Ministro Jaques Wagner citou estratégias após se reunir com Dilma. Além disso, PT já moveu ações contra decisão de Cunha no Supremo.
Um dia após a abertura do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff começou, já nesta quinta-feira (3), a se articular com aliados para evitar o afastamento do cargo. O Palácio do Planalto e o PT decidiram usar frentes políticas e jurídicas diferentes para tentar barrar o impeachment.![]() |
A presidente Dilma Rousseff manifesta indignação com a aceitação do pedido de impeachment, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil |
Uma das táticas do governo será buscar o apoio dos
movimentos sociais e conversar com ogovernadores. O PT, partido da presidente
Dilma, deu início ao processo de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos
para que a abertura do impeachment seja anulada, sob a argumentação de que
Cunha cometeu abuso de poder. O pedido protocolado nesta quinta, no entanto,
foi rejeitado
pelo ministro Gilmar Mendes.
Na manhã de quinta-feira, Dilma se reuniu com o
vice-presidente Michel Temer e com os ministros Jaques Wagner, Ricardo Berzoini
(Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva
(Comunicação Social). À tarde, ela convocou
23 dos 31 ministros do governo para uma reunião no Palácio do Planalto.
Após esse encontro, Wagner, um
dos principais
conselheiros políticos da presidente, falou que Dilma tem "muita
pressa" para resolver a questão do impeachment. Segundo ele, o
encontro serviu para “socializar a compreensão de todos sobre esse episódio e
mobilizar todos os ministros, os partidos e as bases sociais.”
“Pedimos a todos os ministros que verbalizem, o
máximo possível, o nosso ponto de vista, o nosso entendimento”, disse. Segundo
o ministro, o governo entende que não há base jurídica que fundamente o pedido
de impeachment da presidente Dilma.
Outra estratégia que será adotada pelo Planalto é
marcar encontros, já a partir da próxima semana, entre a presidente Dilma e
governadores, começando pelos que a apoiam. Segundo Wagner, os nove
governadores do Nordeste assinaram nesta quinta uma nota defendendo a
legitimidade do mandato da petista.
“Mas,
depois, nós também queremos convidar os outros governadores, aqueles que são de
alinhamento contrário ao governo”, enfatizou o chefe da Casa Civil.
Homem de confiança do ex-presidente Lula e
conselheiro de Dilma, Wagner disse também que será o responsável por coordenar
um grupo de ministros que deverá monitorar “cotidianamente” os desdobramentos do
processo de impeachment.
Segundo ele, o governo ainda não calcula quantos
votos terá no plenário contrários ao impeachment, porém, a vitória do governo
na sessão do Congresso Nacional desta quarta mostra que é possível chegar “a
mais de 300 votos” – o Executivo conseguiu aprovar, com 314 votos favoráveis a
99 contra, a proposta
de revisão da meta fiscal deste ano.
Fonte: G1