Ao
apresentar balanço de 100 dias à frente do GDF, o governador Ibaneis Rocha
(MDB) pediu tempo para resolver as falhas de uma das áreas prioritárias.
Histórico problemático no setor impede alterações imediatas, segundo o chefe do
Palácio do Buriti
Os avanços na saúde do DF começarão a ficar
nítidos para a população um ano depois das mudanças realizadas no modelo de
gestão de alguns hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), assegurou
ontem o governador Ibaneis Rocha (MDB) em coletiva de balanço dos 100 dias de
governo, no Palácio do Buriti. A criação do Instituto de Gestão Estratégica de
Saúde do Distrito Federal (leia Memória) dá resultado, na visão do emedebista,
mas é preciso mais tempo para que os usuários consigam perceber as melhorias.
Para o chefe do Executivo local, a série de
problemas e a corrupção no setor impedem que as soluções sejam imediatas. “Não
se muda um histórico de 15 anos de caos em três meses”, frisou. “Sei que é
difícil quando o assunto é saúde, mas é preciso paciência. Temos problemas
graves de estrutura que vieram de gestões anteriores. Tão graves que temos
ex-secretário preso”, afirmou. A fala faz referência às prisões recentes dos
chefes da pasta no governo Agnelo Queiroz (PT) Rafael Barbosa e Elias Miziara
(leia Para saber mais).
Ao entrar nos problemas herdados na saúde,
Ibaneis não poupou os antecessores e disparou: “A época de Frejat foi a última
vez em que o DF teve saúde. Tivemos Agnelo, um médico como governador, e não
resolveu. O governador anterior (Rodrigo Rollemberg) tentou melhorar com a
implementação do Instituto Hospital de Base, mas foi tímido”, afirmou o chefe
do Buriti. O médico Jofran Frejat foi secretário de Saúde no governo de Joaquim
Roriz nos anos 1990.
Regularização
Ao longo da coletiva, em que falou sobre
diversos temas, Ibaneis também deu destaque à postura que será adotada pelo GDF
em relação às invasões de terras e lotes. De acordo com o emedebista, não
haverá tolerância para ocupação irregular de novas áreas. Os problemas
anteriores serão avaliados um a um. “O que estiver passível de regularização
vai ser regularizado”, assegurou.
O chefe do Executivo local, porém, mostrou-se
duro ao comentar novas invasões. “Aí, não dá. As pessoas que me perdoem, mas o
trator vai passar por cima. Não tenho como admitir isso”, declarou. “E não
adianta ninguém invadir, porque estamos monitorando tudo. Nós temos fotos
aéreas diárias de todos os locais. Levantou um barraco, eu sei”, complementou
Ibaneis.
Câmara
Legislativa
A relação com a Câmara Legislativa também foi
avaliada por Ibaneis. Nos 100 primeiros dias de governo, houve embates com
parlamentares em algumas questões. Quando articulava a convocação
extraordinária para avaliar a criação do Iges-DF, ainda em janeiro, Ibaneis chegou
a afirmar que processaria distritais que se opusessem à proposta. “Era um
episódio grave. Para coisas graves, frases graves.”
O governador, no entanto, minimizou qualquer
atrito com a Câmara Legislativa e destacou que o próprio projeto do instituto
foi aprovado, ainda que com alterações. A base, segundo ele, está firme, e o
contato, até com parlamentares da oposição, é harmônico. Ainda assim, diversos
projetos prioritários enviado pelo Executivo, como as alterações no Passe Livre
Estudantil, permanecem parados ou caminhando a passos lentos na Casa.
Memória
Contratação
sem concurso
O governo abriu mão de alguns pontos e emplacou, na Câmara Legislativa, a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF), ainda em janeiro, durante o recesso parlamentar. A entidade ficou responsável por administrar os hospitais de Base, de Santa Maria e seis UPAs. O modelo permite contratação sem concurso e compras de insumos e medicamentos sem licitação.
O governo abriu mão de alguns pontos e emplacou, na Câmara Legislativa, a criação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF), ainda em janeiro, durante o recesso parlamentar. A entidade ficou responsável por administrar os hospitais de Base, de Santa Maria e seis UPAs. O modelo permite contratação sem concurso e compras de insumos e medicamentos sem licitação.
Para saber mais
Prisões
na saúde
Os ex-secretários de Saúde Elias Miziara e Rafael Barbosa foram presos na última terça-feira. Eles são acusados de participar de esquema criminoso — com pagamento de propina e outras irregularidades — na instalação de UPAs do DF. Miziara foi solto ontem, depois de conseguir habeas corpus. Os dois haviam sido presos em novembro na Operação Conexão Brasília, que investigava também desvios no setor.
Os ex-secretários de Saúde Elias Miziara e Rafael Barbosa foram presos na última terça-feira. Eles são acusados de participar de esquema criminoso — com pagamento de propina e outras irregularidades — na instalação de UPAs do DF. Miziara foi solto ontem, depois de conseguir habeas corpus. Os dois haviam sido presos em novembro na Operação Conexão Brasília, que investigava também desvios no setor.
Fonte: Correio Braziliense