quinta-feira, 11 de abril de 2019

Advogado nega omissão de socorro em caso de morte de jovem no Lago Paranoá


Peritos concluem que universitária não sofreu violência no pescoço, como sustenta a família dela. Machucados no corpo foram provocados por galhos, pois ele ficou submerso por 20 horas

Nathália morreu durante um churrasco com amigos, em um clube militar(foto: Arquivo pessoal )

Dez dias após a morte de Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, o mistério sobre o caso começa a ser desfeito. O laudo cadavérico produzido por peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) aponta que a universitária foi vítima de asfixia por afogamento e não estrangulada, como sustentado pela família dela. O jovem que estava com ela no Lago Paranoá não deve ser indiciado por homicídio. Contudo, pode responder processo por omissão de socorro.

O resultado da autópsia da estudante indica que as lesões no corpo dela aconteceram após a morte. Eles foram provocados por galhos, pois o corpo ficou submerso por 20 horas, até ser encontrado, na tarde de 1º de abril, uma segunda-feira. A área onde ela se afogou tem três metros de profundidade. A principal teoria é a de que os jovens foram surpreendidos e, mesmo sabendo nadar, tiveram dificuldades para reagir em função do consumo de álcool.

Diferentemente do alegado por parentes de Natália, o laudo confirma que ela não teve o nariz quebrado ou sofreu qualquer tipo de agressão anterior ao afogamento, física ou sexual. Ela teria morrido por volta das 18h de 31 de março, um domingo. A jovem participava de um churrasco com amigos no Clube Almirante Alexandrino (Caalex), no Setor de Clubes Norte, administrado pela Marinha.

A 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) continua a investigar o caso. Os agentes aguardam o complemento da autópsia (como o exame toxicológico), os relatórios do laudo do local da morte e a liberação do vídeo da câmera de segurança do Grupamento de Fuzileiros Navais, vizinho ao Caalex. O laudo da mordida no braço do jovem de 19 anos, indicado como suspeito de um possível crime, também deve ser liberado junto.

Caso delicado

O delegado Alexandre Godinho disse ontem que não daria mais informações sobre o caso. De acordo com ele, a ocorrência é “delicada” e resultou pré-julgamentos do jovem investigado.  O morador da Asa Norte foi detido na tarde de 1º de abril. Ele compareceu espontaneamente na 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), onde foi registrado o boletim por desaparecimento de Natália. Mas, durante o depoimento dele, bombeiros encontraram o corpo da garota.

Histórico de caos na Saúde do DF impede alterações imediatas, diz Ibaneis


Ao apresentar balanço de 100 dias à frente do GDF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) pediu tempo para resolver as falhas de uma das áreas prioritárias. Histórico problemático no setor impede alterações imediatas, segundo o chefe do Palácio do Buriti

Coletiva realizada ontem no Palácio do Buriti destacou as principais medidas do GDF em 100 dias, como a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal e a adoção das escolas militarizadas

(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )
Os avanços na saúde do DF começarão a ficar nítidos para a população um ano depois das mudanças realizadas no modelo de gestão de alguns hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), assegurou ontem o governador Ibaneis Rocha (MDB) em coletiva de balanço dos 100 dias de governo, no Palácio do Buriti. A criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (leia Memória) dá resultado, na visão do emedebista, mas é preciso mais tempo para que os usuários consigam perceber as melhorias.

Para o chefe do Executivo local, a série de problemas e a corrupção no setor impedem que as soluções sejam imediatas. “Não se muda um histórico de 15 anos de caos em três meses”, frisou. “Sei que é difícil quando o assunto é saúde, mas é preciso paciência. Temos problemas graves de estrutura que vieram de gestões anteriores. Tão graves que temos ex-secretário preso”, afirmou. A fala faz referência às prisões recentes dos chefes da pasta no governo Agnelo Queiroz (PT) Rafael Barbosa e Elias Miziara (leia Para saber mais).

