado Benedito Domingos (PP) receberam nos últimos quatro anos R$ 13,9 milhões repassados pelos cofres públicos para serviços como ornamentações de Natal, Carnaval e reformas de pontos turísticos. Esses contratos estão sob investigação na Polícia Civil do Distrito Federal e no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O maior pagamento foi feito pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para a reforma da fonte luminosa no Eixo Monumental, em frente à Torre de TV. Custou R$ 9,1 milhões, dinheiro federal repassado pela Eletrobrás (Centrais Elétricas S.A.), por meio de patrocínio para valorizar a atração turística no centro da capital.
A reforma foi idealizada em 2009 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que autorizou a transferência de recursos para a fonte abandonada havia mais de 10 anos. O dinheiro foi transferido da Eletrobrás para a Novacap, responsável pela licitação que escolheu a empresa Euro Atlântica Brasil Ltda, associada à multinacional Ghesa, para a restauração que incluiu novo sistema de áudio e de projeção de imagens e coreografias de jatos de água no ritmo da música. A lisura da relação comercial com o governo local passou a despertar suspeitas devido a indícios levantados em inquéritos policiais de que Sérgio Domingos, filho do distrital e representante da empresa no Distrito Federal, se beneficiava da influência política do pai para conseguir contratos no GDF.
A procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Carvalhido, determinou a abertura de inquérito para apurar suposto favorecimento à empresa. Benedito apresentou emendas parlamentares no valor de R$ 800 mil para beneficiar a Euro Atlântida, interessada em participar da construção da fonte do Taguapark. Benedito também conseguiu aprovar emenda de sua autoria no valor de R$ 1 milhão para a reforma da Piscina de Ondas do Parque da Cidade. A Euro Atlântida detém a tecnologia para o negócio. A empresa participou em Taguatinga da implantação da “fonte cibernética musical” na Praça do Relógio. O contrato de R$ 776,6 mil foi assinado em novembro de 2009 pelo então administrador, Gilvando Galdino, um discípulo político de Benedito, que sucedeu o distrital no comando de sua base eleitoral.
A LSS Comércio, Locação e Serviços, registrada em nome da nora de Benedito Sabrina Lima da Silva — noiva de Sérgio Domingos — também conseguiu contratos no governo do Distrito Federal. A firma foi selecionada por pregão pela Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur) para fazer toda a decoração do Distrito Federal no carnaval de 2010. Recebeu pelo serviço R$ 1.976.685,38. A mesma LSS levou R$ 957,6 mil em contrato com a Brasiliatur no Carnaval de 2009. Em investigação, a Polícia Civil registrou que Sabrina foi sócia de Leandro Domingos Silva, neto de Benedito, no comando da LSS.
O neto de Benedito de 19 anos, ao prestar depoimento, contou que deixou a sociedade com Sabrina, a quem identificou como uma prima distante, supostamente sem levar um centavo pela rescisão. Contou que foi office-boy do tio empresário, Sérgio Domingos, e aprendeu tudo com ele, mas não soube dizer o valor da bolada de quase R$ 1 milhão paga pela Brasiliatur à sua empresa em 2009. Segundo a polícia, na verdade, Sérgio é quem comanda a LSS.
IndiciamentoEssa empresa ganhou em 2008 várias licitações, na modalidade carta-convite, no Natal daquele ano para a ornamentação promovidas pelas administrações regionais. Pelo serviço de decoração, que incluía iluminações e montagem de presépios, a LSS recebeu, entre dezembro de 2008 e maio de 2009, R$ 878.571,28. Esses contratos são o motivo de pedido de indiciamento feito pela Divisão Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) da Polícia Civil de Benedito e do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) pelos crimes de formação de quadrilha e fraude a licitação. O filho, a nora e o neto que participaram do negócio também foram indiciados, além de empresários envolvidos na disputa pelos contratos.
Em depoimentos, Anderson José da Cunha, dono de uma empresa do setor, a Pipi Room Indústria Comércio e Locação de Sanitários Móveis Ltda, contou ter recebido proposta de Sérgio Domingos para participar de esquema de fraudes em licitações do GDF. Para tanto, receberia 5% do valor arrecadado. O empresário teria aceitado participar da disputa, como forma de dar cobertura às empresas ligadas à família de Benedito, ou seja, para passar a ideia de que havia disputa. Entre 2008 e 2009, a Pipi Room recebeu R$ 212.403,98. Anderson também foi relacionado nos crimes apontados no inquérito policial.
