quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Brasília tem a maior inflação dos últimos 20 anos


O governo Ibaneis Rocha conseguiu um intento inédito nos últimos 20 anos. A inflação de Brasília agora em agosto, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou uma elevação de 1,05%. Essa é a terceira maior taxa de inflação dentre as 11 regiões metropolitanas/municípios pesquisados no país. O DF perdeu apenas para Goiânia (1,34%) e Curitiba (1,18%). Desde Agosto de 2001, quando registrou uma inflação de 1,29%, a Capital Federal não apresentava uma taxa de careza tão elevada. Na época, o governador era Joaquim Roriz, a quem Ibaneis Rocha gosta de se comparar.

O custo de vida candango apresentou uma elevação muito maior do que a média nacional, que ficou em 0,89%. No acumulado desse ano de 2021, o IPCA15 de Brasília já registra 5,17%, e no acumulado nos últimos 12 meses, 8,27%. A pesquisa de preços foi realizada entre 14 de julho e 13 de agosto de 2021, pelo IBGE.

A culpa dessa elevação acentuada do custo de vida não pode ser imputada a um ou outro produto ou serviço. A elevação de preços foi generalizada. Oito, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília, apresentaram altas em agosto. Há de se ressaltar, contudo, a alta nos custos do item transportes (1,81%). Além do transporte por aplicativo, que teve seus preços elevados em 6,92%, a alta no preço dos combustíveis (3,35%), foi outro grande vilão, impulsionado pelo aumento de 3,50% da gasolina. Vale destacar que, individualmente, o o preço da gasolina já acumula 36,90% nesse ano e, nos últimos 12 meses, 52,41%.

Gastos para viver

Efetivamente, viver não está barato O segundo maior impacto positivo do mês (0,82%) veio do grupo habitação. Os destaques individuais foram gás de botijão (5,20%) e energia elétrica residencial (5,09%). Este último, segundo o IPCA15, acumula alta de 13,82% no ano.

Comer e beber também é outra rotina que pesa mais no bolso. Nem pense convidar muita genta pra comer aquela saladinha de batata com cenoura e tomate picados. Esses alimentos formam o time campeão dos preços mais caros. O grupo alimentação e bebidas registrou a maior variação desde abril (0,99%). O destaque veio na alta de preços dos tubérculos, raízes e legumes (5,40%). Se não estiver com o bolso preparado, não convide à mesa para degustar batata-inglesa (20,84%), cenoura (13,48%), pimentão (9,04%), tomate (8,57%) e mandioca (7,12%). Carne, então, nem se fala. A alta acumulada nos últimos 12 meses é de 31,24%.

Já o grupo vestuário teve a maior variação mensal do IPCA15 de agosto na capital federal, alcançando 2,20%. As maiores variações individuais vieram de bijuteria e bolsa (3,89%), calça comprida masculina (3,84%), blusa (3,77%) e sapato masculino (3,67%).

Queda

Apesar da Pandemia, foi o grupo saúde e cuidados pessoais o único a apresentar redução de preços. A variação de -0,43% foi influenciada pela queda nos preços dos produtos farmacêuticos e óticos (-0,92%) e de planos de saúde (-0,18%).