Nas próximas duas semanas, os
parlamentares estarão de recesso, mas isso não significa que os dias serão
tranquilos na Esplanada
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Férias nada tranquilas na Esplanada
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O
início do recesso parlamentar, na última sexta-feira, não significou que a
crise política entrou de férias. Longe disso. Ao longo das próximas duas
semanas até que o Congresso retome os trabalhos, governistas e oposicionistas
seguirão trabalhando nas bases para conquistar votos contra ou a favor do
processo envolvendo o presidente Michel Temer.
Novas
delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro devem ser
oficializadas. Quando retornar de uma missão oficial aos estados, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá apresentar novas
denúncias, por obstrução de justiça e formação de quadrilha.
“Quando
foi o último recesso que serviu para amenizar as crises?”, questionou o
cientista político e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper)
Carlos Melo.
Ele lembra que, em janeiro de 2016, após a decisão do Supremo Tribunal Federal
de definir o rito de tramitação do impeachment de Dilma, a impressão era de que
a então presidente escaparia da cassação. Quando o Congresso retornou aos
trabalhos, em fevereiro, bastaram três meses para que a petista fosse afastada
do cargo. Para Melo, após o êxito do governo na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara (CCJ), onde conseguiu — à custa da troca de deputados e da
liberação de emendas parlamentares — aprovar, por 41 a 24, um relatório
favorável ao presidente; os interessados em afastar o peemedebista buscarão
novas alternativas.
“Podemos
prever que fatos novos — se existirem — apareçam na última semana de julho,
mais próximo do retorno dos trabalhos parlamentares”, completou Melo. O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para o dia 2 de agosto a
sessão plenária para votar o relatório apresentado pelo deputado Paulo
Abi-Ackel, após a base conseguir derrubar o texto adverso apresentado pelo
deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). O próprio Planalto já trabalha com novos
atrasos provocados por falta de quorum em agosto, levando o processo para
setembro.
A ideia inicial do Planalto era resolver o caso antes do recesso. Agora, a
estratégia é empurrar com a barriga. “Esse governo já sobreviveu a tantos
escândalos e tem tantos ministros envolvidos em denúncias que fica difícil
precisar o que é necessário para que ele seja derrubado”, reconheceu o
professor de ciência política do Ibmec-MG, Adriano Gianturco. É com isso que o
Planalto conta. Para um integrante da