Benedito Domingos não quis comentar o conteúdo das investigações. Disse que vai se manifestar apenas por meio da assessoria jurídica na Justiça. Sérgio Domingos sustenta ser um empresário idôneo, com know-how no mercado há mais de 19 anos. Ele sustenta que a LSS, empresa do sobrinho e da noiva, seria sua concorrente. “Não tenho nada a ver com isso”, afirmou. Sérgio diz que seu pai tem sido alvo de uma campanha política que visa denegrir a imagem e negou conluio em licitações. O empresário garante que os contratos da Euro Atlântida são transparentes e a participação em licitação ocorreu dentro da legalidade. “Muitas vezes, um empresário acaba sendo prejudicado por ser filho de político. Trabalhamos sempre com seriedade”, garantiu Sérgio Domingos. Os dados referentes aos contratos são do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo).
Bilhete suspeito
Na conclusão do inquérito sobre as empresas de familiares do deputado Benedito Domingos (PP), o delegado Flamarion Vidal Araújo determinou a remessa de parte de seu relatório à 3ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), responsável pelos processos relacionados à delação premiada do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, na Operação Caixa de Pandora. Motivo: durante a Operação Loki II, em que houve busca e apreensão nas empresas investigadas pelo suposto conluio para favorecer Benedito nos contratos de ornamentação do Natal de 2008, policiais encontraram no computador de Sérgio Domingos, filho do distrital, um bilhete dirigido a Durval.
No texto, de outubro de 2005, Sérgio Domingos se dirige a Durval como “chefe” e se identifica como “broder”. Pede um encontro com o então presidente da Codeplan que seria “muito proveitoso e de grande valia para o futuro”. Naquela época, Durval distribuía propinas para deputados e integrantes do governo. Em depoimentos prestados durante as investigações da Operação Caixa de Pandora, Durval disse que Benedito recebia mesada de R$ 30 mil para votar a favor do governo, a partir de 2007, e teria levado R$ 6 milhões em troca do apoio do PP à campanha de José Roberto Arruda. Essas denúncias provocaram o bloqueio dos bens de Benedito, por força de decisão do juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, em ação proposta pelo Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF.
A Polícia encontrou ainda a gravação feita pelo próprio Sérgio Domingos, em que ele fala com uma pessoa identificada como “César” em procurar Durval supostamente para resolver problemas financeiros dele e de Benedito. Não há registro da data em que o diálogo ocorreu. Sérgio Domingos disse que não se recorda da conversa. Ele sustenta que antes da Operação Caixa de Pandora era amigo de Durval e até teria feito alguns trabalhos para o ex-deputado Milton Barbosa (PSDB), quando ele se preparava para concorrer à Câmara Legislativa. “Provavelmente eu iria tratar com Durval algo relacionado aos serviços prestados a Milton Barbosa”, afirmou Sérgio Domingos. Procurado pelo Correio, Milton Barbosa negou: “Isso é uma mentira. Ele nunca fez nenhum serviço para mim e o desafio a apontar algum”.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Medida contra criação de secretarias

Em época de recesso parlamentar, a distrital Celina Leão (PMN) está movimentando seu mandato. Nesta sexta-feira (14), a deputada vai à OAB-DF pedir ação da entidade contra o que a parlamentar considera ser uma “exorbitação de competência” ao criar e extinguir dez secretárias do GDF. As medidas, segundo Celina, desrespeitariam a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Distrito Federal. Na quinta-feira (13), Celina foi recebida pelo vice-presidente da OAB, Emens Pereira, para tratar do assunto. Outro ofício também será protocolado na sede do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), pedindo a fiscalização da entidade.
A distrital diz não ser contrária à criação das novas secretarias, mas as medidas deveriam ter passado pela Câmara Legislativa. “Sou a primeira a votar a favor da criação destes órgãos, mas o Legislativo não pode ser ignorado neste processo e deve ser respeitado”, reclama. A Lei Orgânica do DF diz, no artigo 58, que cabe ao Legislativo a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, bem como a criação de atribuições de secretarias de governo e demais órgãos e entidades da administração direta e indireta.