Parlamentar
é acusada de omitir da Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de
2018
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(foto: Ed Alves/CB/D.A Press) |
Após pouco mais de dois meses de mandato, a
senadora Selma Arruda (PSL-MT) teve o mandato cassado pelo Tribunal Eleitoral
(TRE-MT) do estado, nesta quarta-feira (10/4). Ela é acusada de omitir da
Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de 2018, o que configura
caixa 2 e abuso de poder econômico. Selma será substituída por Gilberto
Possamai, o primeiro suplente que foi o PSDB para o PSL.
Em nota, a senadora disse que vai recorrer.
"Estou tranquila com a decisão proferida nesta quarta pelo Tribunal
Regional Eleitoral. A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus
atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na
minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse
motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar minha boa fé e
garantir que os 678.542 votos que recebi sejam respeitados".
Relator do processo, o desembargador Pedro
Sakamoto se manifestou a favor da perda do mandato de Selma ao apontar que ela
teve gastos não declarados durante a campanha eleitoral. Não houve, segundo
ele, qualquer registro dos R$ 1,2 milhão nos documentos contábeis apresentados
ao Judiciário.
A decisão do TRE-MT foi unânime, com o voto do
desembargador endossado por todos os magistrados que compõem o pleno do
tribunal. Eles não concordaram, no entanto, que a vaga fosse ocupada
interinamente pelo terceiro colocado nas eleições do ano passado, Carlos
Fávaro. Por maioria, decidiram que uma nova eleição deve ser realizada. Assim,
Possamai poderá ser retirado do cargo.
O dinheiro que supostamente foi omitido por
Selma Arruda corresponde a 72% do gasto declarado na campanha. "Saiu em
larga vantagem em relação aos outros candidatos, ferindo o princípio da
isonomia", disse o juiz relator. Selma e o suplente foram considerados
inelegíveis e não podem concorrer nas próximas eleições.
Fonte: Correio Braziliense