segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ONG apoiada pelo ME é suspeita de desvio de verbas

 O Globo

 O Ministério Público de São Paulo suspeita que uma organização não-governamental que recebeu R$ 28 milhões do Ministério do Esporte para o programa Segundo Tempo esteja envolvida em desvio de dinheiro público e beneficiando políticos do PCdoB. Segundo denúncia do programa "Fantástico", da TV Globo, há indícios de que a ONG Pra Frente Brasil, gerenciada pela ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, tenha contratado empresas de fachada para fornecer lanches e material esportivo, com participação de "laranjas". A reportagem do "Fantástico" levantou suspeitas de que os programas da ONG podem estar envolvendo menos alunos do que o devido.

Karina é vereadora da cidade paulista de Jaguariúna pelo PCdoB, mesmo partido do ministro do Esporte. A ONG dela, segundo o "Fantástico", recebeu cerca de R$ 28 milhões do ministério nos últimos seis anos e parte desta verba seria usada na compra de lanches. A ONG, que atua em 17 cidades de São Paulo, foi a que mais ganhou verbas do ministério.

O MP acredita que há indícios de que a empresa RNC, contratada pela Pra Frente Brasil para fornecer lanches em contratos que somaram mais de R$ 10 milhões, seja uma empresa de fachada. Um dos sócios da empresa disse ao "Fantástico" ser assessor da vereadora, o que configuraria irregularidade, segundo o MP. Há suspeitas de que outra empresa, a Esporte e Ação, que recebeu cerca de R$ 1,3 milhões da ONG para fornecer material esportivo, também seja de fachada. A vereadora do PCdoB diz que sua ONG segue a lei e nega irregularidades com as contratadas.

O convênio entre o Ministério do Esporte e a Pra Frente Brasil estabelece que o atendimento seja de 18 mil crianças e adolescentes. Mas na cidade paulista de Iracemápolis, o "Fantástico" constatou que menos da metade dos alunos que deviam estar nas atividades estava participando e não havia chamada.

Em agosto, o ministro Orlando SIlva esteve na inauguração do programa mantido pela Pra Frente Brasil, no Guarujá. Neste domingo, disse que pode ter havido falhas na fiscalização da ONG.

- Nós vamos investigar, apurar todos os dados e os responsáveis identificados seguramente serão punidos - disse Orlando Silva.

Polícia Militar do DF faz operação de combate ao crack nesta manhã

A Polícia Militar em parceria com a Secretaria de Segurança Pública iniciou, por volta das 7h desta manhã de segunda-feira (17/10), uma operação integrada para combater o uso e a venda de crack nas regiões centrais do Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia.

A ação batizada de Marco Zero é uma continuação da operação realizada no dia 5 de setembro, quando resultou na prisão de 128 traficantes no DF. Segundo a polícia, o objetivo da operação, agora, é fazer um processo de revitalização na capital, impedir o uso de entorpecentes e o tráfico na região.

A operação conta com o apoio da Secretaria de Justiça, Secretaria de Saúde e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest). Essa parceria pretende promover a inclusão dos usuários de drogas na sociedade. Cerca de mil policiais trabalharão 24h, em duplas, até o próximo domingo (23/10) quando terminam os trabalhos. A ação faz parte do plano de enfrentamento ao crack no DF.

Polícia prende seis pessoas por loteamento irregular em Santa Maria

Entre os detidos, um servidor que trabalha na administração da cidade. Tratores públicos teriam sido utilizados no parcelamento irregular.

A Polícia Militar Ambiental prendeu nesta sexta-feira (14) seis pessoas suspeitas de grilagem de terra em Santa Maria, cidade a 26 quilômetros de Brasília. Entre os detidos, um servidor da Administração de Santa Maria e seis funcionários terceirizados. De acordo com o sargento Inácio, do BPMA, quatro pessoas continuavam detidas às 19h30 desta sexta.
De acordo com a polícia, o servidor, que ocupa o cargo de chefe de reparos, estava limpando um terreno parcelado irregularmente com o uso de equipamentos públicos, como tratores e roçadeiras. Além de responder por crime contra a administração pública, os suspeitos podem ser enquadrados por provocar danos a unidade de preservação ambiental, com pena prevista de até cinco anos de prisão.
De acordo com o Batalhão de Polícia Militar, a área que estava sendo irregularmente parcelada está embargada pela Agência de Fiscalização porque não é destinada para habitação.

