quinta-feira, 11 de abril de 2019

Senadora Selma Arruda é cassada e fica inelegível


Parlamentar é acusada de omitir da Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de 2018

(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Após pouco mais de dois meses de mandato, a senadora Selma Arruda (PSL-MT) teve o mandato cassado pelo Tribunal Eleitoral (TRE-MT) do estado, nesta quarta-feira (10/4). Ela é acusada de omitir da Justiça despesas de R$ 1,2 milhão durante a campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico. Selma será substituída por Gilberto Possamai, o primeiro suplente que foi o PSDB para o PSL.

Em nota, a senadora disse que vai recorrer. "Estou tranquila com a decisão proferida nesta quarta pelo Tribunal Regional Eleitoral. A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar minha boa fé e garantir que os 678.542 votos que recebi sejam respeitados".


Relator do processo, o desembargador Pedro Sakamoto se manifestou a favor da perda do mandato de Selma ao apontar que ela teve gastos não declarados durante a campanha eleitoral. Não houve, segundo ele, qualquer registro dos R$ 1,2 milhão nos documentos contábeis apresentados ao Judiciário.

A decisão do TRE-MT foi unânime, com o voto do desembargador endossado por todos os magistrados que compõem o pleno do tribunal. Eles não concordaram, no entanto, que a vaga fosse ocupada interinamente pelo terceiro colocado nas eleições do ano passado, Carlos Fávaro. Por maioria, decidiram que uma nova eleição deve ser realizada. Assim, Possamai poderá ser retirado do cargo.

O dinheiro que supostamente foi omitido por Selma Arruda corresponde a 72% do gasto declarado na campanha. "Saiu em larga vantagem em relação aos outros candidatos, ferindo o princípio da isonomia", disse o juiz relator. Selma e o suplente foram considerados inelegíveis e não podem concorrer nas próximas eleições. 

Fonte: Correio Braziliense