Ao entrar nos problemas herdados na saúde, Ibaneis não poupou os antecessores e disparou: “A época de Frejat foi a última vez em que o DF teve saúde. Tivemos Agnelo, um médico como governador, e não resolveu. O governador anterior (Rodrigo Rollemberg) tentou melhorar com a implementação do Instituto Hospital de Base, mas foi tímido”, afirmou o chefe do Buriti. O médico Jofran Frejat foi secretário de Saúde no governo de Joaquim Roriz nos anos 1990.

Regularização

Ao longo da coletiva, em que falou sobre diversos temas, Ibaneis também deu destaque à postura que será adotada pelo GDF em relação às invasões de terras e lotes. De acordo com o emedebista, não haverá tolerância para ocupação irregular de novas áreas. Os problemas anteriores serão avaliados um a um. “O que estiver passível de regularização vai ser regularizado”, assegurou.

MPF no DF pede fatiamento de denúncia contra Temer


Ex-presidente é acusado de associação criminosa e obstrução de Justiça

(foto: Evaristo Sa/AFP)
O Ministério Público Federal em Brasília solicitou, nesta quarta-feira (10/4), o fatiamento de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Michel Temer. 

Em manifestação enviada à Justiça Federal do Distrito Federal, os procuradores solicitam que sejam separadas em ações diferentes duas acusações que foram apresentadas contra o emedebista. 

O ex-chefe do Executivo é acusado de associação criminosa e obstrução de Justiça. A nova manifestação é um reforço das acusações imputadas a Temer em decorrência da mudança de instância da investigação.

Temer foi denunciado pelo procurador Rodrigo Janot, que chefiava o MPF em 2017. Na época, como o investigado ocupava o cargo de presidente da República, a denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e submetida a análise da Câmara. Como os parlamentares rejeitaram a denúncia, o caso foi arquivado até que ele deixasse o cargo. Com o fim do mandato, a investigação foi enviada para a Justiça Federal de Brasília. Os procuradores do DF confirmaram todas as acusações feitas por Janot, procedimento que era necessário para a continuidade das diligências.  

Lava-Jato quer aumentar pena de Lula no caso do sítio de Atibaia


O ex-presidente foi condenado em 1ª instância pela juíza Gabriela Hardt, no mês de fevereiro, a 12 anos e 11 meses

Vista aérea do Sítio de Atibaia, em São Paulo(foto: Márcio Fernandes/AE)

A força-tarefa da Operação Lava-Jato quer aumentar a pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia (SP). O petista foi condenado em 1.ª instância pela juíza Gabriela Hardt, em fevereiro, a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro nas obras feitas pela Odebrecht e pela OAS na propriedade rural.

"Com base em conjunto probatório robusto, revelou-se esquema delituoso que se erigiu no seio e em desfavor da Petrobras, do qual, consoante exaustivamente demonstrado, Lula ocupava posição central, cumpre referir que se desvelou, no âmbito da Operação Lava-Jato, a estruturação de quatro núcleos fundamentais (político, empresarial, administrativo e operacional), destinado à prática sistemática de crimes licitatórios, de corrupção, de lavagem de dinheiro, assim como na atuação de cartel das empreiteiras", afirmou o Ministério Público Federal.

"Impende majorar, em sua fração máxima, a pena imposta pela prática de corrupção passiva a Lula."

A apelação da Lava-Jato vai ser analisada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Os desembargadores da 8ª Turma, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus vão decidir se acolhem o recurso do Ministério Público Federal ou das defesas.

Senadora Selma Arruda é cassada e fica inelegível


Parlamentar é acusada de omitir da Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de 2018

(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Após pouco mais de dois meses de mandato, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) teve o mandato cassado pelo Tribunal Eleitoral (TRE-MT) do estado, nesta quarta-feira (10/4). Ela é acusada de omitir da Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico. Selma será substituída por Gilberto Possamai, o primeiro suplente que foi o PSDB para o PSL.

Em nota, a senadora disse que vai recorrer. "Estou tranquila com a decisão proferida nesta quarta pelo Tribunal Regional Eleitoral. A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar minha boa fé e garantir que os 678.542 votos que recebi sejam respeitados".