Administrador nega participação de funcionários em grilagem no DF

Funcionários faziam limpeza de terreno, defende administrador de Santa Maria.
Polícia alega que perícia indicou desmatamento de área de proteção.

 
O administrador de Santa Maria, Márcio Gonçalves, nega que um servidor e seis funcionários da administração presos nesta sexta-feira (14) estejam envolvidos com o parcelamento irregular de terra na região administrativa.
Ao todo, 11 pessoas foram acusadas de desmatar uma área de proteção ambiental na cidade que fica a 26 quilômetros de Brasília. A pena para esse tipo de crime vai de quatro a oito anos.
“Ao chegar ao local, encontramos alguns tratores e alguns caminhões fazendo a retirada da vegetação”, informou o policial militar ambiental Rinaldo Costa Inácio.
Márcio Gonçalves afirma que o servidor e os terceirizados estavam apenas limpando entulho. “Os funcionários da administração, certamente sem nossa autorização, mas no papel da gerência de limpeza da cidade, se preocuparam em ir lá limpar o local. Pude constatar, através da vizinhança, que lá era muito sujo”, disse o administrador. O delegado responsável pelo caso, Alberto Rodrigues, contou que os quatro caminhões e as duas máquinas que estavam sendo usados pelos funcionários da administração tinham  vegetação, indício de que a área foi desmatada.
“Foi solicitada perícia, que constatou que houve desmatamento naquele dia ou bem recentemente. Inclusive, foram encontrados, próximos da associação, esses resquícios, e não somente entulho”, falou o delegado.

De acordo com a polícia, o terreno está dentro de uma área de proteção ambiental. Mas a Associação dos Produtores e Criadores Rurais de Santa Maria Terra Viva têm uma liminar que permite o uso do local. Vender pedaços do terreno é proibido.
A polícia informou que o tesoureiro da associação admitiu o parcelamento da terra. Ele teria dito que o local seria fracionado para 15 famílias.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Alunos da UnB ganham destaque em maratona nacional de engenharia

Dois estudantes da Universidade de Brasília (UnB) provaram que, mesmo longe do litoral, é possível vencer os desafios encontrados nas plataformas de exploração de petróleo e gás natural. No último dia 6, os alunos do curso de engenharia mecânica Paulo Marçal e Rafael Simões, ambos com 21 anos, saíram vitoriosos da Maratona Nacional Chemtech de Engenharia, que testou a habilidade dos participantes na área. Os brasilienses superaram 240 alunos de 24 instituições acadêmicas do país e colocaram o nome da UnB pela primeira vez no pódio.

Durante quatro meses de competição, os participantes operaram o software Oil and Gas Manager (OGM), um simulador de plataformas de petróleo usado por grandes empresas petrolíferas americanas. O treinamento foi dividido em cinco módulos, compostos de exercícios on-line. À medida que os alunos entregavam os trabalhos, o desempenho de cada um era avaliado por técnicos da empresa. Dos 10 estudantes da UnB que ingressaram na maratona, Paulo e Rafael, ambos moradores da Asa Norte, tiveram as melhores notas em todas as fases, o que lhes rendeu um lugar entre os finalistas do concurso.

Para participar das últimas etapas da maratona, no entanto, os estudantes precisaram viajar mais de mil quilômetros até o Rio de Janeiro, onde a disputa aconteceu em meio à Offshore Technology Conference, uma das maiores feiras mundiais do setor. “Passamos por duas provas, a semifinal e a final. Uma delas durou duas horas e a outra, três”, detalhou Rafael. Segundo ele, o desafio foi construir soluções para diminuir a emissão de gás carbônico (CO2) e o gasto de energia em duas plataformas de extração de petróleo e gás em alto-mar.

Ainda como parte integrante da etapa final da disputa, Paulo e Rafael seguiram para uma apresentação oral, quando tiveram de vencer a timidez e o nervosismo. Dentro de um prazo de 10 minutos, eles precisaram expor as ideias criadas, em inglês, para uma banca de jurados. “Foi feito um sorteio entre os grupos e acabamos sendo o primeiro grupo a apresentar. Por isso, não deu muito tempo para organizar o que iríamos falar”, contou Paulo. “No início, não estávamos confiantes, mas mantivemos a calma e isso nos ajudou.” Entre os avaliadores da dupla estavam técnicos da Chemtech, especialistas da Fundação Getulio Vargas (FGV), gestores da Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro e desenvolvedores do software Oil and Gas Manager (OGM) vindos de Huston, nos Estados Unidos.

A dedicação e a interação entre os dois jovens facilitou o trabalho. “Passávamos dias fazendo os exercícios e, algumas vezes, as madrugadas. As atividades iniciais eram individuais, mas trocávamos experiências frequentemente. Do conteúdo à formatação de texto, tudo a gente discutia. Os integrantes de outros grupos, muitas vezes, nem sequer se conheciam”, pontuou Paulo. Rafael acrescenta que a experiência abriu portas para ambos. “Apesar de não estudarmos nada específico na área de petróleo durante o nosso curso, a participação na maratona nos fez ver que é nessa área que queremos nos profissionalizar”, completou.

Mercado
Além de entrar em contato com ferramentas e softwares profissionais, os participantes da maratona têm a oportunidade de ser absorvidos pelo mercado de trabalho. É o que explica a líder de RH da Universidade Corporativa Chemtech, Lilian Cidreira da Costa: “As universidades nos ajudam a trazer grandes talentos para a empresa. Também podemos contribuir com os desenvolvimento dos alunos. Durante a fase do curso on-line, capacitamos mais de 200 estudantes por ano, período no qual se destacam 20 deles, que participam da grande final. Dessa forma, a maratona acaba sendo uma forma de recrutamento para a Chemtech. Até 2010, já contratamos mais de 60 alunos como estagiários”.

O professor Eugênio Fortaleza, do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB, sempre confiou no potencial de Paulo e Rafael. Foi ele quem sugeriu à dupla que participasse da maratona.

“Além de professor orientador da etapa disputada pela UnB, coincidentemente, sou o orientador de iniciação científica desses dois alunos e trabalhamos com temas correlatos à exploração de petróleo”, conta.

Embora a UnB ainda esteja nos primeiros passos nesse setor, a instituição está em processo de negociação de projetos com empresas da área. “Queremos passar a ser um ator dessa economia e gerar energia, além de agregar valor. Nosso objetivo é prestar serviço à sociedade e à indústria dessa área que enfrenta grandes desafios e precisa da solução desses desafios. O mercado de petróleo tem muita oportunidade, mas também é muito exigente”, acrescenta Fortaleza.

Como prêmio, cada um dos estudantes ganhou, além de troféus, um iPad. O projeto de iniciação científica dos alunos, que estão no 8º semestre, está ligado à extração de petróleo e gás. Rafael estuda o bombeamento de reservatórios subterrâneos, e Paulo, estruturas para plataformas em alto-mar.

Conheça
A Chemtech, empresa organizadora da maratona, que se realiza desde 2004, é uma das maiores consultorias do país na área de petróleo e gás. Oferece serviços de engenharia, controle e automação, tecnologia da informação (TI) e desenvolvimento de softwares. Com sede no Rio de Janeiro, a empresa está presente em outras seis cidades — Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Vitória, Porto Alegre e Natal. Conta 1,3 mil funcionários e desenvolveu, aproximadamente, 1,7 mil projetos nos últimos três anos.